CAPÍTULO 8
COMO ORGANIZAR
UMA SESSÃO DE VACINAÇÃO
8.1
ORGANIZAÇÃO DE UMA SESSÃO DE VACINAÇÃO
8.1.1
Objctivo de uma sessão de vacinação
O objectivo de
uma sessão de vacinação é o mesmo, quer seja realizada num posto fixo quer numa
brigada móvel. É a protecção das
crianças e mulheres contra doenças preveníveis pela vacinação. Assim, o trabalhador de saúde deve assegurar que todos os potenciais
clientes:
▪ Recebam todas as vacinas
devidas
▪ Conhecçam a importância
da vacinação e o respectivo calendário
▪ Tenham um cartão com o
registo das vacina recebidas
▪ Se sintam satisfeitas e
agradadas com a experiência durante a sessão de vacinação
Para atingir
os aobjevctivos acima citados, deve-se realizar as seguintes tarefas:
▪ Preparar
quantidade suficiente de agulhas e seringas para aplicar injecções com
segurança o que requer uma seringa e uma agulha por injecção a aplicar.
▪ Preparar
a vacina e todos os outros materiais necessários à realização de uma sessão de
vacinação
▪ Limpar
o local da sessão
▪ Arranjar
espaço suficiente, mesa e cadeiras para permitir que as mães se movimentem
confortavelmente
▪ Deseje
as boas vindas às mães e as faça sentir confortáveis
▪ Faça
educação para a saúde incluindo a importância de conservar os cartões de
vacinação
▪ Decida
para cada mãe e criança o (s) tipo (s) de vacina a ser administrada de acordo
com os seguintes critérios
▫ Idade da criança
▫ Vacina (s) já aplicada (s)
▫ Datas em que foram aplicadas (intervalo)
▫ Presença de cicatriz de BCG
▪ Vacine
as mães e as crianças usando as técnicas apropriadas
▪ Registe as vacinas aplicadas no cartão, no livro de
registo da vacinação e na folha de
contagem
▪ Descartar
toda a vacina recosntituída no final da sessão ou ao fim de 6 horas depois da
reconstituição.
▪ Limpe
o local no fim da sessão
▪ Tenha
um colega para fazer entrevistas à saída de vez em quando para avaliar a
satisfação das mães com os serviços de vacinação
8.1.2
Planificação de uma sessão de vacinação
Uma boa
planificação pode aumentar a cobertura de uma sessão de vacinação, reduzir o
desperdício e a quebra vacinal. Pata alcançar estes objectivos, o trabalhador
de saúde deve:
▪ Assegurar
que os pais e encarregados das crianças e as mulheres elegíveis estejam
informadas sobre o local e quando os serviços de vacinação estarão disponíveis.
▪ Prover
estes serviços de forma fiável e conforme o planeado.
▪ Evitar
roturas de stock de vacina e materiais de injecção.
Os
trabalhadores de saúde devem planear as suas actividades de vacinação nos
postos fixos e brigadas móveis de modo a que possam atingir as coberturas
planeadas usando os recursos disponíveis da forma mais eficiente possível. A
comparação das taxas de desperdício da vacina, taxas de cobertura, custos de
vacinação por criança, o feed-back da comunidade em relação ao local, à hora,
frequência das sessões pode ajudar no desenho das estratégias mais aprpriadas.
8.1.3
Calendário para as sessões das brigadas móveis
O calendário
das brigadas móveis deve ser feito em cada uma das unidades sanitárias de
maneiras que seja possível cobrir a população-alvo dentro de um dterminado
período de tempo. Se poucas mães e
mulheres elegíveis afluem às sessões das brigadas móveis, pode-se reduzir a
frequência destas, de modo a reduzir o desperdício e os custos com as
deslocações. É melhor planificar poucas sessões que possam ser cumpridas de
forma fiáveil, do que planificar muitas sessões e depois as cancelar devido à falta
de recursos. Para mais detalhes sobre as brigadas móveis, ver capítulo 9.
8.1.4
Envolvimento da comunidade
É importante
ter um bom relaccionamento com a comunidade. A comunidade deve ser envolvida na
planificação e implementação do plano de acção da vacinação. Os líderes
comunitários e os pais que irão trazer os seus filhos para a vacinação devem
ser envolvidos. Pode ser útil consultar aos pais que não tenham vacinado os
seus filhos sobre como a comunidade pode aumentar a cobertura vacinal.
