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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Manual de PAV 3 parte


 

CAPÍTULO 12

 

MONITORES DO SISTEMA DE CADEIA DE FRIO

 

Existem diferentes instrumentos usados na monitoria do sistema de cadeia de frio. Os mais comuns são os termómetros, os cartões monitores, o monitor do frasco de vacina (VVM), o frezze watch (relógio de congelação). Adicionalmente, quando se suspeite de congelamento de vacina, também se usa o teste de agitação (shake test).

 

12.1 REGISTO DE TEMPERATURA

 

O registo de temperatura é feito diariamente duas vezes por dia, de manhã e a tarde, usando instrumentos de medição de temperatura chamados termómetros. A temperatura é registada em fichas especialmente desenhadas para o efeito (vide figura 22). Esta tarfefa é miuto importante dado que qualquer falha no funcionamento do refrigerador será descoberta e tomadas medidas imediatamente através do reajustamento do termostato. Isto irá evitar a perda da vacina ou a administração de vacina que tenha sido exposta a altas temperaturas.

 

Existem vários tipos de termómetros. Os mais comuns são:

 

  • Termómetros de líquido cristalino – são usados durante o transporte de vacina e nos refrigeradores. Não funcionam em temperaturas abaixo do ponto de congelamento.

 

  • Termómetros de relógio (figura 21) – existem dois tipos de termómetros de relógio. O primeiro é usado nos depósitos centrais, regionais e distritais de vacina. Tem alarme e pode registar temperaturas mínimas e máximas. O segundo tipo não possui nem alarme nem capacidade de registar temperaturas máximas e mínimas. São usados durante o transporte da vacina e namaioria dos refrigeradores.

 

  • Termómetros termográficos (figura 21) – são termómetros construídos no interior das câmaras frias, que registam graficamente a temperatura da câmara de forma contínua. São geralmente usados nos depósitos centrais e regionais de vacina. 

 

12.2 CARTÃO MONITOR

 

O cartão minitor é um cartão rectangular especial com 4 janelas ovais com uma fita estabilizadora na extremidade. O monitor é activado quando a fita é removida. As mudanças de côr ocorrem em correspondência ao aumento da temperatura.

 

12.2.1 Como funciona o cartão monitor

 

Cada cartão monitor tem um indicador sensível ao calor na forma de uma fita com 4 janelas acopladas a ela. O indicador funciona a duas temperaturas diferentes, 10o C e temperaturas acima de 34o C. O cartão é completamente estável ao calor até que seja activado pela remoção da fita estabilizadora. As instruções para a interpretação do cartão monitor se encontram impressas no cartão. Uma vanategm deste monitor é que a mudança da côr é ireversível. A côr pára de se espalhar




Figura 24: Termómetros de relógio e termográfico


 

 

 

 

 

 

Figura 25: Gráfico de registo de temperatura


 

 

 


E = Tarde

 

M = Manhã

 

Verifique o refrigerador se a temperatura aumentar
 

Limites de  temperatura segura
 

Ajuste o termostato para “mais quente”
 

 

 

 

 

quando a temperatura esteja abaixo de 10o C, mas não volta ao estágio anterior mesmo que a vacina seja colocada num congelador. Quanto maior for a temperatura, maior será a rapidez com que a côr azul se espalhará de uma janela para outra.

 

Conserve o Cartão Monitor da Cadeia de Frio juntamente com a vacina


 

 

            Quando o Cartão Monitor chegar, preencha a parte superior esquerda do Cartão:

-          (1) anote a data de entrada

-          (2) anote o índice (0, A, B, C e/ou D)

-          (3) anote o local

 

Quando o Monitor sair, complete a parte superior direita do Cartão:

 

-          (4) anote a data de saída

-          (5) anote o índice (0, A, B, C e/ou D)

 

  • Se as janelas A,B,C e D estiverem completamente brancas, use as vacinas normalmente

 

  • Se as janelas A a C estiverem completamente azuis e a D ainda estiver branca, quer dizer que a vacina esteve exposta a uma temperatura superior a 10ºC durante o seguinte número de dias:

 

 

 

 Tabela 7: Interpretação da alteração do cartão monitor com a exposição à temperaturas elevadas

 

 
 
 
ÍNDICE
 
 
A
B
C
A uma temperatura de 12ºC
3 dias
8 dias
14 dias
A uma temperatura de 21ºC
2 dias
6 dias
11 dias

 

 

Se a janela D estiver azul, quer dizer que houve uma quebra na cadeia de frio a uma temperatura superior a 34ºC, durante duas horas pelo menos. Verifique a cadeia de frio.

