CAPÍTULO
14
MANUTENÇÃO
DOS REFRIGERADORES
14.1
REFRIGERADOR (GELEIRA) ELÉCTRICO
14.1.1
Funcionamento do refrigerador eléctrico
Para o bom fiuncionamento do refrigerador
eléctico deve-se observar periodicamente o seguinte:
-
Se está bem ligado à
fonte eléctrica.
-
Se a tomada é
exclusiva. Evite o uso de fichas múltiplas.
-
Se o fio não tem
emendas, o que é de evitar.
-
Utilize um
estabilizador de voltagem, se houver queda ou excesso de energia na rede
eléctrica.
O refrigerador deve ser ligado num
estabilizador da corrente eléctrica para se evitar os danos que podem advir da
oscilação da energia.
O
refrigerador possui um botão com números ou palavras (máximo e mínimo) para
regular o seu funcionamento de acordo com a temperatura que se deseja. Para
tal, gire lentamente o botão, mas sem se esquecer que nem sempre o número mais
alto corresponde à temperatura mais fria. Em caso de dúvidas, veja o livrete de
instruções para uso de refrigeradores. É necessário aguardar, pelo menos uma
hora, antes de verificar a nova temperatura.
Se o
refrigerador deixar de funcionar:
} verifique
o fornecimento de energia.
} verifique se
a geleira está ligada à tomada.
} verifique se o
botão principal está ligado e se o botão de controlo também está na posição
de ligado
} controle os
fusíveis
} chame o
técnico de frio se a geleira não funcionar após estes cuidados.
Se o
refrigerador não produzir frio suficiente:
} Faça as verificações
indicadas anteriormente.
} Verifique se o
botão de controlo está na posição “máximo”. Se não estiver, aumente um
pouco e espere uma hora para ler novamente a
temperatura.
} Veja se o
termostato está a funcionar.
}Verifique se as
portas fecham devidamente.
} Controle a
acumulação de gelo no compartimento de congelação.
} Verifique se a
circulação do ar é boa dentro e fora do refrigerador.
} Ver se o
condensador e a unidade de esfriamento não estão sujos ou obstruídos com
poeira.
Em
caso de falta de energia eléctrica, evite que a temperatura dentro do
refrigerador suba até a um nível
perigoso (acima de 8ºC.) Não permita
que a porta seja aberta.
|
É
de extrema importância providenciar de imediato a transferência das vacinas para
uma geleira a petróleo, se existir, ou para uma Unidade Sanitária mais próxima,
onde haja uma geleira a funcionar devidamente. Alternativamente, transfira as
vacinas simplesmente, para uma caixa isotérmina com um número considerável de
acumuladores de gelo, obedecendo sempre à regra de arrumação de vacinas na
caixa isotérmica.
14.1.2
Manutenção do refrigerador eléctrico:
14.1.2.1 Manutenção Diária
} Anote a
temperatura da geleira (manhã e tarde) e preencha o registo.
} Mantenha
sempre a temperatura das vacinas entre os 0 e 8ºC.
14.1.2.2 Manutenção semanal
} Controle a
acumulação do gelo no compartimento de congelação.
} Se o gelo
atingir 5mm ou mais de espessura, descongele-o.
} Depois do
descongelamento limpe e seque dentro e fora do refrigerador.
14.1.2.3 Manutenção mensal
} Aproveite
contar o stock físico das vacinas e verificar se é o mesmo que consta nos
registos.
} Limpe o
condensador e a unidade de refrigeração. Tire a sujidade e a poeira com uma
escova leve.
} Faça limpeza
da borracha da porta e pulverize-a com o pó de talco cirúrgico.
} Controle a
ferrugem e a danificação da chaparia da geleira e, se possível, mande pintar.
14.1.3 Causas mais frequentes do mau funcionamento
dos refrigeradores eléctricos.
MEDIDAS
A TOMAR
|
Seguir a seta correspondente à
insuficiência dectetada e procurar, na coluna respectiva, a (s) causa (s) e as
medidas a tomar.
|
Refrigerador
não gela completamente
|
|
Refrigerador
não gela o suficiente
|
|
Refrigerador
gela demais
|
|
1
|
l
|
l
|
|
Refrigerador
não nivelado
|
instalar
o refrigerador
horizontalmente
(nivelado)
|
2
|
l
|
l
|
|
Temperatura
ambiente muito alta
|
Mudar
o refrigerador para um lugar fresco.
|
3
|
l
|
l
|
|
Voltagem
incorrecta
|
Verificar
a tomada de alimentação
|
4
|
l
|
|
|
Unidade
de refrigeraçao defeituosa
|
Substituir
a unidade de refrigeração
|
5
|
|
l
|
|
Tensão
de alimentação não constante
|
Montar
um estabilizador de corrente eléctrica, se possível
|
6
|
|
l
|
|
Unidade
de refrigeração bloqueada
|
Retirar
tudo o que possa cobrir a unidade de refrigeração
|
7
|
|
l
|
|
Raios
solares incidem directamente na geleira
|
Colocar
o refrigerador na sombra
|
8
|
|
l
|
|
A
porta não fecha devidamente
|
Ajustar
a parte que não está boa
|
9
|
|
l
|
|
Gelo
no evaporador
|
Descongelar
o refrigerador
|
10
|
|
l
|
|
Poeira
na unidade de refrigeração
|
Limpar
a unidade de refrigeração
|
11
|
l
|
|
|
Mau
contacto nas conexões
|
Verificar
todas as ligações nas tomadas, resistência e termostato
|
12
|
|
l
|
|
Espaço
insuficiente entre as vacinas
|
Organizar
e deixar espaços maiores entre as vacinas
|
13
|
|
l
|
|
Carregar
o refrigerador de vacinas antes de baixar a temperatura
|
Esperar
até a temperatura no refrigerador atigir + 2oC a +8ºC.
|
Causas mais frequentes do mau
funcionamento dos refrigeradores
eléctricos (Continuação)
MEDIDAS A TOMAR
Seguir a seta correspondente à insuficiência dectetada e
procurar, na coluna respectiva, a (s) causa (s) e as medidas a tomar.
|
Refrigerador não gela completamente
|
|
Refrigerador não gela o suficiente
|
|
Refrigerador gela demais
|
|
14
|
|
l
|
|
Muitos
pacotes de gelo
|
reduzir
o número de pacotes de gelo
|
15
|
l
|
l
|
|
Resistência
mal colocada no respectivo tubo
|
Fixar
a resistência com parafusos no tubo apropriado
|
16
|
l
|
l
|
l
|
Termostato
mal ajustado
|
Ajustar
o termostato
|
17
|
|
|
l
|
Tubo
capilar mal montado nas bordas do evaporador
|
Manter
um bom contacto do tubo capilar do termostato com as bordas do evaporador
|
18
|
|
|
l
|
Muitos
pacotes de gelo congelados no evaporador
|
Remover
todos os pacotes de gelo
|
19
|
|
|
l
|
Parede
separadora de plástico no refrigerador
|
Usar
parede separadora de alumínio
|
20
|
|
l
|
|
Separador
de alumínio e de plástico no refrigerador
|
Usar
somente o separador de alumínio
|
21
|
|
|
l
|
Refrigerador
sem parede separadora
|
Usar
parede separadora de alumínio para conservar as vacinas e para congelar pacotes de gelo
|
22
|
l
|
l
|
l
|
Defeito
no termostato
|
Substituir,
se possível, o termostato
|
23
|
l
|
|
|
Defeito
na resistência
|
Substituir
a resistência
|
24
|
l
|
|
|
Refrigerador
a funcionar com dois tipos de energiaa
|
Apagar
a chama do queimador e deixar funcionar o sistema eléctrico
|
14.2
REFRIGERADOR A PETRÓLEO
Funciona
com calor produzido pela chama de um combustível que é o petróleo. A
composição de um refrigerador a petróleo é a seguinte:
} Tanque de combustível
} Queimador com tubo de
vidro e torcida no tanque que transporta o combustível.