A seguir
apresentam-se algumas sugetões de como pode ser planeada uma brigada móvel de
vacinação:
▪ Planeie a sessão para as horas mais
convenientes das mães.
▪ Tente ir sempre para o mesmo lugar, à mesma hora e no
mesmo dia da semana/do
mês para ajudar as pessoas a lembrar o dia da vacinação .
▪ Se
houver alguma emergência, informe às mães e aos líderes locais porque a sessão
foi cancelada, peça desculpas pelos transtornos e planeie uma nova data.
8.1.5
Equipamento a levar numa brigada móvel (BM)
● Equipamento da cadeia de frio para transportar vacinas
▪ Caixas isotérmicas pequenas e grandes
▪ Acumuladores congelados
▪ Termómetro
● Equipamento
de injecção
▪ Seringas
Auto-Destructíveis
▪ Caixas Incineradoras
● Material
de Registo
▪ Cartão de vacina
▪ Fichas de contagem
▪ Canetas
● Equipamento
para outras tarefas
▪ Balanças e sacos de
pesagem
▪ Corda
▪ Medicamentos
▪ Cápsulas de Vitamina A
▪ Tesouras para abrir as cápsulas de vitamina A
● Material
de Educação para a Saúde
▪ Cartazes e tríplicos
|
8.1.6 Transporte para brigada móvel (BM)
Assegure
a disponibilidade de transporte. Pode ser um carro, motorizada ou bicicleta.
8.1.7
Como arrumar as vacinas
Decida
sobre a quantidade certa a levar. Arrume frascos suficientes de cada tipo de
vacina, dependendo do número de doses por frasco e do número esperado de
clientes a vacinar com cada tipo de
vacina.
● Retire os acumuladores do
congelador/refrigerador.
● Arrume os acumuladores no fundo e nos
lados da caixa isotérmica.
● Retire a vacina do refrigerador;
primeiro os frascos abertos cujo o
monitor de frasco de vacina (VVM) tenha
começado a mudar, frascos que sobraram
na sessão anterior, rotulados “frascos
devolvidos”, e frascos com a data de expiração mais próxima.
●` Embrulhe as vacinas DPT/Hepatite B e VAT com pedaço de jornal
ou papelão, para que não congelem.
● Coloque
as vacinas, os diluentes e o termômetro, no meio da caixa isotérmica.
● Coloque
os últimos acumuladores em cima da vacina, na caixa istoérmica.
● fecha
a tampa firmemente.
● Leve
quantidade suficiente de cápsulas de vitamina A.
Figura 11. Arrumação da vacina na caixa
isotérmica
8.1.8 Realizando uma sessão de vacinação
● Escolha do local de vacinação
Pode ser numa casa, escola ou num local aberto. Se
for fora, procure um local com sombra para manter a vacina e as caixas
isotérmicas.
● A sessão de vacinação
Para manter a
qualidade d vacinas durente uma sessão de vacinação é necessário guardá-las em
caixas isotérmica pequenas, uma que contém as vacinas necessárias para uma
sessão de vacinação, e a outra mais pequena que fica na mesa de vacinação com
as vacinas já preparadas – Modelo RCW42.
Figura 12.
Caixa isotérmica de mesa, do tipo RCW2
Para usar uma
caixa isotérmica pequena de meas do tipo RCW2 proceda do seguinte modo:
§ Coloque dois
acumuladores frios, um a frente e o outro atrás.
§ Preencha o
espaço do meio com o número e frascos abertos e preparados para o início da
sessão de vacinação.
§ Tire os frascos
de vacina somente para encher a seringa. Depois guarde-os imediatamente e
mantenha sempre a tampa da caixa fechada.
As sessões de
vacinação devem ser integradas com outros serviços preventivos e promotivos. Assim, sempre que possível, uma sessão de
vacinação deve incluir:
▪ Registo e triagem
▪ Pesagem
▪ Tratamento
▪ Administração dos antígenos
correctos.
▪ Suplementação com micronutrientes,
incluindo a Administração de vitamina A.
▪ Promoção do aleitamento materno.
▪ Cuidados pré-natais
▪ Educação para a Saúde e aconselhamento
● Mensagens
específicas a serem incluídas numa sessão de vacinação
Existem
6 mensagens essenciais que as mães das crianças e todas as mulheres em
idade fértil devem receber se se
pretende que elas sejam completamente protegidas contra as doenças preveníveis
pela vacinção.