 

A instrução “use antes de três meses”  não deve ser observada se a data de expiração ou  a política local da cadeia de frio requerer um período mais curto antes do seu uso ou descarte.


 


Garanta a aplicação da vacina potente  observando as normas do Cartão Monitor
 
 

 

 

 


Figura 26: Cartão Monitor

 




 

12.3 MONITOR DO FRASCO DE VACINA (VVM)

 

A vacina anti-pólio já é produzida com um monitor pequeno no frasco. Esse monitor tem uma parte interior de côr branca. Quando essa parte branca fica com uma côr igual à da parede externa que a reveste ou se torna mais escura, a vacina anti-pólio já não pode mais ser usada (vide figura 24).

 

Muito em breve, todas as vacinas usadas pelo PAV terão o respectivo monitor. Os monitores dos frascos de vacinas líquidas situam-se na parte lateral (cilíndrica) do frasco de vacina, enquanto o monitor das vacinas liofilizadas (em pó), situa-se na parte superior (topo) do frasco de vacina (vide figura 25).

 

12.4 RELÓGIO DE CONGELAMENTO (FREEZE WATCH)

 

É uma pequena ampola de vidro preenchida com líquido  colorido. Se a temperatuta cair abaixo  de – 3o C, a ampola arrebenta e espalha um líquido vermelho (vide figura 26). É útil para detectar se as vacinas que não devem ser congeladas (DPT/Hepatite B e VAT) foram ou não expostas a temperaturas adversas (congeladas). Se as vacinas tiverem sido congeladas não devem ser usadas pois terão perdido a potência.

 


 

12.5 TESTE DE AGITAÇÃO (SHAKE TEST)

 

 

É um teste simples que pode ser feito em qualquer estágio da cadeia de frio. A velocidade de sedimentação de um frasco suspeito de ter congelado é comparada com a de um frasco similar de DP/Hepatite B ou VAT que se sabe tenha siso conservado a temperaturas correctas. Agite os dois frascos vigorosamente e siga as instruções como descrito abaixo (figura 27).

 

Como já referido no capítulo 6, este teste não é perfeito. É subjectivo, requer experiência e não identifica fielmente todos os frascos de DPT/Hepatite B e VAT que possam estar estragados por congelamento. Assim, descarte os frascos se houver forte probabilidade de terem sido congelados.

 

 

Figura 27: Interpretação do monitor do frasco de vacina  Figura 28: Localização do VVM no

     frasco de vacina líquida e liofilizada

 


Ampola de vacina liofilizada congelada
 


 


Frasco de vacina liofilizada
 
Frasco de Vacina líquida
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Figura 29: Interpretação do Relógio de Congelamento (Freeze Watch)

Figura 30: Teste de agitação para as vacinas líquidas DPT/Hep B e VAT


Vacina nunca congelada
 
Vacina congelada e descongelada
 
Não há sedimentação
 
 
Sedimento denso
 
Use esta vacina
 
Não use esta vacina
 
 



 


CAPÍTULO 13

 

GESTÃO DA VACINA

 

 

13.1 PROCUREMENT DA VACINA

 

As estimativas anuais para o procurement da vacina para todo o país são feitas pela unidade central do PAV numa base anual. Estas estimativas têm em conta :

 

  • Se houve rupturas de stock.
  • O aumento da população menor de 1 ano.
  • O disperdício de vacina.

 

O pedido é enviado ao Centro de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM) do MISAU e ao UNICEF, que faclitam  processo de procurement para todo o programa de vacinação.

 

Antes da vacina chegar ao país, normalmente recebe-se um fax no depósito central do PAV dando a sguinte informação:

 

  • Tipo de vacina a ser desembarcada.

 

  • Número de frascos ou doses esperados.

 

  • No de voo.

 

  • Hora de partida do país de origem.