} Esquentador
com chaminé e espalhador.
} Circuito de
refrigeração.
} Botão
regulador da torcida.
Figura 31: Geleia a
petróleo
Legenda:
a) Chaminé
b) Circuito de
refrigeração
c) Tubo de vidro
d) Queimador
e) Tanque de
combustível
f) Botão regulador
g) Deflector ou
espalhador
Em alguns
refrigeradores, o tanque sai pela parte lateral em vez de sair pela parte da
frente.
14.2.1
Funcionamento do refrigerador a petróleo
} Encha o tanque
com petróleo puro. A torcida deve estar apagada. Use o filtro
sempre que assim proceder.
} O petróleo não
deve ser misturado com outros combustíveis, pois é perigoso.
} A torcida
deve ser bem ajustada, assim como o queimador.
Figura 32:
Legenda:
1.
Anel obturador
2.
Vidro
3.
Tampa superior do queimador
4.
Anel metálico
5.
Torcida completa com amarras
6.
Porta torcidas
7.
Difusor da chama
8.
Base do queimador com botão regulador completo
Importante:
} A torcida e a chaminé devem ficar sempre
limpos. Se tiver fuligem, esta deve ser limpa.
Para a limpeza da chaminé, queimador ou
torcida, puxe o tanque para fora, em primeiro
lugar, e, quando for a recolocá-lo, faça-o de modo a que fique
bem ajustado.
} O bom funcionamento deste tipo de geleira
depende do nivelamento correcto da mesma.
}
O
queimador compõe-se em geral de várias peças (ver legenda).
} Todas as partes devem ser limpas e bem
ajustadas. A parte inferior da torcida deve estar
submersa no petróleo dentro do tanque. A
torcida acesa sem petróleo no tanque,
danifica-se.
14.2.1.1
Como acender a chama ?
} Retire
primeiro a tampa superior do queimador, juntamente com o tubo de vidro e o anel
obturador.
} Faça subir a
torcida até 3 milímetros acima do bordo e acende-a.
} Quando a chama
não estiver uniforme (trémula), apague e reveja o sistema reiniciando
toda a operação. É indispensável que a
janela mantenha a chama uniforme.
} A chama deve
ter cor azulada. Se apresentar uma cor amarelada, ainda que seja em parte,
significa
que há fuga de ar, porque as peças estão mal ajustadas ou a torcida está
muito
alta ou suja.
} Para aumentar
o frio da geleira, gire o botão regulador para a direita, para elevar a torcida
e obter uma chama mais alta, de côr azul.
A chama de cor amarela
só consome petróleo e suja a unidade de refrigeração sem produzir o frio desejado.
14.2.1.2
Como limpar a chaminé ?
- Cada geleira vem com uma escova especial para limpar a
chaminé. Deve dispôr de uma escova de reserva.
- Puxe o tanque e o queimador para fora. Coloque um
papel no chão e por baixo da chaminé, para onde vai cair a fuligem. Para
tal operação, é preciso:
- Introduzir a escova dentro da chaminé e movê-la de
cima para baixo sucessivamente, esfregando-a nas partes laterais da chaminé
para as libertar da sujidade.
- Fazer esta operação até a fuligem desaparecer
completamente e deixar de cair no papel.
- Retire o papel com sujidade.
- Limpe a chaminé com um pedaço de torcida limpa e
molhada com petróleo.
- Se tudo estiver limpo, acenda a torcida e coloque o
tanque no lugar.
Figura 33: Limpeza de geleira a petróleo
Legenda:
a) Escova especial
b) Papel
14.2.1.3
Como trocar a torcida ?
- Retire o queimador completo do tanque.
- Desarme a parte superior do queimador, juntamente com
o tubo de vidro e o anel obturador.
- Retire o porta-torcida e o difusor da chama.
- Gire o botão de controlo para elevar a torcida o mais
alto possível.
- Retire a torcida usada.
Figura 34: Retirada da
torcida do queimador
- Coloque a torcida nova, introduzindo as suas
extremidades inferiores com caudas de papel, de cima para baixo, em
direcção ao tanque.
- Puxe as extremidades da torcida com cuidado. Retire as
caudas do papel da torcida.
- Coloque o anel metálico nas amarras e introduza-o na
base do queimador.
- Gire o regulador da torcida e comprove se esta sobe e
desce com facilidade.
- Volte a colocar o difusor da chama, o porta-torcida e
a parte superior do queimador, com o seu tubo de vidro e volte a colocar
tudo no tanque.
Figura 35: Recolocação da torcida no queimador
14.2.1.4 Material de reposição de reserva:
- 2 torcidas
- 1 aparador (lâmina) da
torcida
- 2 tubos de vidro
- 10 litros de petróleo
- 1 filtro de combustível
14.2.2 Manutenção do refrigerador a petróleo
14.2.2.1 Manutenção diária
- Verificar a temperatura e preencher o
registo
- Manter a temperatura das vacinas entre + 2o
C e + 8ºC
- Verificar o nível da chama (chama azul)
- Verificar se não deita fumo
- Preencher o reservatório de petróleo.
- Utilizar o filtro sempre que assim proceder
14.2.2.2 Manutenção semanal
- Limpar a chaminé e o espalhador da chama
- Limpar o queimador
- Aparar a torcida
- Controlar a acumulação de gelo no compartimento de
congelação.
- Se o gelo tiver 5mm ou mais de espessura
descongelar a geleira.
- Depois da descongelação, limpar e secar sempre a
geleira por dentro e por fora.
14.2.2.3 Manutenção mensal
- Contar as vacinas e verificar se o stock físico é
igual ao stock dos registos.
- Esvaziar o reservatório do petróleo, lavando-o com um
pouco de petróleo limpo e voltar a enchê-lo com este combustível.
- Limpar o condensador e a unidade de refrigeração.
Tirar a sujidade e a poeira com uma
escova leve.
- Limpar a borracha da porta e pulverizá-la com pó de
talco cirúrgico.
- Controlar a ferrugem na chaparia da geleira. Se houver
danos, mandar reparar e pintar, se fôr necessário.
14.2.3
Causas mais frequentes do mau funcionamento dos refrigeradores a petróleo.
MEDIDAS A TOMAR
Seguir a seta correspondente à
insuficiência detectada e procurar, na coluna
respectiva, a (s) causa (s) e as medidas a tomar.
|
Refrigerador
não gela completamente
|
Refrigerador
não gela o suficiente
|
Refrigerador
gela demais
|
Queimador
não acede
|
Chama fumarenta
|
|
CAUSA ACÇÃO
1
|
l
|
l
|
|
|
|
Refrigerador
não nivelado
|
Instalar
o refrigerador
horizontalmente
(nivelado)
|
2
|
l
|
l
|
|
|
|
Temperatura
ambiente muito alta
|
Mudar
o refrigerador para um lugar fresco e com sombra.
|
3
|
l
|
l
|
|
|
|
Chama
regulada na posição mínima
|
Ajustar
a chama para posição máxima
|
4
|
l
|
|
|
|
|
Unidade
de refrigeração defeituosa
|
Substituir
a unidade de refrigeração
|
5
|
l
|
|
|
l
|
|
Conteúdo
do tanque muito baixo
|
Encher
o tanque
|
6
|
l
|
|
|
|
|
Unidade
de refrigeração bloqueada
|
Livrar
a unidade de tudo o que a bloqueia
|
7
|
l
|
|
|
|
|
Raios
solares incidem directamente na geleira
|
Colocar
o refrigerador na sombra
|
8
|
l
|
|
|
|
|
A
porta não fecha devidamente
|
Ajustar
a parte que não está boa
|
9
|
l
|
|
|
|
|
Gelo
no evaporador
|
Descongelar
o refrigerador
|
10
|
l
|
|
|
|
|
Unidade
de refrigeração suja
|
Limpar
a unidade de refrigeração
|
11
|
l
|
|
|
|
|
Mau
contacto nas conexões
|
Verificar
todas as ligações nas tomadas, resistência e termostato
|
12
|
l
|
|
|
|
|
Espaço
entre as vacinas insuficiente
|
Organizar
e deixar espaços maiores entre as vacinas
|
13
|
l
|
|
|
|
|
Carregar
o refrigerador de vacinas antes de baixar a temperatura
|
Esperar
até a temperatura no refrigerador atigir 2 a 8ºC.