▪ A data e hora da vacinação seguinte
deve ser bem especificada. Escreva o dia, por exemplo, Segunda-feira, e a data,
por exemplo, “quatro semanas a partir de hoje”. Se o calendário não for comum,
dê outros pontos de referência para facilitar que se lemberem, por exemplo, as
fases da lua, os festivais ou outros eventos comuniutários. Dê ao cliente um
registo escrito da data e hora da próxima sessão de vacinação. Isto pode ser
lido por um membro literado da família ou da comunidade que ajudará a mãe.
▪ O local da sessão de vacinação
seguinte. Diga a mãe onde ela se deve apresentar para a vacinação seguinte.
Isto é particularmente importante quando se muda de lugar.
▪ O número de visitas ainda necessárias
para que a criança esteja completamente vacinada ou o número de doses que a
mulher recebendo a VAT ainda necessita.
▪ O
tipo de vacina (s) administrada (s).
▪ Que
efeitos colaterias podem ocorrer.
▪ Como
essses efeitos colaterais podem ser tratados.
Cada uma destas mensagens deve ser dada
mais de uma vez. A probabilidade de que elas sejam recordadas aumenta se os
trabalhos de saúde a diferentes níveis as transmitirem de forma consistente.
Verifique a compreensão dos clientes fazendo perguntas.
● De regresso ao Centro
de saúde
▪ Descarte os frascos abertos de BCG e
Srampo
▪ Descarte frascos com o monitor do
frasco de vacina (VVM) que já estejam
no
ponto ou para além do ponto de descarte.
▪ Registe o nnúmero de frascos
descartados na ficha de contagem.
▪ Marque os frascos de “devolvidos”,
coloque-os sempre no mesmo lugar no
refrigerador
e use-os primeiro na sessão seguinte.
▪ Coloque
os acumuladores de volta na câmara do refrigerador ou congelador.
▪ Limpe o equipamento
|
8.1.9 Frequência das
sessões de vacinação
No
esquema da vacinação de rotina, as unidades sanitárias com posto fixo de
vacinação devem oferecer serviços de vacinação diariamente. Elas devem também
realizar brigadas móveis com periodicidade definida nas normas das brigadas
móveis.
Para
actividades especiais tais como as campanhas de vacinação, as unidades
sanitárias devem levar a cabo actividades de mobilização social para as sessões
planeadas, e garantir que todas as sessões sejam realizadas conforme o plano.
8.1.10 Causas de desperdício
As vacinas podem ser desperdiçadas quando elas
expiram seu prazzo de validade ou quando a cadeia de frio quebra. As vacinas
também podem ser desperdiçadas durante a sua utilização. As principais causas
de desperdício de vacina durante a utilização são as quantidades que sobram no
frasco, quantidades excessivas que os trabalhadores de saúde retitam com a
seringa, e a vacina descartada no fim da sessão. Assim, a quantidade de vacina
desperdiçada durante a sessão de vacinação depende de três principais factores:
o tamnaho do frasco (nr. de doses por frasco), a possibilidade de usar os
frascos abertos nas sessões subseqüentes (política do frasco aberto) e
habilidades do trabalhador de saúde.
8.1.11 Estratégias para reduzir o desperdício
● Monitorizar a utilização
da vacina e o desperdício
● Planificação
cuidadosa da requisição e distribuição da vacina.
● Uso
apropriado dos frascos mono e multi-doses.
● Manutenção
cuidadosa da cadeia de frio.
● Atenção
à segurança da vacinação.
● Redução
das oportunidades perdidas de vacinação.
8.2 FORTALECIMENTO DOS SERVIÇOS DE VACINAÇÃO
8.2.1 Estratégias para melhorar e suster altas
coberturas de rotina
Existem vários factores que contribuem para uma
baixa cobertura dos serviços de vacinação. Estes factores necessitam de ser
identificados para cada Unidade Sanitária e para cada Distrito, e soluções
apropriadas esboçadas e aplicadas para cada problema ou constrangimento. Os
palnos de acção Distrital e da Unidades Sanitária, devem focalizar nas
estratégias que irão contribuir para o melhoramento da cobertura de rotina.
Algumas estratégias para ulltrapassar problemas comuns estão listadas abaixo:
● Aumentar
o acesso à vacinação assegurando que todas as unidades sanitárias realizem a
vacinação nos seus postos fixos e nas brigadas móveis como apropriado.
● Usar todas as
oportunidades para vacinar todas as crianças e mulheres elegíveis.
● Organizar actividades especiais tais
como, semanas ou dias de vacinação,
especialmente em áreas com deficiente cobertura sanitária ou baixas
coberturas vacinais.