 

  • Hora de chegada ao país receptor (neste caso, Moçambique).

 

  • No do Airway Bill (AWB).

 

  • No de embalagens esperadas e o peso bruto.

 

 

Uma vez se tenha recebido esta informação,

 

 

  • A MEDIMOC inicia os procediemntos para o desalfandegamento da mercadoria.

 

  • O depósito central prepara espaço para armazenar a vacina.

 

  • Disponibiliza-se transporte para colecta imediata da vacina logo que desembarcar no aeroporto.

 

Quando a vacina chega no depósito central deve-se proceder do seguinte modo:

 

  • Verificar e registar o estado dos monitores de vacina que acompanham as caixas individuais de vcaina, para avaliar a manutenção da cadeia de frio durante o transporte.

 

  • Verificar e registar as condições dos acumuladores que acompanham as caixas individuais de vacina.

 

  • Verificar e registar a quantidade de vacina recebida e as embalagens.

 

  • Uma vez que se confirme que as vacinas foram transportadas adequadamente, elas são organizadas pela data de expiração e armazenadas a varias temperaturas recomendadas, isto é, entre – 15o C e – 25o C para a VAP e a anti-Sarampo e BCG, e entre + 2o C e 8o C, para as vacinas da DPT/Hepatite B e VAT.

 

 

13.1.1 Como calcular as necessidades em vacina

 

 

É importante receber as quantidades correctas de vacina durante cada período de abastecimento, por exemplo, durante cada mês. Se poucas quantidades forem recebidas, pode haver ruptura antes do abastecimento seguinte, causando atrasos nas actividades de vacinação. Se muita quantidade for solicitada, algumas vacinas podem expirar antes de serem usadas e serem disperdiçadas. Adicionalmente, existe sempre o risco de falhas na energia, ou avaria do refrigerador. Nestes casos,  se houver muito stock de vacina, uma grande quantidade da vacina poderá ser destruída enquanto o refrigerador estiver avariado

 

 

Assim, é importante calcular a quantidade exacta de vacina necessária para cada unidade sanitária.

 

Os passos seguintes ajudam na estimativa das quantidaes de vacina necessária:

 

 

  • A =      Estimar o tamanho da população total. Pode-se usar dados do censo se estiverem

disponíveis.

 

  • B =      Calcular o grupo-alvo em %.

 

  • C =      Estimar a cobertura esperada.

 

  • D =     Calcular o número de doses a serem administradas.

 

  • E =      Estimar a quantidade de vacina necessária.

 

  • F=       Estimar o desperdício (converter em factor de disperdício).

 

  • G =     Calcular a quantidade de vacina incluindo o desperdício.

 

  • H =     Estimar o stock de segurança, normalmente 25% de G.

 

  • I =       Calcular a quantidade total de vacina incluindo o stock de segurança.

 

  • J =       Calcular o número de frascos de vacina, tendo em conta que a vacina sempre vem em frascos.

 

Tendo em conta os passos acima, a seguinte fórmula é usada para o cálculo da quantidade de vacina necessária:

 

 

E =  B x C x D

 

A seguir estima-se o desperdício (F) que é convertido em factor de desperdício (FD).

 

No país foi estabelecido que o desperdício ocorre aos seguintes níveis para as diferentes vacinas:

 

 

-           BCG,                           50%

-           VAP,                           20%

-           Sarampo,                     30%

-           DPT/Hepatite B,        20%

-           VAT,                           25%

 

Estas taxas de disperdício correspondem aos seguintes factores de desperdício:

 

Tabela 8: Taxas de desperdício e factores correspondentes

 

Taxa de disperdício de vacina
 
5%
 
10%
 
15%
 
20%
 
25%
 
30%
 
35%
 
40%
 
45%
 
50%
 
55%
 
60%
Factor de desperdício equivalente
 
1.05
 
1.11
 
1.18
 
1.25
 
1.33
 
1.43
 
1.54
 
1.67
 
1.82
 
2.00
 
2.22
 
2.50

 

 

Qualquer taxa de desperdício pode ser convertida em factor de desperdício aplicando a seguinte fórmula:

           

                                                                 100

Factor de desperdício =      ------------------------------------------  

                                                (100 – taxa de desperdício)

 

