Vacina-se para evitar que os indivíduos contraiam determinadas
doenças e sofram as suas consequências. Tão importante como a proteção
individual é o efeito da vacinação na dinâmica dos agentes infeciosos e das
respetivas doenças numa determinada comunidade e mesmo a nível global,
permitindo eliminar ou controlar doenças infeciosas com franca redução da
morbilidade e da mortalidade, principalmente na infância.
Pelos seus benefícios para a saúde a vacinação é geralmente,
considerada das medidas de Saúde com melhor relação custo-efetividade, superada
apenas pela distribuição de água potável às populações. No entanto, excepto se
uma doença estiver erradicada o que, até à data, apenas ocorreu, desde 1980,
com a varíola é necessário continuar a vacinar massivamente as populações para manter,
ou mesmo melhorar, os ganhos em saúde obtidos. Baixas taxas de cobertura
vacinal são responsáveis pelo aumento da incidência ou mesmo reemergência de
doenças evitáveis pela vacinação originando surtos, epidemias ou novos ciclos
de endemicidade.
Em Moçambique, desde a implementação do programa alargado
de vacinação (PAV) em 1979, milhares de crianças foram vacinadas com vacinas de
qualidade, seguras e eficazes o que trouxe um impacto notável a saúde pública,
uma vez que maior parte das doenças para que se vacina são consideradas controladas,
erradicadas ou mesmo eliminadas.
É preciso consciencializar a comunidade dos benefícios da vacinação
tanto em adultos quanto em crianças. Infelizmente em algumas sociedades
moçambicanas ainda persistem alguns preconceitos, mitos e desinformação sobre
as vacinas, razão essa que leva a pouca adesão aos postos de vacinação e
consequentemente baixas coberturas vacinais.
Por outro lado é preciso evidar um esforço continuo e
permanente na sensibilização das populações a aderir massivamente aos postos de
vacinação. Essa tarefa cabe os profissionais de saúde ligados a essa área. É
notável a desvalorização dessa actividade por parte da comunidade assim como
dos profissionais de saúde, muitas das vezes porque maior parte deles nunca
presenciaram as doenças abrangidas pelo PAV.
Por forma a cumprir os objectivos do PAV, é preciso
reduzir ao máximo as oportunidades perdidas. Toda a criança que compareça à
Unidade Sanitária e que seja menor de dois anos deve-se fazer uma revisão do
cartão de modo a detectar vacinas em falta e aplica-la.
Os princípios, os objetivos e os resultados do PAV devem
ser garantidos, tendo em atenção os ganhos em saúde que permitem obter e que dependem
da efectividade das vacinas, das taxas de cobertura vacinal globais e do
controlo de bolsas de susceptíveis. Estes dois últimos aspetos requerem que se
garanta a acessibilidade e a aceitabilidade da vacinação pelos cidadãos e pelos
profissionais.
Vários desafios se põem ao PAV, desde logo, a sua
complexidade crescente e, aliada a esta, as necessidades de assegurar o seu
financiamento e funcionamento. A complexidade crescente advém principalmente do
desenvolvimento de novos conhecimentos científicos e de novas tecnologias, que
permitem disponibilizar novas vacinas, das alterações do padrão epidemiológico das
doenças e das alterações do tecido social em que, quer as prioridades quer as percepções
sobre o risco estão em constante mutação
influenciadas por fatores externos e internos.
Para o êxito do PAV e da vacinação em geral tem sido fundamental
a motivação e o nível de formação dos profissionais nele envolvidos
mostrando-se o modelo em vigor, de “formação em cascata”, adequado às necessidades
do País. O Saber tem-se refletido no “Saber Fazer”, e se atendermos aos milhões
de actos vacinais praticados constata-se quão segura tem sido a administração
de vacinas no nosso País.
Referencias
ARSCentro (2007). Projecto “Excelência na vacinação” disponível em http://www.arscentro.minsaude.pt/SaudePublica/Material/Paginas/Excel%c3%aancianaVacina%c3%a7%c3%a3o.aspx.
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