|
14
|
l
|
|
|
|
|
Muitos
pacotes de gelo com água no compartimento de refrigeração
|
Diminuir
o número de pacotes de gelo
|
15
|
|
l
|
|
|
l
|
Torcida
ou queimador sujos
|
Limpar
ou colocar nova torcida e limpar o queimador
|
16
|
|
|
|
l
|
|
Falta
de petróleo na ponta da torcida
|
Mergulhar
a parte de cima da torcida no petróleo
|
17
|
|
|
l
|
|
l
|
Chama
mais alta que o normal
|
Ajustar
a chama entre médio e máximo
|
18
|
|
|
l
|
|
|
Muitos
pacotes de gelo congelados no refrigerador
|
Diminuir
o número de pacotes de gelo
|
19
|
|
|
l
|
|
|
Parede
de separação de alumínio no refrigerador.
|
Para
conservar as vacinas usar parede separadora de plástico
|
20
|
|
l
|
|
|
|
Separador
de alumínio e de plástico no refrigerador
|
Usar
só um separador
|
Causa
mais frequentes do mau funcionamento dos
refrigeradores a petróleo (Continuação)
MEDIDAS A TOMAR
Seguir a seta correspondente à insuficiência
dectetada e procurar, na coluna
respectiva, a (s) causa (s) e as medidas
a tomar.
Refrigerador não gela
completamente
|
Refrigerador não gela o suficiente
|
Refrigerador gela demais
|
Queimador não acende
|
Chama fumarenta
|
CAUSA ACÇÃO
21
|
|
|
l
|
|
|
Refrigerador
sem parede separadora
|
Usar
parede separadora de plástico para conservar as vacinas
|
22
|
|
l
|
|
|
l
|
Torcida
não nivelada
|
Ajustar
ou aparar a torcida
|
23
|
|
l
|
|
|
l
|
Fuligem
na chaminé
|
Limpar
a chaminé com uma escova metálica
|
24
|
|
|
|
|
l
|
Anilha
do vidro mal instalada debaixo da chaminé
|
Certificar
se a anilha do vidro está colocada exactamente debaixo da chaminé
|
25
|
|
|
|
|
l
|
Vidro
partido
|
Instalar
novo vidro
|
26
|
|
l
|
|
|
l
|
Rede
metálica inserida no queimador, não existe ou está mal colocada
|
Certificar
se a rede metálica está correctamente instalada
|
27
|
|
l
|
|
|
l
|
A
grande rede metálica com parte sólida está mal instalada
|
Instalar
a rede metálica com a parte sólida virada para baixo no guia do queimador
|
28
|
|
|
|
|
l
|
Existência
do cartão de protecção da torcida
|
Remover
o cartão de protecção da torcida
|
29
|
l
|
l
|
l
|
|
|
A
geleira funciona com duas fontes de energia
|
Desligar
a fonte de energia menos confiante
|
30
|
|
|
|
|
l
|
Muita
corrente de ar
|
Colocar
o refrigerador num canto onde pode ter a certeza que não vai apanhar corrente
de ar
|
14.3
REFRIGERADOR (GELEIRA) SOLAR
Este tipo de refrigerador funciona
através da energia solar. No País, temos utilizado dois tipos de geleira solar,
com as marcas “BP” e HELIOS, estas últimas a serem descartadas.
O refrigerador solar é a melhor solução
para as áreas onde não há perspectivas de abastecimento de energia eléctrica, a
curto prazo, mais distantes e de difícil acesso aos centros de abastecimento de
petróleo.
Os apontamentos que se seguem limitam-se
a descrever, de uma forma simples, a constituição do sistema solar bem como os
cuidados de manutenção essencial, não dispensando a leitura e consulta do manual próprio de cada
marca e fabricante, onde todas as
questões são apresentadas de uma maneira pormenorizada.
14.3.1
Constituição do sistema refrigerador solar de vacinas.
As partes básicas que compõem o sistema
de fornecimento de energia solar são: Colector
solar e baterias.
O colector captura a energia do sol,
através dos painéis, passa-a em forma de electricidade para o regulador, no
refrigerador. O regulador controla o fornecimento de energia para a bateria
assim como o fluxo da energia do colector ou bateria, para as partes móveis do
refrigerador.
O colector solar pode ser montado no
telhado (tecto) ou no solo onde não haja nenhum obstáculo que faça sombra
durante o dia, no Inverno ou Verão (árvores, prédio, etc.)
As duas luzes na parte da frente do
refrigerador funcionam quando a bateria tiver pequena quantidade de energia.
A Luz Amarela, quando acende, avisa para não congelar acumuladores de gelo.
A Luz vermelha, quando acende, avisa que a bateria não tem energia para manter em
funcionamento o refrigerador.
14.3.1.1 Peças móveis do refrigerador
A energia do colector solar é fornecida,
em primeiro lugar, para o Cartão do Regulador. Este certifica que a energia
para as baterias é correctamente controlada.
A Unidade de Controlo Danfoss retira a
energia disponível da bateria e do colector solar e usa-a para operar o motor
no compressor.
O Sensor de Temperatura verifica se o
compartimento das vacinas tem a temperatura correcta. Se aquecer demais, o
sensor actuará sobre o regulador permitindo que o compressor funcione para
arrefecer o refrigerador.
Quando o refrigerador ficar suficientemente
frio, o regulador desliga o compressor, cortando o fornecimento de energia no referido
refrigerador. Normalmente, o compressor funciona durante 20 minutos e, depois,
se desliga durante um período de tempo. O tempo de inactividade depende muito da temperatura do local onde o
refrigerador se encontra instalado e da rapidez de aquecimento do conteúdo do
refrigerador. Quando o refrigerador estiver a congelar acumuladores de
frio, o período de ligação do compressor
prolongar-se-á durante muitas horas até os mesmos acumuladores ficarem
congelados. Aí começa, de novo, o ciclo do compressor (de arranque-paragem).
O Interruptor de descongelação permite
parar o fluxo de energia para o compressor. Terá de o utilizar quando precisar
de descongelar a bandeja para retirar o gelo que aí se tenha acumulado.
Figura 36:
Importante: Mesmo com o interruptor de descongelação desligado (OFF), os circuítos
ainda continuam com potência. Não toque em
qualquer peça eléctrica.
Nota - A instalação do refrigerador e das baterias
não pode ser feita num lugar onde a luz do sol incide directamente em
qualquer altura do dia. O espaço livre entre o refrigerador e as paredes,
prateleiras ou tecto deve ser de, pelo menos, 30 cm em cada sentido.
Figura 37:
14.3.1.2
Interruptores:
Há normalmente dois: Um da bateria, que actua para a desligar quando a
corrente eléctrica fornecida for demasiadamente forte e um outro de
descongelação, que desliga o fornecimento de energia para o compressor (o
refrigerador aquece lentamente e põe o gelo a derreter).
Figura 38:
Para verificação
da temperatura no compartimento das vacinas é necessário:
14.3.2
CUIDADOS COM O SISTEMA
14.3.2.1 Tarefas diárias
14.3.2.2 Tarefas semanais
14.3.2.3 Tarefas mensais
Nota - Não usar
escovas metálicas ou com partes metálicas junto dos circuítos eléctricos, bem como joalharia pessoal (
aneis, relógio, pulseira de metal, etc.)
|
|||||||||
|
14.3.2.4 Tarefas semestrais
Retirar a tampa da
bateria e verificar o seu estado.