Por exemplo, para converter uma taxa de desperdício de 40% em factor de desperdício, fica:

 

 

                                                      100                                         100

Factor de desperdício =     ----------------------   =      -----------------    =   1.666 ~ 1.67

                                    (100 –  40)                         60

                                                               

Uma vez calculado o fator de desperdício, calcula-se a quantidade de vacina necessária incluindo o disperdício (G), usando a seguinte fórmula: G = E + F

 

 

Segue-se o cálculo do stock de segurança (H), que corresponde a 25% da vacina calculada na alínea anterior (G). Assim, teremos: H = G x 25%

 

 

Finalmente, a quantidade total de vacina (I) necessária para o distrito será dada pela soma da quantidade de vacina incluindo o desperdício (G) com o stock de segurança (H), isto é, I = G + H.

 

 

Exemplo de cálculo de necessidades em vacinas para um distrito com uma população total de 35.000 habitantes.

 

 

Exemplo de vacina de dose única – BCG

 

 

A =      População total (Pt) = 35.000

 

B =      Grupo-alvo = 4% da Pop Total = 35.000 x 4% = 1.400 crianças

 

C =      Cobertura esperada = 95%

 

D =     Número de doses a administrar por criança = 1 dose

 

E =      Número de doses de vacina = B x C x D

 

Ou seja,

 

            1.400 x 95% x 1 = 1.330

 

F =      Estimar o disperdício para a BCG, geralmente 50% (FD = 2)

 

G =     Calcular a quantidade de vacina incluindo o desperdício  = E x F

 

Ou seja,

 

            1.330 x 2 = 2.660

 

H =     Estimar o Stock de Segurança, geralmente 25% de G

 

Ou seja,

 

 = 2.660 x 0,25 = 665

 

I =       Calcular a quantidade total de vacina = G + H

 

Ou seja,

 

2660 + 665 = 3.325 doses de BCG necessárias para todo o ano no distrito.

 

Como a BCG vem em frascos de 20 doses cada, divide-se a quantidade total de vacina calculada (I) em doses por 20, para saber quantos frascos de vacina (J) são necessários.

 

Assim teremos: J = I / 20

 

Frascos de BCG = 3.325/20 = 166,25 frascos, arredondados para 167 frascos de BCG.

 

 

Exemplo de vacina de dose Múltipla – DPT/Hepatite B

 

 

A =      População total (Pt) = 35.000

 

B =      Grupo-alvo = 4% da Pop Total = 35.000 x 4% = 1.400 crianças

 

C =      Cobertura esperada = 90%

 

D =     Número de doses a administrar por criança = 3 dose

 

E =      Número de doses de vacina = B x C x D

 

Ou seja,

 

            1.400 x 90% x 3 = 3.780

 

F =      Estimar o desperdício para a DPT/Hepatite B, geralmente 20% (FD = 1,25)

 

G =     Calcular a quantidade de vacina incluindo o desperdício  = E x F

 

Ou seja,

 

            3.780 x 1,25 = 4.725

 

H =     Estimar o Stock de Segurança, geralmente 25% de G

 

Ou seja,

 

 = 4.725 x 0,25 = 1.181

 

I =       Calcular a quantidade total de vacina = G + H

 

 

Ou seja,

 

4.725 + 1.181 = 5.906 doses de DPT/Hepatite B necessárias para todo o ano no distrito.

 

Como a DPT/Hpatite B vem em frascos de 10 doses cada, divide-se a quantidade total de vacina calculada (I) em doses por 10, para saber quantos frascos de vacina (J) são necessários.

 

Assim teremos: J = I / 10

 

Ou seja,

 

Frascos de DPT/Hepatite B  = 5.906/10 = 509,6 frascos, arredondados para 510 frascos de DPT/Heapatite B.

 

 

13.1.2 Estimativa das necessidades em seringas AD

 

 

Continuando os passos iniciados acima, os cálculos devem continuar para estimar a quantidade de seringas auto-destructíveis – AD ( K) para a aplicação da vacina. A fórmula para tal é a seguinte:

 

K (Total seringas AD) = (E (número de doses de vacina) + H (stock de segurança) ) x 1,11  onde:

 

E   =    Número de doses de vacina calculada acima

 

H  =    Stock de segurança da vacina em causa.