● Este
exercício pode ser realizado em um certo número de dias e repetido
periodicamente dependendo da disponibilidade logística e do pessoal. Durante
esses dias de saúde, por exemplo, “Dias Mensais de Saúde”, devem ser integradas
outras actividades tais como, promoção das redes mosquiteiras, suplementação
com ferro, desparasitação, etc.
● Estender
os serviços das brigadas móveis para as populações de difícil acesso.
● Expandir
a rede sanitária conforme apropriado.
● Aumentar
a capacidade das US para realizarem os serviços de vacinação através da
alocação do pessoal e do desenvolvimento de habilidades. Todas as US devem ter
pessoal adequado munido de conhecimentos
e habilidades para realizarem os serviços de vacinação.
● Envolver
outros sectores externos ao Ministério da Saúde na provisão dos serviços de
vacinação, por exemplo, o sector privado.
● Estimular
a participação comunitária, por exemplo, através do envolvimento da comunidade
na consciencialização e promoção da vacinação, seguimento pela comunidade dos
faltosos, e educação e aconselhamento familiar.
● Assegurar
que toda a logística para a vacinação esteja disponível a todo o momento e
funciona devidamente. Cadeia de frio ou outro equipamento com defeitos deve ser
levado à reparação imediatamente para não interromper a provisão dos serviços
por longos períodos de tempo.
8.2.2
Estratégias para reduzir as oprtunidades perdidas de vacinação
Algumas
estratégias para reduzir as oportunidades perdidas estão listadas a seguir:
● Implementação
da estratégia do AIDI (Atenção Integrada às Doenças da Infância).
● Triagem
das crianças e mulheres nas consultas externas.
● Campanhas
de recuperação em comunidades de difícil acesso.
● Realizar brigadas móveis para cada vez
mais locais de modo a tornar os servis mais
acessíveis.
● Introduzir
a política de vacinação nas escolas, especialmente para a eliminação do tétano
neonatal.
● Treinamento
dos trabalhos de Saúde em relacção às verdadeiras contra-indicações da
vacinação.
8.2.3
Estratégias para reduzir a quebra vacinal
A
quebra vacinal é determinada comparando a diferença nas taxas de cobertura
entre:
● BCG
e Sarampo
● DPT/Hepatibe
B 1 e DPT/Hepatite B 3, ou VAP1 e VAP3, ou BCG e VAS.
Quebras
vacinais superiores a 10% devem ser investigadas e suas causas determinadas. As
razões podem incluir:
● Factores
sociais (ex., recusa por cumprimento de hábitos religiosos).
● Factores
geográficos (ex., longas distâncias a percorrer).
● Fcatores
sazonais, por exemplo, emprego, agricultura (época de sementeira,
colheita), cheias, etc.
● Não verificação dos cartões de peso
das crianças que vão às consultas dos serviços
curativos.
● Falta de mobilização social e/ou de
informação às mães sobre a necessidade de
voltar para as doses seguintes.
● Gestão
deficiente da Unidade Sanitária, por exemplo, longos tempos de espera, mau
atendimento, cobranças não previstas por lei (ilícitas), nas actividades
de vacinação, controle de crescimento e consulta pré-natal (CPN), ruptuta de
stock de vacinas ou materiais de injecção, avarias da cadeia de frio, etc.
● Sessões
de vacinação realizadas em horas e lugares pouco ou não convenientes.
● Elevado
número de abcessos pós-vacinação devido à baixa qualidade da vacinação
O
programa do PAV pode adoptar as seguintes medidas para reduzir a quebra
vacinal:
● Abastecimento
contínuo de vacinas
● Reprogramação
das visitas (Brigadas Móveis) canceladas, se possível.
● Mobilização
social sobre a importância da vacina.
● Comunicação
interpessoal com mensagens padronizadas sobre a importância da vacinação e do
cumprimento do calendário vacinal.
● Extensão
dos serviços fixos ou das brigadas móveis para alcançar cada vez mais
populações de difícil acesso.
Adicionalmente,
deve-se estabelecer um sistema de seguimento dos faltosos tanto nas unidades
sanitárias como nas comunuidades. Os responsáveis da vigilância epidemiológica
e os activistas da saúde nas comunidades devem trablhar juntos no seguimento
dos faltosos. Os registos devem ser mantidos actualizados e revistos
regularmente pelos trabalhadores de saúde.