Verificar as ligações
da bateria (podem estar soltas, corroídas ou sem lubrificação).
- Verificar o nível
do electrolítico (água) e aumentar até ao nível desejável, se for
necessário.
- Observar se há porcas e parafusos
desapertados no colector.
- Ver o vedante da tampa do refrigerador:
abrir o refrigerador, colocar uma tira de papel fino na parte frontal do armário, fechar a tampa e apertar a
lingueta. Puxar a tira do papel. Se a mesma sair facilmente, o vedante da
tampa (porta) precisa de ser ajustado.
Importante:
|
As baterias contêm ácido que pode causar lesões
em contacto com a pele ou com os olhos. Portanto, é necessário confirmar se as
baterias estão colocadas num local seguro e inacessível a crianças. Nunca
aproximar das baterias qualquer objecto ou material que provoque chama (fogo),
porque os gases podem incendiar e provocar uma explosão.
CAPÍTULO
15
PLANIFICAÇÃO
15.1
PLANIFICAÇÃO NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA ACD
Entende-se por planificação um conjunto de acções orientadas
para alcançar objectivos bem definidos. Assim, pode-se chamar planificação à
operação de coordenar a totalidade de acções preventivas ligadas à vacinação da
comunidade, segundo um projecto geral que fixa os objectivos de redução da
morbi-mortalidade por doenças preveníveis pala vacinação e os meios escolhidos
para a sua prossecução.
Neste contexto, os
objectivos do PAV em Mçambique de atingir uma cobertura universal de pelo menos
90% a nível nacional e 80% em cada distrito para todos os antígenos até 2010,
estõ em linha com as recomendações da Sessão Especial da Assembleia Geral das
Nações Unidas de 2002, a qual foi também adoptada por muitos outros países
membros da OMS e por outras Parcerias
para o fortalecimento sustentado dos serviços de vacinação, como é o caso do
GAVI.
O caminho escolhido
para a prossecução dos objectivos acima referidos é a implementação da
estratégia Alcançando Cada Distrito (ACD), com focus no distrito e composto
pelos seguintes cinco compenentes operacioanis:
1.
Re-estabelecimento das actividades das brigadas móveis regularesa as
comunidades distantes
As brigadas móveis são
uma estratégia essencial para levar os serviças de vacinação a todas as áreas populacionais
pouco servidas ou desprovidas de serviços de vacinação, sejam elas urbanas ou rurais, próximas dos serviços
de saúde ou remotas. A base para uma implementação com sucesso das brigadas
móveis é a existência de uma unidade sanitária equipada com uma geleira
funcional, abastecida com vacinas potentes e os respectivos materiais de
injecção, com recursos humanos adequadamente treinados e supervisados, e
com meios de transporte funcionais ou
fundos adequados para custear as deslocações das brigadas móveis.
2. Supevisão
formativa – formação contínua no local de trabalho pelos supervisores
A supervisão formativa
deve construir a capacidade no distrito de implementar serviços de vacinação
seguros e de boa qualidade, incluindo actividades de comunicação, através de
treinamento no local de trablaho e
assiatência regulares. Deve-se aproveitar a oportunidade para integrar a
supervisão de outras intervenções de saúde, como por exemplo, o programa do
AIDI, da Malária, etc.
3. Ligação entre os serviços e a comunidade – encontros
regulares entre a comunidade e os profissionais de saúde
Os serviços de
vacinação necessitam de estar melhor integrados na estrutura comunitária, o que
pode se conseguido através de consultas permanentes entre a comunidade e os gestores
dos serviços de saúde. A comunicação para a vacinação deve ser considerada uma
componente chave do plano distrital, visndo motivar as comunidades a fazer uma
utilização efectiva dos serviços de vacinação e outros serviços e saúde
disponíveis.
4. Monitoria
para a acção – gráficos, mapas em cada unidade sanitária
O sistema de monitoria deve ser
fortalecido para direcionar as acções de planificação e gestão ao nível
distrital. Os dados colhidos devem ser interpretados e usados ao nível da
unidade sanitária.
5. Palnificação
e Gestão dos recursos – melhor gestão dos recursos humanos e financeiros
A planificação e gestão
de recursos é geralmente fraca ao nível do distrito. Os planos distritais devem
possuir o diagnóstico da situação financeira actual e, a cada nível, detalhes
dos recursos humanos e financeiros necessários para alcançar todas as crianças
elegíveis, de uma maneira sustentada.
Para além de planificar
para a implementação efectiva das cinco compenetes operacionais acima
referidos, a abordagem ACD também preconiza que os serviços de vacinação devem
ser dispensados como um pacote integrado de intervenções essenciais em todos os
distritos, de modo a contribuir efectivamente para alcançar os Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio. Este princípio deriva do facto de os serviços de
vacinação serem geralmente os mais desenvolvidos em todos os distritos e
poderem, assim, ser usados como uma plataforma para outras intervenções
essenciais, as quais incluem o AIDI, o controle da Malária, a suplementação com
Vitamina A e outros micronutrientes, as consultas pré-natias, as consultas
pós-parto, a educação sanitária, os serviços curativos, etc. Por outro lado, a
integração torna os serviços mais custo-efectivos e motivadores para as
comunidades, em especial nas áreas de pobre acesso. O pacote mínimo de
imntervenções deve ser definido de acordo com as necessidades específicas e a
capacidade de cada distrito.
Para mais detalhes no
que concerne à abordagem alcançando cada distrito (ACD), recomemnda-se a leitura
do guião para a equipa de gestão do distrito, sobre a implementação da
estratégia ACD.
15.1.1 Etapas no
processo de planificação
De uma forma resumida,
podem-se caracterizar as diferentes etapas de planificação do seguinte modo:
15.1.1.1
Conhecimento da comunidade
Não é possível planificar correctamente
as actividades de vacinação sem um conhecimento muito preciso da comunidade e
dos seus problemas. Este conhecimento fundamenta-se, por um lado, na recolha de
elementos que caracterizam a área - limites, divisão administrativa, dados
demográficos básicos da população, vias de comunicação, rede sanitária,
estruturas sócio-económicas, etc. – e, por outro, no contacto directo e
profundo com a comunidade, único meio de conhecer os seus hábitos, os seus
anseios e os problemas reais relacionados com a sua saúde.
15.1.1.2
Identificação dos
problemas
São
sete as doenças abrangidas pelo PAV, nomeadamente, a tuberculose, difteria,
tétano, tosse convulsa, poliomielite, sarampo e Hepatite B. Algumas destas
doenças afectam uma elevada proporção de crianças nos dois primeiros anos de
vida. O conhecimento da sua incidência e a identificação das áreas de risco são
aspectos primordiais de uma planificação que tenha em vista a redução da
morbi-mortalidade. Os dados estatísticos anteriores existentes nas Unidades
Sanitárias (US) são uma base de apoio a esse conhecimento. Recomenda-se a
análise a nível local (Distrito/US), relacionando-se as coberturas vacinais com
a incidência das doenças do PAV.
15.1.1.3
Estabelecimento de prioridades
É uma sequência lógica da etapa
anterior: a identificação de problemas leva à procura de medidas eficazes de
controlo para os problemas mais graves e frequentes, considerados prioritários.
É, desse modo, que as crianças menores
de um ano e as mulheres grávidas surgem, naturalmente, como grupos-alvo
prioritários. Por outro lado, se considerarmos a localização geográfica, as
áreas urbanas e as períurbanas deverão figurar também como prioritárias, devido
à sua maior acessibilidade e maior facilidade de transmissão das doenças.
Alguns grupos da população como crianças malnutridas e, em situação de
emergência, devem merecer, do mesmo modo, uma atenção especial, por serem de
alto risco.