 

1,11  é o factor de desperdício corresponde à taxa de desperdício de 10%, geralmente considerado o valor máximo aceitável para o desperdício de seringas.

 

 

Continuando o exemplo acima para a BCG, teremos:

 

E =      1.330

 

H =     665

 

Taxa de desperdício para seringas, 10% ~ FD = 1,11

 

Ou seja,

 

K (Total Seringas AD) = (1.330 + 665) x 1,11

 

    =  1995 x 1,11 =  2.215 Seringas AD para a BCG

 

 

Continuando o exemplo acima para a DPT/Hepatite B, teremos:

 

 

E =      3.780

 

H =     1.181

 

Taxa de disperdício para seringas, 10% ~ FD = 1,11

 

 

 

Ou seja,

 

 

 

K (Total Seringas AD) = (3.780 + 1.181) x 1,11  =  4.961

 

    = 4.961 x 1,11 =  5.507 Seringas AD para a DPT/Hepatite B.

 

 

Nota: para obter o número total de seringas auto-destructíveis (AD) para injecção, é necessário somar a quantidade de seringas AD necessárias para cada vacina. Considerando que na aplicação das vacinas DPT/Hepatite B, VAS e VAT, usa-se o mesmo tipo de seringas de 0,5 ml, o total de seringas AD de 0,5 ml será:

 

 

Total AD (0,5 ml) = Seringas AD (DPT/Hepatite B) + Seringas AD (VAS) + Seringas AD (VAT)

 

 

No caso da BCG, porque usa seringas AD de graduação diferente de qualquer outra vacina, a quantidade total necessária deve ser considerada separadamente. Assim, para a BCG teremos:

 

 

Total seringas AD (0,05 ml) = Seringas AD (calculadas para a BCG).

 

 

 

13.1.3 Estimativa das necessidades em seringas de diluição

 

 

Para calcular o número total de seringas de diluição necessárias divide-se o número total de doses de vacina calculado pelo número de doses por frasco, neste caso 20 se se tratar de BCG e 10 se for VAS, ou seja, o número total de frascos é igual ao número de seringas de reconstituição. Deve-se acrescer 10% de despersdício, que convertido em factor de disperdício (FD) é igual a 1,11.  

 

Assim, a fórmula será:

           

                                                 H (Total doses de vacina)

L (Total seringas diluição) =  -------------------------------------  x 1,11

                                                            20 ou 10

 

 

Continuando o exemplo acima para a BCG, teremos:

 

 

L =      Total de seringas de diluição

 

H =     Total de doses de vacina da BCG incluindo o stock segurança= 3.325

 

1,11 é o FD ~ à taxa de desperdício de 10%

 

Logo,

 

                                                3.325

L (Total des seringas de diluição) = ------------------ x 1,11

                                                  20

 

                                     = 166 x 1,11

 

 = 185 seringas de diluição só para a BCG são necessárias para

 todo o ano no distrito.

 

A vacina DPT/Hepatite B não necessita de seringas de diluição, por isso não são aqui calculadas.

 

Nota: para obter o número total de seringas de diluição (SD) para todas as vacinas injectáveis liofilizadas (BCG e VAS), é necessário somar a quantidade de seringas de diluição (SD) necessárias para cada vacina, isto é, Total SD = SD (BCG) + SD (VAS).

 

Todas estas necessidades podem ser resumidas  numa tabela de acordo com cada tipo de seringas, como no exemplo a seguir:

 

 

Tabela 9. Tipos de vacina e respectivas seringas

 

 

Tipo de vacinas
Tipo de seringas
Total
BCG
0,05 ml
 
DPTHepatiteB, VAS e VAT
0,5 ml
 
Para diluição
5 ml
 

 

 

13.1.4 Estimativa das necessidades em Caixas Incineradoras

 

Finalmente o cálculo das necessidades termina com a estimativa do número de caixas incineradoras (M) necessárias para a deposição de todas as seringas, tanto as Auto-Destructíveis (K) assim como as de Diluição (L). Estima-se que cada caixa incineradora deve comportar 100 seringas. Assim, a fórmula para o cálculo  do número de caixas incineradoras (M) será:

 