CAPÍTULO
9
BRIGADAS
MÓVEIS
9.1 VACINAÇÃO EM ÁREAS DISTANTES E DE DIFÍCIL
ACESSO
Em princípio, a mobilização social
deveria ser orientada de forma a que as crianças fossem vacinadas nos Postos
Fixos de Vacinação onde normalmente estão garantidas as condições para uma
vacinação de qualidade.
Há casos em que a população tem
dificuldades em vacinar os seus filhos devido à falta de transporte, pois
reside em áreas muito distantes, ou tem que percorrer longas distâncias a pé.
Estas áreas constituem um campo aberto às epidemias, caso não sejam realizadas
acções programadas de vacinação.
Não restam dúvidas que o processo de
vacinação, através das Brigadas Móveis é bastante oneroso, mas infelizmente,
devido à escassez da rede sanitária para cobrir o país, esta actividade ainda
se reveste de uma importância vital para o PAV.
Não é aceitável a
existência de Brigadas Móveis se os resultados não as justificarem.
Por esta razão, torna-se importante
traçar algumas orientações (normas) para a sua implementação:
·
A planificação de Brigadas Móveis deve ser
incluida nos planos orçamentais dos Distritos.
·
Sempre que possível, é necessário (caso se
justifique), que as Brigadas Móveis sejam realizadas a partir dos Postos de
Saúde estratégicos e não apenas das Sedes dos Distritos. Isso, requer recursos
adicionais, incluindo meios de transporte.
·
A planificação da actividade das Brigadas
Móveis deve ser feita vários dias ou semanas antes da sua execução, possibilitando
desse modo, os contactos necessários com os responsáveis das áreas a visitar e
a participação dos agentes comunitários de Saúde (APE’s e Parteiras
Tradicionais).
·
Nenhuma Brigada Móvel deve-se deslocar sem
haver um estudo prévio da área a vacinar. Para tal, é necessário ter um mapa da
área de saúde, que vai permitir a escolha de um ponto estratégico central a
vários bairros/aldeias e a verificação de aldeias ou bairros que se encontram
num raio de 5-7 kms.
·
Conhecimento da população estimada das áreas a
vacinar pelas Brigadas Móveis. Deste modo, serão conhecidos os grupos-alvo (n.º
de crianças menores de um ano de idade, MIF’s, mulheres grávidas), o que será
útil para a avaliação dos resultados e o cálculo das vacinas necessárias.
·
Planificação dos locais de concentração da
periferia para o centro, iniciando a actividade pelos bairros mais distantes e
populosos. Não
é aceitável a vacinação por Brigada Móvel num raio de 5-7 kms da Unidade
Sanitária, onde, preferencialmente, deve ser exercida uma intensiva
acção de esclarecimento e mobilização para que a vacinação se faça no Posto
Fixo (US).
·
A Brigada Móvel nunca se deve deslocar sem que
tenha garantia das estruturas locais dos bairros ou das aldeias a visitar de
que, no dia determinado, nas horas combinadas previamente e no local de
concentração designado, as crianças da área - bairro ou aldeia - num raio de
5-7 km estarão presentes. É um trabalho de preparação que o responsável da
Unidade Sanitária deve orientar e supervisar.
Uma saída para um pequeno bairro, sem a antecipada preparação que leve à
mobilização da população dos bairros vizinhos, representa um trabalho de
elevado custo e os resultados serão nulos e não justificáveis.
·
Sempre que possível, uma área deverá ser
visitada 3 – 4 vezes ao longo do ano.
Isto significa que a periodicidade das visitas para cada área deve ser de 3
meses. No entanto, nalgumas áreas, dependendo das condições de acessibilidade
ao longo do ano, podem ser programadas saídas das Equipas Móveis para vacinação
com uma periodicidade mais curta, mas nunca inferior a 1 mês para uma mesma
área, pois, neste caso, as crianças não poderão completar o calendário de
vacinação no primeiro ano de vida.
·
De outra forma, nos casos excepcionais em que
não é possível visitar a área pelo menos 3 vezes por ano, será preferível sair
apenas uma vez, por ano para essas áreas e aplicar somente as vacinas de dose
única (BCG e VAS), que, em casos muito especiais, poderão aplicar-se até às
crianças menores de 5 anos, no caso da VAS. Poderá ainda se aplicar uma dose de
VAT a mulheres em idade fértil (MIF’s), na perspectiva de uma 2.ª dose em data
posterior.
·
Utilizar o meio de transporte mais económico
possível - bicicleta, motorizada - para os locais mais próximos da Unidade
Sanitária.