15.1.1.4
Inventário dos recursos
disponíveis
É uma questão que não pode ser negligenciada,
pois, sem essa inventariação, não é possível programar as acções futuras a
desencadear. Essa inventariação
compreende, não apenas os meios materiais com a cadeia de frio, meios de
transporte, material de vacinação, eventual apoio financeiro, etc. - mas
também, o pessoal executor e colaborador, como sejam os Técnicos de Medicina
Preventiva, os Agentes de Medicina Preventiva, as Enfermeiras de SMI e outro
pessoal ligado ao PAV. Pode-se incluir
também os apoiantes da comunidade, como alunos, socorristas, estruturas locais
de base, etc.
15.1.1.5
Escolha de estratégias e
tácticas
O conhecimento da área geográfica onde
vive a comunidade, dos recursos disponíveis
e dos problemas identificados, levarão à escolha de estratégia(s) a
adoptar para um bom cumprimento do plano. Só assim será possível cumprir o
plano traçado, de forma mais produtiva, vacinando a área com sucesso, tendo em
consideração as prioridades estabelecidas, as vantagens e as desvantagens.
A vacinação na US é sempre preferível
por razões bem conhecidas. Apesar disso, em áreas distantes, de difícil acesso,
poderá ser necessária a utilização de Equipas Móveis. Em qualquer dos casos, é
imprescendível ter presente a existência de um grupo populacional - por vezes numeroso - que por falta de
informação pode não utilizar os serviços oferecidos nas Unidades Sanitárias,
não cumprindo assim com as normas de vacinação e exigindo, portanto,
estratégias especiais de mobilização e de consciencialização.
15.1.1.6
Escalonamento de
actividades de vacinação
As circunstâncias particulares da vida
da comunidade, em determinadas áreas, podem levar à alteração do horário e da
periodicidade das sessões de vacinação, de modo a torná-las mais acessíveis a
grupos populacionais com outros interesses. É o caso, por exemplo, de áreas
essencialmente agrícolas em que a vacinação no período da tarde ou mesmo fora
das horas normais de serviço, poderá ser indicada. Em zonas menos povoadas,
poderá justificar-se a redução das sessões de vacinação para uma ou duas vezes
por semana, enquanto que em áreas mais distantes, servidas por Equipas Móveis,
não será possível mais que uma deslocação mensal, bimensal ou mesmo trimestral.
Seja qual for o horário e a
periodicidade da vacinação, o sucesso estará sempre dependente de uma boa
organização dos serviços e da clara informação transmitida à comunidade.
15.1.1.7
Estabelecimento de objectivos
Se o objectivo geral de uma boa
planificação do PAV for o aumento da cobertura vacinal e a consequente redução
da morbi-mortalidade, não podemos ignorar que a sua concretização depende de
muitos outros objectivos de base a serem atingidos ao longo do processo.
Da boa ou má execução das acções
programadas para cada um deles resultará o sucesso ou o fracasso do objectivo
geral do Programa.
Por tal motivo, cada objectivo deve ser
claramente definido, tendo, indubitalvelmente, como pressuposto, a necessidade
da sua realização. É indispensável, por isso, que para cada objectivo se tenha as suas acções bem programadas e sejam
quantificadas, indicando, com precisão, os pormenores específicos, a data de
realização e o responsável ou responsáveis pelo seu cumprimento.
Cada objectivo deve ser realizável de
acordo com os meios disponíveis e avaliado no seu desempenho.
15.1.1.8
Programação da distribuição de vacinas.
A existência de vacinas em quantidades
suficientes para a vacinação prevista em cada US, deve ser uma preocupação
constante de quem tem a responsabilidade de programação e distribuição.
Cada Província, cidade ou Distrito tem
particularidades próprias que devem ser conhecidas e consideradas para que não
se verifiquem roturas de stock, que poderão comprometer o plano de vacinação.
A distância, a capacidade do depósito, o
equipamento de frio e as condições de transporte são, entre outros, aspectos
que o depósito de distribuição de vacinas não deve menosprezar.
Há, porém, toda a conveniência de que o
rigor de evitar roturas no abastecimento, não leve a um armazenamento excessivo
de vacinas onde não haja condições para a sua conservação, dentro do período estabelecido
para cada nível.
Há, contudo, metodologias aceitáveis
detalhadas no capítulo 13 que, quando associadas ao conhecimento dos gastos
anteriores da US requisitante, respondem de certo modo, às preocupações de quem
tem a função de prever o consumo e dirigir a distribuição:
15.1.1.9
Programação da mobilização da comunidade
(ver mobilização social, capítulo 8)
15.1.1.10
Avaliação do programa e modificação do plano conforme os resultados
Estas duas etapas finais são
importantes para o sucesso do PAV e encontram-se pormenorizadamente
desenvolvidas nos capítulos 17, 18 e 19 deste manual. A sua leitura constituirá
um apoio decisivo para uma boa planificação.
15.2 OBJECTIVOS DA PLANIFICAÇÃO
- Determinar os recursos
necessários para alcançar uma certa taxa de cobertura vacinal
- Determinar as estratégias
necessárias para alcançar uma certa taxa de cobertura vacinal.
- Elaborar um plano para as
actividades de vacinação a ser implementado durante o ano.
15.3
ASPECTOS IMPORTANTES NA PLANIFICAÇÃO DO PAV
Para uma planificação eficiente do PAV,
numa determinada área de saúde, é necessário em primeiro lugar, conhecê-la e
saber recolher dela os elementos indispensáveis para o sucesso da actividade de
vacinação.
Esse conhecimento obtém-se através do Reconhecimento
Físico da área de Saúde, que compete aos técnicos, aos agentes de
medicina preventiva e à outro pessoal de saúde ligado ao Programa. O Guião de Planificação, Organização e
Avaliação para Centros de Saúde descreve os seus aspectos fundamentais.
Nestes apontamentos referir-se-á apenas
a alguns desses aspectos considerados mais importantes aos processos de
planificação e avaliação. Tal facto não impede a consulta do referido GUIÃO, em
caso de dúvidas ou necessidade.
As duas primeiras condições para uma planificação
do programa são:
- Possuir um mapa
pormenorizado que indique os limites administrativos da área de saúde,
vilas, aldeias, bairros, os obstáculos naturais (rios e montanhas), vias
de comunicação, distâncias em quilómetros das Unidades Sanitárias. Numa organização mais completa, o referido mapa poderá desdobrar-se
em simples croquis, um por cada bairro, assinalando a localização de cada
quarteirão ou da Unidade Sanitária.
- Recolher dados
demográficos básicos da população.
Com esta informação pretende-se estabelecer os seguintes critérios:
- Definir a área a servir ou
zona sanitária para cada Centro de Saúde.
- Conhecer a população /
comunidade da zona sanitária.
- Conhecer as distâncias entre
as aldeias / comunidades da zona sanitária e o Centro de Saúde.
- Analizar a situação actual
da vacinação.
- Definir padrões de decisão
sobre quando devem ser utilizadas as brigadas móveis e equipas avançadas.
A seguir é
apresentado um exemplo de um processo de microplanificação distrital por
etapas.
15.3.1
Exemplo de um processo de planificação por etapas
- Desenhar o mapa de cada zona
sanitária incluindo a distância do centro de saúde a cada aldeia /
comunidade e a respectiva população.
Figura
39: Exemplo de mapa de uma zona sanitária
- Determinar a população-alvo
por estratégia (fixa, móvel, avançada).
- Identificar os principais
problemas de vacinação da zona utilizando informações disponíveis e
fazendo uma análise da situação.
- Identificar as estratégias
correctivas para alcançar os objectivos.
- Determinar as actividades
prioritárias.
Figura 40: Fluxograma para identificar as áreas de prioridade e as estratégias
- Determinar as necessidades
anual e mensal em vacinas, seringas e caixas incineradoras ou de
segurança.