                                                            K + L

M (Número de caixas incineradoras)  =  ------------------------- x 1,11

                                                               100

onde,

 

K =     Número total de seringas AD

 

L =      Número total de seringas de diluição

 

1,11 é o FD ~ à taxa de desperdício de 10%,

 

Continuando o exemplo acima para a BCB, teremos:

 

K =     Número total de seringas AD = 2.215

 

L =      Número total de seringas de diluição SD = 185

 

1,11 ~ Factor de Desperdício (FD) para as caixas incineradoras;

 

                                                            2.215 + 185

M (Número de caixas incineradoras)  = ---------------------------------- x 1,11

                                                                  100

 

                                              = 24 x 1,11 = 27 caixas incineradoras para a BCG.

 

 

Continuando o exemplo acima para a DPT/Hepatite B, teremos:

 

K =     Número total de seringas AD = 6.883

 

L =      Número total de seringas de diluição SD = 0

 

1,11 é o FD ~ à taxa de desperdício de 10%,

 

                                                                5.507

M (Número de caixas incineradoras)  = ---------------------------------- x 1,11

                                                                  100

 

                                              = 55,07 x 1,11 = 61,127 ~ 62 caixas incineradoras para a DPT/HepatiteB.

 

 

Nota: para obter o número total de caixas incineradoras (Cx Inc) para todas as vacinas injectáveis (BCG, DPT/Hepatite B, VAT e VAS), é necessário somar a quantidade de caixas incineradoras necessárias para cada vacina, isto é, Total Cx Inc = Cx Inc (BCG) + Cx Inc (DPT/Hepatite B) + Cx Inc (VAT) + Cx Inc (VAS).

 

Os cálculos acima apresentados sobre a estimativa das necessidade podem ser resumidos na tabela seguinte:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tabela 10. Cálculo das necessidades em vacina da BCG e respectivos materiais de injecção segura



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tabela 11.        Cálculo das necessidades em vacina da DPT/Hepatite B e respectivos materiaisde injecção segura



 

 

Nota:

 

No cálculo das necessidades há que ter sempre em conta o número de doses necessárias para cada tipo de vacina

 

} A vacina BCG é uma dose única
} A vacinação antitetânica compreende, em média,  2 doses por ano
} A vacina DPTHepatite B é dada em 3 doses
} A vacina anti-sarampo é dada numa dose única
} Avacina Antipólio e dada em 4 doses

 

 

 

13.2  Requisição de Vacina

 

 

Para proceder à requisição de vacina é necessário definir os seguintes parâmetros:

 

 

  • Definir o período de abastecimento

 

  • Calcular as necessidades para o período

 

  • Estabelecer o nível dos stocks críticos

 

  • Calcular a quantidade a ser requisitada

 

 

O período de abastecimento é trimestral para os níveis central e provincial, e mensal para os níveis distrital e de unidade sanitária.

 

Para os níveis central e provincial, as necessidades de vacina para o período serão calculadas dividindo a quantidade anual por 4(o ano tem 4 trimestres). Para os níveis distrital e de unidade sanitária as necessidades da vacina para o período serão calculadas dividindo a quantidade anual por 12 ( o ano tem 12 mêses).

 

 

Continuando com o exemplo acima para a BCG,

 

 

Quantidade Total de Vacina

 

Para Depósito Central/Provincial

 

Quantidade total calculada da vacina BCG: 3.325 ~ 3.340 (os frascos são de 20 doses cada)

 

Para Depósito Distrital/Unidade Sanitária

 

Quantidade total calculada da vacina BCG: 3.325 ~ 3.340 (os frascos são de 20 doses cada)

 

 

Peíodo de Abastecimento

 

 

Para Depósito Central/Provincial

 

Período de abastecimento trimestral, logo: 3.340/4 = 835 ~ 840 doses por trimestre.

 

Para Depósito Distrital/Unidade Sanitária

 

Período de abastecimento mensal, logo: 3.340/12 = 278,3 ~ 280 doses por mês.

 

 

 

Stocks Críticos (Máximo e Mínimo)

 

 

Os níveis de stock críticos compreendem o stock máximo, o stock mínimo e o ponto de requisição.