·
As Brigadas Móveis, para além do PAV e do
Programa de SMI/PF, devem integrar outras actividades para rentabilizar o
tempo, como sejam a saúde escolar, educação para a saúde, recuperação de
doentes com TP faltosos. Neste caso, o meio de transporte a utilizar seria uma
viatura, caso possível.
·
No fim de cada deslocação deverá ser feita uma
avaliação dos resultados, na presença de todos os elementos participantes e de
acordo com a ficha resumo diário das actividades das brigadas móveis, em anexo.
Conclusões:
A
actividade de Brigadas Móveis deve obedecer a uma planificação prévia e
aprovação do responsável da Unidade Sanitária. O objectivo é alcançar os
melhores resultados com o custo mais baixo.
|
9.2
BRIGADA MÓVEL -
SITUAÇÕES A CONSIDERAR
Quadro 3. Situções a
considerar na vacincação nas brigadas móveis
Idade
aquando
|
1.ª visita
da
|
2.ª visita
da
|
3.ª visita
da
|
4.ª visita
da
|
Observação
|
|
da 1.ª
visita
|
Brigada Móvel
|
Brigada
Móvel
|
Brigada
Móvel
|
Brigada
Móvel
|
|
|
Até 6
Semanas
|
BCG + Pólio 0
|
DPT/HB1,
Pólio1
|
DPT/HepatiteB2 +
Pólio2
|
DPT/HepB3
+
Pólio3
|
Na última
visita (4.ª)
|
|
|
|
(verificar
a cicatriz da
BCG)
|
|
Anti-Sarampo
|
a criança deverá ter
|
|
|
|
|
|
|
9 meses de
idade
|
|
|
|
|
|
|
ou então
8,5 meses,
|
|
|
|
|
|
|
pode
vacinar.
|
|
Mais de 6 Semanas e
menos de 8,5 Meses
|
DPT/HepB1
+
Pólio1 +
BCG
|
DPT/HepB2
+ Póio2
|
DPT/HepB3
+
Pólio3 + Anti-
Sarampo?
|
A vacina Anti-Sarampo será
administrada
|
||
|
|
Anti-Sarampo ?
(verificar
a cicatriz da
BCG)
|
|
a partir
dos 8,5 meses de idade ou
|
||
|
|
|
|
aos 9
meses
|
|
|
8,5 Meses ou mais
|
DPT/HepB1
+
Pólio1 +
BCG +
Sarampo
|
DPT/HepB2
+ Pólio2
|
DPT/HepatiteB3 +
Pólio3
|
|
|
|
|
|
(verificar
a cicatriz da
BCG)
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
CRIANÇAS COM VACINAÇÃO ANTERIOR
INCOMPLETA
|
|
|
A situação
vacinal deve ser analisada caso a caso. As vacinas a administrar dependerão
das doses anteriormente recebidas e da
idade da criança. O mais importante é vacinar a criança de modo a terminar a
vacinação aos 9 meses de idade.
|
|||
|
|
|
|
CAPÍTULO 10
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Um
dos sobjectivos da abordagem dos cuidados de saúde primários é capacitar as
comunidades, através da provisão de informação e da educação para a saúde, a tomar controle sobre
a sua saúde e sobre o meio ambiente, e a adoptar comportamentos e atitudes
conducentes a um melhor estado de saúde. Este processo é chamado promoção da
saúde.
10.1 INFORMAÇÃO BÁSICA
- Mobilização social é um termo ligado às actividades de informação e
ducação para a saúde. Outros termos incluem:
- Informação, educação
e comunicação (IEC): é cada vez mais usado como um termo geral para comunicar actividades de promoção de
saúde e tem como objectivo prover informação relevante para encorajar a
adopção e mudança para um melhor e mais saudável comportamento pessoal e
social.
- Marketing social: envolve a aplicação de estratégias de
publicidade e marketing comercial para a saúde, e tem sido usada para a
promoção do uso de condoms, sais de reidratação oral (SRO), redes
mosquiteiras, etc.
- Extensão: originalmente da extensão agrícola. Esta
estratégia promove mudanças através de demonstrações , trabalho com os
líderes de opinião e comunidade baseada em actividades educacionais.
- Ainda existem outros termos
como educação comunitária, educação do paciente, e
comunicação suportiva.
A
mobilização social envolve planos de
acção e processos para alcançar, influenciar e envolver todos os segmentos
relevantes da sociedade através de todos os actores desde o nacional, passando
pelo comunitário até ao de chefe da família, de modo a criar um ambiente
favorável a um comportamento positivo e a uma mudança social.