Tabela 16: Necessidades em vacina e materiais de injecção segura para
postos fixos e
avançados
Tabela 17: Necessidades em vacina e materiais de injecção segura para a
estratégia das
brigadas móveis
- Agregar os planos das áreas
de saüde em plano distrital.
- Determinar o número de
sessões por estratégia, fixa, móvel e avançada.
Geralmente, as sessões são realizadas em todos os dias úteis nos postos
fixos e 3 – 4 vezes por ano nas brigadas móveis e avançadas.
- Determinar o número de
equipamentos necessários (refrigeradores, caixas isotérmicas, carros,
motorizadas, bicicletas, etc.).
15.4 GRUPOS-ALVO DO PAV
15.4.1 O que é e quais são os grupo-alvo do PAV?
O grupo-alvo do PAV é um determinado
grupo específico de pessoas que está em risco comum de contrair determinadas doenças. Para se obter os
grupos-alvos é relevante que seja conhecido o número da população de cada área
gerida por uma Unidade Sanitária.
Os Grupos-alvo do PAV
prioritários são os seguintes:
-
Menores de 1 ano (0-11 meses)
-
Mulheres grávidas
Também constituem grupos-alvo do PAV:
-
Mulheres em idade fértil (15-49 anos)
-
Alunos das escolas (primeiras e segundas
classes)
-
Trabalhadores de empresas cuja actividade
profissional os torna vulneráveis ao risco de contrair o tétano.
As crianças, que não tenham recebido todas as
vacinas completamente antes completar um ano de vida, deverão ser vacinadas até
aos 23 meses, mas devem ser registadas como crianças fora do grupo-alvo. Estas
crianças não são incluídas na avaliação
do PAV.
15.4.2 Como se calculam os grupos-alvo do PAV?
Para
crianças dos 0 – 11 meses:
A taxa para o cálculo do grupo-alvo
para BCG = (4%)
População
da área X 0,04
Exemplo: População da
área= 20.000
Taxa para cálculo = (4%)
a) Grupo-alvo
(0 – 11 meses BCG) = 20.000X 0,04
Grupo
alvo (0-11 meses BCG) = 800 (crianças a vacinar na área).
b) Para as outras vacinas: A taxa para
cálculo do grupo-alvo = (3,9%); no entanto, pode-se também usar 4% como nos
exemplos anteriores, dada a diferença ser insignificativa.
Grupo-alvo (0-11 meses
para DPT, Polio e VAS) = 20.000 X 0,039
Grupo-alvo (0-11 meses para DPT, Polio e VAS) = 780
c) Para
as Grávidas: Taxa para cálculo do grupo-alvo = (5%)
Grupo-alvo de grávidas
protegidas contra o tétano = 20.000 X 0,05 = 1000
d) Para
as Mulheres em Idade Fértil no geral (MIF’s): Taxa para cálculo = (24,9%)
Grupo-alvo das MIF´s =
20.000 X 0,249 = 4980
a)
Grupo-alvo alunos = Alunos da 1ª classe do
ensino primário da área
b)
Grupo-alvo de trabalhadores = Nº de
trabalhadores das empresas cuja actividade os torna
vulneráveis a contrair o tétano.
|
Exemplo do cálculo dos
grupos-alvo:
O Grupo-alvo dos 0-11 meses, numa
população de 20.000 habitantes, de acordo com o exemplo acima referido, seria
de 800 crianças para vacinar durante todo o ano. Assim, para o nível da Unidade
Sanitártia, é interessante avaliar o grau de cumprimento de vacinação mensal.
Por isso, é preciso saber quantas crianças devem ser vacinadas no fim de cada mês. Por exenplo:
Grupo-alvo dos 0-11 meses para BCG (anual)
= 800
Grupo-alvo mensal dos 0-11 meses = 800 : 12
Grupo-alvo mensal dos 0-11 meses = 66,6
(67 crianças a vacinar mensalmente)
Taxas adoptadas pela Direcção Nacional de Planificação e Cooperação para
cálculo dos
diferentes grupos-alvo do PAV
Tabela 19:Taxas adoptadas no cálculo dos diferentes
grupos-alvo
Idades
|
Variações
|
Taxas a
aplicar no processo de planficação
|
Gravidas
previstas
Partos
previstos
Crianças
menores de 1ano
Crianças
entre 1-4 anos
Crianças
entre 0-4 anos
Crianças
entre 5-14 anos
Crianças
entre 0-14 anos
Mulheres em
idade fértil
|
5%
4.5%
4%
13-16%
17-20%
25-30%
42-50%
22.8%
|
5%
4.5%
4%
13,3%
17,3%
27,0%
44,3%
24.9%
|
A população total do ano pode ser obtida
através das estruturas administrativas,
através de um mini-recenseamento, por inquérito ou por estimativa. Por
estimativa terá de ser aplicada a taxa de crescimento natural (TCN) de 2,6%
(0,026), que é a média Nacional, ou a taxa de crescimento natural da província,
se conhecida, em relação à população do ano anterior.
Habitantes em
1996 + (hab. de 1996 x TCN) = habitantes
em 1997
Exemplo do
cálculo da Taxa de Crescimento Natural para uma população de 50.000 habitantes
em 2000:
50.000 + (50.000 x
0,026) = 51.300 habitantes (2001)
Cada Unidade
Sanitária deve conhecer os grupos-alvo do PAV que, ao mesmo tempo, constituem
a meta:
- número de crianças 0-11 meses
- número de mulheres grávidas existente
- número das mulhres em idade fértil (
MIF´s)
- número de trabalhadores das empresas
seleccionadas para VAT
- n.º de crianças da 1.ªs classes
|
CAPÍTULO
16
INVENTÁRIO
E REQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTO E MATERIAL DO PAV
Existe uma ficha estandardizada para a
identificação do material, do equipamento e das necessidades do PAV. A referida
ficha contem o equipamento necessário para uma Unidade Sanitária com o PAV a
funcionar (ver tabela 20). É através dessa ficha que se pode fazer o levantamento
do material existente nas Unidades Sanitárias e do que falta, ou ainda, do que
necessita de substituição.
Tabela
20: Ficha estandardizada para a
requisição de material e equipamento do PAV
MATERIAL
Descrição
|
|
Exis-
|
Subs-
|
Necessi-
dades
|
Requi
sição
|
Obs:
|
Cadeia
de frio
|
Código
|
tente
|
tituir
|
|
|
|
Geleira a petróleo/eléctrica/gás
|
E3/22
|
|
|
1
|
|
|
Congelador para acumuladores
|
|
|
|
1
|
|
|
Caixa isotérmica RCW2
|
E/4
53
|
|
|
2
|
|
|
Caixa isotérmica IVC 3 (INALSA)
|
E4/67
|
|
|
2
|
|
|
Caixaisotérmica RCW12
|
|
|
|
1
|
|
|
Caixa isotérmica RCW25
|
|
|
|
1
|
|
|
Acumuladores de frio
|
E/515
|
|
|
20
|
|
|
Monitores da cadeia de frio
|
E6/16
|
|
|
2/gel.
|
|
|
Termómetros
|
E6/28
|
|
|
2
|
|
|
Monitor de congelação ( freeze watch)
|
E6/14
|
|
|
1/gel.
|
|
|
Seringas Auto-destrutíveis 0,05 ml
(BCG)
|
E8/18
|
|
|
50
|
|
|
Seringas Auto-destrutíveis 0,5 ml
|
E8/12
|
|
|
200
|
|
|
Seringas de 5 ml para diluição
|
E8/03
|
|
|
25
|
|
|
Petróleo
|
|
|
|
35
litros
|
|
|
Recipiente para petróleo (50 litros)
|
|
|
|
2
|
|
|
Motorizada (para CS Sede ou US com
DMS´s
|
|
|
|
1
|
|
|
Cartões de Saúde da criança
|
|
|
|
500
|
|
|
Cartões de VAT
|
|
|
|
500
|
|
|
Manual de Normas do PAV
|
|
|
|
1
|
|
|
Ficha A01 - Registo diário de crianças
|
|
|
|
50
|
|
|
Ficha A02 - Registo diário de VAT
|
|
|
|
50
|
|
|
Ficha A03 - Resumo mensal – US
|
|
|
|
50
|
|
|
Ficha A11 Controlo de movimento mensal
de vacinas
|
|
|
|
15
|
|
|
Ficha de planificação para as Brigadas
Móveis
|
|
|
|
5
|
|
|
Ficha de actividades
das Brigadas Móveis
|
|
|
|
50
|
|
|
DMS´s = Dias Mensais de Saúde
Quando se trata de um novo Posto Fixo de
Vacinação é importante que a ficha seja preenchida, localmente, para permitir a
requisiçao do que na realidade não existe.