 

O stock máximo é a quantidade trimestral ou mensal calculada como ilustrado na alínea anterior, conforme se trate de depósito central/provincial ou distrital/unidade sanitária, respectivamente.

 

Assim, continuando com o exemplo acima para a BCG, para o nível distrital/US o stock máximo mensal é:

 

3.340/12 = 278,3 ~ 280 doses

 

O stock mínimo corresponde ao stock de segurança, geralmente considerado 25% das necesidades reais. É importante recordar que no cálculo da quantidade total anual da vacina já estão incluídos os 25% do stock de segurança (ver alínea H da tabela de cálculo das necessidades em vacina e materiais de injacção). Assim, 25% de 280 doses correspondem ao stock de segurança, isto é,

 

280 x 25% = 70 doses.

 

Isto significa que a quantidade real de vacina necessária é igual a 280 – 70 = 210 doses.

 

Ponto de Requisição

 

Para calcular o ponto de requisição usa-se a quantidade real necessária. Continuando com o exemplo da BCG, teríamos:

 

280 – 70 = 210 doses de BCG é a quantidade real de vacina necessária por mês

 

Neste caso é necessário ter-se uma idéia de quanto tempo é necessário para o carro ir até ao depósito provincial ou distrital e voltar. Para fins práticos adopta-se o tempo de uma semana, considerando que o mês tem 4 semanas. Isto significa que quando sobrar quantidade de vacina para uma semana, deve-se fazer uma nova requisição. Este é o ponto de requisição.

 

Continuando o exemplo anterior da BCG, teríamos:

 

210/4 = 52,5 ~ 53 doses de BCG correpondem ao ponto de requisição; como os frascos de BCG são de 20 doses, pode-se arredondar para 60 doses.

 

Isto significa que quando sobrarem 60 doses de BCG (ponto de requisição) + as 70 doses do stock de segurança, o responsável do PAV no distrito ou na unidade sanitária, deve fazer uma nova requisição da vacina BCG. Enquanto o carro vai trazer a nova vacina, ele/ela vai usando ao longo da semana as 130 (60+70) doses que sobram. Assim, teoricamente, até á altura em que o carro chegar com a nova vacina, o responsável do PAV terá no seu depósito cerca de 70 doses de BCG, correspondente ao stock de segurança. É importante notar que, em condições normais, o stock de segurança é igual em todos os meses, isto é, é sempre de 70 doses, neste exemplo.

 

 

 

 

A quantidade de vacina a requisitar é dada pela seguinte fórmula:

 

Qunat. Requisitar (Qreq) = Stock Máximo (S Max) – Stock Disponível (S Disp) + Ponto de Requisição(Preq)

 

Continuando  exemplo da vacina da BCG acima, teríamos:

 

S Max = 280 doses

S Disp = 90 doses

Preq     = 60 doses

 

Qreq    = S Max – S Disp + Preq

 

Qreq    = 280 – 90 + 60 = 250

 

Nota: o stock disponível é a quantidade de vacina existente em stock na altura em que se emite a requisição. Pode ser encontrado através da contagem física ou calculado subtraindo do stock máximo o total da vacina gasta , ou seja:

 

Stock Disponível (S Disp)= Stock Máximo (S Max) – Total Vacina Gasta (Aviada + Perdas).

 

Outro exemplo ainda com a BCG para o nível do distrito/US:

 

S Max = 280 doses

S Disp = 170 doses

Preq     = 60 doses

 

Qreq    = S Max – S Disp + Preq

 

Qreq    = 280 – 170 + 60 = 170

 

Os mesmos passos são usados para calcular as necessidades a requisitar para outras vacinas e materiais de vacinação.

 

Nota:

 

É muito importante observar as seguintes condições:

 

  • Uma nova requisição deve ser feita antes ou o mais tardar quando o stock alcança o ponto de requisição

 

  • De cada vez que se emite uma requisição, deve-se requistar todos os antígenos com o respectivo diluente.

 

  • Se houver actividades suplementares, como por exemplo, campanhas, deve-se emitir emitir uma requisição separada, para não interferir com os cálculos para a rotina.