A
mobilização comunitária usa uma abordagem
participativa para envolver as instituições locais, os líders locais, grupos da
comunidade e membros da comunidade, para se organizarem para uma acção
colectiva para atingir um objectivo comum.
A mobilização comunitária é caracterizada pelo respeito pela comunidade
e seus interesses.
Advocacia é um processo que envolve uma série de acções feitas
por cidadãos organizados a fim de transformar o relacionamento entre as
diferentes esferas sociais. O propósito da advocacia é atingir mudanças
específicas nas políticas, nos programas, ou alocação de recursos que
beneficiem a população envolvida nesses processos. Estas mudanças podem ter
lugar no sector público ou privado. Uma advocacia efectiva é feita de acordo um
plano estratégico e dentro de um tempo razoável.
Comunicação
para a mudança de comportamento é desenhada
para atingir objectivos mensuráveis; esta alcança e envolve audiências
espeíficas. Baseia-se no reconhecimento de que a mudança de comportamento é um
processo e que as pessoas usualmente passam por várias etapas antes de mudarem
seu comportamento.
Mobilização
social é um termo popular para descrever a abordagem de
campanhas combinando o uso dos massa média e o trabalho com as comunidades e
organizações. Esta seria a melhor plavra a ser usada, dado que muitos dos
programas de mobilização para a vacinação envolvem campanhas. No entanto, a
mobilização social deve ser parte das acções dos serviços de vcainação de
rotina e não apenas realizada em preparação às campanhas de vacinação.
10.2
QUAIS SÃO AS ESTRATÉGIAS A SEREM USADAS?
Existem
várias estratégias, algumas das quais incluem:
- A persuasão – uma tentaiva deliberada de influenciar outras
pessoas a fazerem o que pretendemos que elas façam (freqüentemente chamada
abordagem directa ou, quando feita compulsivamente, coersão).
- Tomada de decisão
informada – fornecendo às pessoas
informação, dotando-lhes de capacidades para a solução de problemas e
tomada de decisão, e deixando a escolha para elas. Isto envolve a promoção
da consciencialização e a “construção” da confiança entre as pessoas de que elas têm a
capacidade de tomar decisões e de controlar suas vidas.
10.3 A QUEM DEVE SER DIRIGIDA A EDUCAÇÃO
O
comportamento individual é extermamente importante para a saúde do indivíduo.
Mas geralmente não é o indivíduo quem toma as decisões e nem sempre deve ser o
alvo. Assim, a comunicação deve ser dirigida às pessoas que tomam as
decisões-chave na família e na comunidade em relação à vacinação. Também
depende de quando a advocacia é feita e com que propósito. Mesmo nos casos em
que se tenha decidido sobre um grupo-alvo particular, será necessário
considerar em que momento na vida dessa pessoa é o melhor para comunicar. Um programa de vcainação bem planeado inclui
actividades educativas direcionadas a uma série de diferentes grupos. Estes
incluem:
- Pais e zeladores
- Crianças em idade escolar.
- Mulheres grávidas.
- Líderes comunitários
10.4 A QUE NÍVEL A INTERVENÇÃO DEVE TOMAR LUGAR?
As
actividaes de comunicação podem ter lugar a diferentes níveis: individual, de
família, da comunidade, do diostrito, etc. Por exemplo, pode-se trabalhar com
os indivíduos usando a educação pessoa-a pesoa (cominicação interpessoal),
pode-se passar algum tempo com uma família, mobilizar a participação
comunitária, etc.
A
selecção do nível de intervenção dependerá dos problemas identificados, das
vantagens especiais a serem ganhas a cada nível de intervenção e dos reursos e
oportunidades disponíveis. Numa dada comunidade a educação será baseada nos
problemas identificados nessa comunidade. Estes podem não ser os mesmos noutras
áreas.
10.5 QUAIS OS CANAIS A USAR?
O
trabalhador de saúde deve decidir sobre a melhor forma de atingir a audiência
pretendida – casa, comunidade, unidade
sanitária, escolas, igrejas ou local de trabalho?
Por exemplo, mulheres em idae fértil (MIF’s)
podem ser melhor alcançadas através dos serviços de atenção á criança, incluindo
as sessões de vacinação. Os homens adultos são melhor alcançáveis
através dos locais de trabalho. Os massa média, tais como a rádio e a televisão
são mais usadas para alcançar a população geral. Enquanto esses canais
podem ser organizados á nível nacional, mensagens para grupos específicos são
melhor comunicadas ao nível de face-a face.