CAPÍTULO
17
AVALIAÇÃO
A avaliação é um acto essencial para o
Programa Alargado de Vacinação (PAV), sem o qual não é possível conhecer, em
determinado momento, a situação em que o programa se encontra em relação ao
cumprimento dos objectivos.
Através da avaliação, é possível saber
se o plano está correctamente elaborado, se a execução tem correspondido à
expectativa e as alterações a introduzir para o melhoramento do programa.
Analisando
a execução:
Planificação
Avaliação Programação
Implementação
Através do processo de monitorização,
isto é, do seguimento das actividades realizadas, através de indicadores de
processos definidos, recebe-se informação das acções realizadas, permitindo
corrigir os erros de planificação e programação. Por outro lado, a avaliação
permite obter dados concretos sobre os resultados obtidos em função dos
objectivos definidos previamente, contribuindo, assim, para avaliar o impacto
das acções realizadas no âmbito da redução da morbi-mortalidade infantil
através do PAV.
Sem prejuízo da avaliação obrigatória a
realizar a nível provincial e nacional, é na Unidade Sanitária que, primeiramente
se deve efectuar a avaliação como um processo de apreciação permanente do
trabalho do pessoal do PAV. Neste caso, mencionam-se em seguida, as principais
acções sobre as quais deve incidir a avaliação baseada num questionário semanal
e mensal, a preencher pelos intervenientes:
SEMANALMENTE
æ Foram realizadas todas as
sessões de vacinação planificadas?
æ As vacinas eram em
quantidade suficiente? Estavam dentro do prazo? Foram
mantidas à temperatura conveniente até ao momento da administração?
æ A temperatura do
refrigerador foi controlada e registada duas vezes ao dia e sempre mantida
entre os + 2o C e + 8º C?
æ A aplicação das vacinas tem
obedecido às regras de uma boa técnica e respeita rigorosamente o calendário vacinal?
æ A cicatriz da vacina de BCG
tem sido observada na altura da administração das 1as Doses de
DPT/HepB e PÓLIO?
æ Foram registados os casos
de abcessos em crianças vacinadas?
æ Todas as mulheres grávidas
e as crianças do grupo-alvo, incluindo as crianças doentes, tiveram o seu
estado vacinal controlado e receberam as vacinas necessárias?
æ Todas as Mulheres em Idade
Fértil que frequentam a Unidade Sanitária estão a ser
vacinadas contra o Tétano de acordo com o calendário de 5
Doses?
æ As mulheres grávidas e as
mães acompanhantes receberam esclarecimentos sobre o
calendáro vacinal e sobre a data de vacinação seguinte?
æ Todo o pessoal de saúde tem
participado na Educação Sanitária?
MENSALMENTE
æ Quantas doses de cada
vacina forma aplicadas em comparação com a meta mensal?
æ Qual foi a quebra entre a
1.ª e 3.ª doses da vacina DPT/HepB/PÓLIO? Foi superior a 20%? Como corrigir?
æ Quantos casos de
doenças-alvo do PAV foram registados? Em que bairros? Há tendência de aumentar
o n.º de casos? que fazer? Os casos têm algum relacionamento com a cobertura
vacinal?
æ Há casos de doenças-alvo do
PAVem crianças vacinadas? Porquê? Quais as medidas a tomar ou tomadas para
evitar novos casos?
æ Os vacinadores têm sido
informados dos erros mais frequentes registados nos inquéritos de cobertura
vacinal?
æ Em quantos bairros foram
realizados trabalhos de esclarecimento e de mobilização social da população
(reuniões, visitas porta a porta, etc.) ou foram vacinados através de Brigadas
Móveis?
æ O Boletim Epidemiológico
Semanal e os dados estatísticos do mês anterior foram analisados e enviados ao
nível superior dentro do prazo?
CAPÍTULO 18
INDICADORES DO
PAV
18.1
DEFINIÇÃO DE ALGUNS INDICADORES ÚTEIS PARA O PAV
Os indicadores são
muito importantes para a monitorização e avaliação do PAV. Assim, existem dois
tipos de indicadores: Quantitativos e Qualitativos
18.1.1 Quantitativos
São aqueles que nos dão
a conhecer o volume do trabalho realizado por uma determinada instituição ou
área de Saúde, etc.
São eles:
-
A Taxa de cobertuta vacinal
-
A taxa de cobertura de crianças completamente
vacinadas antes de um ano de vida
-
A taxa de cobertura de mulheres grávidas
protegidas
-
O Índice do cumprimento (ultimamente não usado)
18.1.1.1
Taxa de cobertura vacinal (TCV)
Para se calcular esta taxa, utiliza-se a
seguinte fórmula:
Realizado
TCV =-------------------- x 100
Grupo-alvo
ou
N.º de
crianças < de 1 ano de idade
que receberam uma
determinada vacina
num determinado período
Taxa
de Cobertura------------------------------------------------------------------------
x 100
N.º total de crianças <
de um ano de idade existentes
no mesmo príodo
18.1.1.2 Taxa
de Cobertura de Crianças Completamente Vacinadas antes de um ano de vida (CCV)
Do mesmo modo,
pode-se calcular a Taxa de Cobertura de Crianças Completamente Vacinadas antes
de um ano de vida (CCV)
Crianças Completamente Vacinadas antes
de um ano de idade
CCV=
----------------------------------------------------------------------------------------
x 100
N.º total de crianças do grupo-alvo (com
< de 1 ano)
Com a introdução deste indicador vão-se
reduzir os inquéritos de avaliação da cobertura vacinal.
Este indicador é útil para conhecer o
esforço dispendido na mobilização da comunidade, avaliar o grau de
esclarecimento da população em relação aos problemas da vacinação e determinar
o nível de funcionameno dos servios.
Por outro lado, este indicador permite
um acompanhamento da gestão do programa.
No entanto, este indicador não é o mais
exacto para a avaliação dos serviços de vacinação por 3 razões:
▪ Baseia-se, para o cálculo do
grupo-alvo, em dados demográficos que podem não ser os reais.
▪ Utiliza o número de doses aplicadas
que pode não ser o correcto.
▪ Não inclui a qualidade da vacina.
Não basta no processo de avaliação
conhecer a percentagem de crianças que receberam uma dada vacina ou completaram
todas elas. Ë muito mais importante calcular e saber quantas delas foram
realmente imunizadas por uma vacinação completa e correcta, isto é, que
obedeceram a todos os critérios de qualidade que a seguir se indicam:
• Ter cartão de Saúde
• Ter cicatriz de BCG
• Ter recebido as 8 doses sem erros no
calendário:
(DPT/HepB1 e
Pólio1, com idade mínma de 6 semanas)
(Intervalo
mínimo de 4 semanas entre as doses nas vacinas de doses múltiplas)
(Sarampo com a
idade mínima de 8,5 meses)
Essa percentagem de crianças com
vacinação completa e correcta representa a taxa de cobertura vacinal
com critérios de qualidade, que é obtida através de inquéritos
periódicos de cobertura vacinal, especialmente realizados para esse fim,
com uma metodologia própia.