 

 

 

 

 

 

Tabela 12: Ficha de requisição de vacina para os níveis provinciais, distritais e de unidade sanitária



 

 

13.3 Controle de stock de vacina e materiais

 

Para controlar a quantidade de vacina recebida no depósito distrital e distribuída às unidades sanitárias e manter o controle da vacina à medida que é entregue ao pessoal do PAV, é necessário manter os registos. Esses registos mostrar-lhe-ão imediatamente:

 

 

  • Que quantidade de cada vacina se encontra no refrigerador.

 

  • A data de expiração de cada vacina.

 

  • Que vacinas foram aviadas aos centros de saúde e dispensários.

 

  • Que vacinas foram devolvidas pelos centros de saúde e dispensários.

 

  • Quanta vacina foi aviada para o depósito distrital ou unidade sanitária e as datas.

Estes dados devem ser guardados numa ficha de registo de stock de vacina, usando uma ficha separada para cada tipo de vacina. Para tal, pode-se usar, por exemplo, um livro de registo de stock de vacinas e materiais recebidos ao longo do ano. Proceda da seguinte maneira:

 

  • Divida o livro em secções separadas de várias páginas para cada tipo de vacina ou outro material ou equipamento usado.

 

  • Prepare tabelas para cada vacina e identifique as colunas com na tabela 12. As páginas frontais do livro são usadas para registar os detalhes de cada vacina ou seringas AD ou diluente ou outro material/equipamento.

 

  • Para cada vacina recebida ou aviada, deve-se registar todos os detalhes incluindo o número de lote, a data de expiração, o estado do monitor do frasco de vacina (VVM), a quantidade, etc.

 

  • Depois de cada recpção ou aviamento, deve-se calcular e rgistar o stock em balanço. O balanço registado deve ser verificado periodicamente a intervalos regulares, através de contagem física, por exemplo, uma vez por mês no nível distrital e de unidade sanitária, e trimestralmente  nos depósitos provincial e central.

 

 

 Tabela

13: Ficha de controle de stock de vacinas e materiais de vacinação

 

 

13.4 Teste de potência da vacina

 

As vacinas não são rotineiramente enviadas para o teste a menos que uma grande quantidade tenha sido exposta a uma falha da cadeia de frio. Não é econômico testar pequenas quantidades.

 

 

A potência e segurança das vacinas são testadas pelo fabricante antes de serem liberadas para o mercado. É mandatório que os protocolos de produção sejam devidamente assinados pela Autoridade Nacional de Controle Laboratorial e sejam submetidos com cada lote recebido pelo depósito central. Esses protocolos devem conter todos os detalhes dos testes realizados e devem incluir os testes de esterilidade, testes de inocuidade, considerações finais, testes de identidade e datas de expiração de cada lote.

 

 

Devido aos custos e complexidade envolvidos no teste das vacinas, a OMS forneceu um guião sobre a quantidade de vacina sob suspeita que justifique um teste (tabela 13).

 

 

 

Tabela 14: Informação para testar a potência da vacina

 

 
Vacina
Nr. de doses envlvidas justificando
um teste
Nr de doses necessárias para o teste
Tempo em que se espera a resposta (pemitindo testes repetidos)
Condições de transporte
 
VAP (oral)
 
Sarampo (Lifilizada-congelada)
 
 
2.000
 
2.000
 
 
50
 
1 mês
 
 
 
 
 
 
 
 
2o C a 8o C
 
BCG (Liofilizada-congelada)
 
 
20.000
 
 
 
 
 
100
 
 
 
 
 
3 mêses
 
DPT/Hepatite B
 
 
200.000
 
Tetanus Toxóide (VAT)
 
50.000

 

Nota: não é normal levar vacina de uma unidade sanitária para ser testada. A quantidade é muito pequena para justificar o custo de transporte e do teste.

 

 

Algumas vezes é necessário testar a potência das vacinas em uso num programa de vacinação, particularmente quando se suspeita de sua potência.

 

As amostras a serem testadas devem ser colhidas nos pontos onde é mais provável a cadeia de frio estar enfraquecida. Essas amostras devem ser claramenre identificadas com a data, o local e o nome da pessoa que as colheu. As amostras são depois embrulhadas, colocadas numa caixa isotérmica com acumuladores e enviadas ao laboratório onde serão testadas. Os resultados obtidos irão ditar as acções subseqüentes.

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