Um outro indicador refere-se à vacina
Anti-Tétano para as mulheres grávidas, por exemplo:
18.1.1.3 Taxa de cobertura de mulheres grávidas Protegidas
N.º de de
mulheres grávidas que receberam de 2.ª a 5.ª
Doses de VAT num determinado período
TC de mulheres grávidas Protegidas =
----------------------------------------------------------------- x 100
N.º de mulheres grávidas
existentes na área
(5% da população) no mesmo período
Da mesma maneira, pode-se calcular a taxa de
cobertura de Mulheres em Idade Fértil, no lugar da Taxa de Cobertura de
mulheres grávidas.
Outros indicadores importantes:
18.1.2 Qualitativos
São aqueles que nos indicam a qualidade de serviços
prestados e a qualidade de procedimentos, por exemplo:
Índice de quebra vacinal
Taxa de utilização de vacinas
Disponibilidade de petróleo
Disponibilidade de vacinas
Quebra
vacinal
Geralmente
calcula-se para as vacinas de doses múltiplas. Mas pode também ser calculada
entre diferentes vacinas de dose única. É a diferença entre o número de pessoas
vacinadas com as 1as e o número de crianças vacinadas com as doses
subsequentes (2as ou 3as doses) de uma determinada
vacina. Normalmente, a diferença é maior que Zero, por isso, se chama de Quebra
Vacinal.
18.1.2.1 Índice de Quebra Vacinal
É um
indicador que serve para avaliar o esforço que o pessoal de saúde faz para
informar a população sobre a importância de completar a vacinação,
principalmente as vacinas de doses múltiplas, como a DPTHepatiteB.
Como se calcula o Índice
de Quebra Vacinal?
Se, por
exemplo, durante o ano foram vacinadas 1.023 crianças com a 1ª dose da
DPT/HepatiteB e foram apenas aplicadas 383 vacinas com a 3ª dose, o Índice de
Quebra Vacinal (IQV) será:
1as Doses – 3as
Doses
IQV =
---------------------------------- x 100
1as Doses
1.023 - 383 640
I.Q.V. = ------------------- X 100; I.Q.V. = ------------ X 100 = 62.6%
1.023 1.023
O Índice de
Quebra Vacinal de 62.6% é muito elevado. O índice de quebra vacinal ideal deve
ser inferior a 15%. Este indicador revela o esforço feito pela Unidade
Sanitária na planificação correcta do horário e o circuito das vacinações pelas
Brigadas Móveis bem como o trabalho desenvolvido para a mobilização social das
populações e a consciencialização da população.
Para os principais problemas que
originam índices de quebra vacinal elevados e as estratégias para reduzí-los,
ver capítilo 8.
18.1.2.2 Taxa de utilização de vacinas (TUV)
É um indicador importante para a gestão
do Programa. Pode ser calculada trimestralmente, utilizando dados estatísticos
trimestrais e as fichas de stock de vacinas. A fórmula é a seguinte:
N.º
total de Doses administradas ( pessoas vacinadas)
num
determinado período
TUV = -------------------------------------------------------------------------------- x 100
N.º total de Doses gastas de uma
deteminada vacina
no mesmo período
▪ O denominador é obtido
através da ficha A11: Vacinas distribuídas (utilizadas).
▪ O numerador é
facilmente conhecido através de fichas A03 ou A04 da US do Distrito.
Exemplo da taxa de utilização da vacina
DPTHepatiteB
N.º total de crianças vacinadas contra a DPT/HepB
(fora e dentro do grupo-alvo) durante o trimestre
Taxa Utilização DPT/HepB =
---------------------------------------------------------------------- x
100
N.º
total de Doses de vacinas gastas
durante o mesmo trimetre.
N.º de crianças
vacinadas dentro e fora do grupo-alvo = 2000
N.º de Doses de
vacinas gastas = 3800
2000
TUV
= ................. X 100
3800
TUV = 52.6%
A taxa de utilização de 52,6% é muio
baixa atendendo a que a aceitável seria a partir de 75%. A diferença entre 100%
e 52,6% que é de 47.4%, denominando-se a taxa de desperdício. Porém, também
se pode calcular directamente a Taxa de Desperdício da Vacina (TDV), da
seguinte forma:
N.º total de Doses gastas – N.º total de
pessoas vacinadas
TDV
= ----------------------------------------------------------------------- x 100
N.º total de vacinas gastas
A taxa de utilização é
um indicador muito útil para apreciação da qualidade de planificação do PAV.
O ideal estaria acima de seguintes
valores:
DPT/ HepB - VAT –VAS ------------------------------- 75%
BCG
---------------------------------------------------------- 40%
18.1.2.3 Disponibilidade de Recursos
Por
exemplo, disponibilidade de Petróleo (Disp. Petr) nas US’s (mensal, trimestral
, anual...)
É um indicador que permite avaliar a qualidade da logística e da
utilização dos recursos,
nomeadamente, do petróleo. Exemplo do cálculo:
N.º de US´s que tiveram petróleo
durante um determinado período
US`s. Disp. Petr. =
-------------------------------------------------------------- x 100
N.º total de Unidades
Sanitárias
US
com Disponibilidade de vacinas
Calcula-se da mesma maneira que a disponibilidade
de petróleo, p.e:
N.º de US´s que tiveram vacina
durante um determinado período
US`s. Disp. Vac. =
------------------------------------------------------------------------ x 100
N.º total de Unidades Sanitárias existentes
numa determinada área de saúde
18.2 CONTROLE DA COBERTURA VACINAL COM DADOS DE
ROTINA
A taxa de cobertura obtida através de
dados de cobertura de rotina, pela sua importância como indicador do PAV, deve
ser controlada por meio de uma avaliação frequente, o que poderá ser feito
todos os meses (US e Distrito), trimestralmente (DPS) e semestralmente (MISAU).
No quadro seguinte, que
serve de exemplo para as Unidades Sanitárias, apresenta-se um controle trimestral da vacinação
anti-Sarampo, numa área imaginária, que tem servido de base para estes
apontamentos.
Uma tabela idêntica deve ser elaborada
no início do ano, para cada tipo de vacina.
Tabela
21: Contrôle trimestral da taxa de cobertura vacinal da vacina anti-Sarampo,
por dados
obtidos através da cobertura de rotina
TRIMESTRE
|
G. ALVO
|
META
|
REALIZADO
|
TAXA DE
|
INDICE DE
|
|
CUMULATIVO
|
CUMULATIVA
|
Trimestral
|
Cumulativo
|
COBERTURA
|
CUMPRIMENTO
|
|
1.º trimestre
|
513
|
410
|
380
|
380
|
74%
|
93%
|
2.º Trimestre
|
1026
|
820
|
372
|
752
|
73%
|
92%
|
3.º Trimestre
|
1539
|
1230
|
390
|
1142
|
74%
|
93%
|
4.º Trimestre
|
2052
|
1640
|
295
|
1537
|
75%
|
94%
|
A primeira coluna indica os trimestres
do ano.
A 2.ª coluna indica o n.º de crianças
menores de um ano de idade existentes nessa área (grupo-alvo). Esse grupo-alvo
é colocado por trimestre, de uma forma cumulativa, isto é, multiplica-se o
valor do primeiro trimestre pelo número de trimestre em causa. Por exemplo:
Grupo-alvo
do 1.º trimestre = 513
Grupo-alvo
do 2.º trimestre - 513 X 2 =1.026
Grupo-alvo
do 3.º trimestre - 513 X 3 =
1539
Grupo-alvo
do 4.º trimestre - 513 X 4 =
2.052
Obrigada mi ajudou muito essa matéria.
ResponderEliminarOs exemplos são explícitos é fácil compreender.
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