10.6 QUEM DEVE COMUNICAR?
É
necessário tomar decisões sobre quem deve comunicar. Existem pessoas que o
técnico do PAV pode envolver nas actividades de educação para a vacinação?
Estas podem incluir professores, empregadores, políticos, atletas, músicos,
etc. Educação e promoção para a saúde são parte do trabalho de uma vasta gama
de pessoas na saúde, na educação, na
sociedade e noutros seviços, e todos eles podem ser mobilizados. Pode-se tomar
a decisão de trabalhar com Organizações Não-Governamentais (ONGs), igrejas,
comitês de saúde da vila e diferentes grupos baseados na comunidade.
10.7 QUE MÉTODO USAR PARA
ALCANÇAR A AUDIÊNCIA
PRETENDIDA?
Existem
diferentes métodos através dos quais se pode pretender motivar a participação
comunitária. Recomenda-se o uso de método de aprendizagem participativo e o
diálogo. Estes métodos usam pequenos grupos de aprendzagem, estudos de casos e
os participanes jogam papel em peças teatrais. O método participativo tem
várias vantagens: os paticipantes jogam um papel activo e tem maior
probabilidade de se recordar do que tiver sido tratado durante a sessão. Estes
métodos são particularmente relevantes para as pessoas com baixa escolaridade.
Outras vantagens desta abordagem, relecionadas à vacinação são:
- Pode-se descobrir as crenças e
prácticas das pessoas na comunidade.
- Cria uma paroximação entre o
trabalhador da saúde e o grupo.
- Mostra o interesse e o
respeito do trabalhador da saúde pela opinião do grupo.
- Torna a educação para a saúde
divertida.
Jogar
papel de peça teatral é o uso de drama, no qual as pessoas representam para
elas mesmas a fim de adquirir capacidades de comunicação e de solução de
problemas e entender a situação. Nestas reprsentações, o trabalhador de saúde
pode explorar os eventos sob diferentes pontos de vista e desenvolver empatia
pela comunidade. Por exemplo, um homem pode reprsentar o papel de uma mulher e
assim entender as dificuldades que eles enfrentam em por em práctica as
mensagens de educação para a saúde. Para um sumário dos canais de comunicação,
veja a figura 12.
Figura
13. Ilustração dos canais de comunicação
Aconselhamento pessoa-a-pessoa Participação
Comunitária Mass Média em
campanhas
Visita
domiciliária Escolas
Grupos
de aprendizagem
10.8 QUAL É A MELHOR ALTURA PARA AS ACTIVIDAES DE EDUCAÇÃO
O
trabalhador de saúde terá de decidir sobre o melhor momento para as actividades
de comunicação. Uma abordagem intensiva por um período de tempo curto é chamado
campanha. Numa campanha de vacinação, a comunicação freqüentemente envolve um
grande número de pessoas de diferentes
grupos por um curto período de intensa actividade.
10.9 COMO
O TS PODE TORNAR A CAMPANHA DE VACINAÇÃO NUM
SUCESSO?
Para
um programa de vacinação bem sucedido há necessidade de participação
comunitária. Qualquer infomação acerca da saúde que for dada à comunidade será
passada aos outros através de contactos informais. Pode-se deliberadamente
encorajar este processo, através da selecção de membros da comunidade e
dando-lhes treinamento como educadores de par. Seria bom para a comunidade
seleccionar um ou mais dos seus membros para o treinamento como educadores para
a saúde. Seleccione pessoas que são
respeitadas pela comunidade. Podem ser pessoas que são figuras legendárias na
comunidade, tais como parteiras tradicionais, médicos tradicionais, régulos, ou
outras pessoas respeitadas.
10.10 VISITA PORTA-A-PORTA
Sem prejuízo das acções acima
mencionadas, salienta-se a importância da visita
porta a porta
que, quando bem executada, poderá contribuir poderosamente para o aumento da
cobertura vacinal e melhoria de outras actividades, particularmente de SMI/PF,
Saneamento do meio e prevenção de doenças (figuras 14 e 15).
A visita porta a porta será sempre uma visita e
não um acto de fiscalização. Deve ter por objectivo esclarecer,
sensibilizar e ouvir os problemas da população, num espírito de fraternidade e
compreensão, com a maior delicadeza e respeito pelos usos, costumes, crenças e
tradições da população.
O visitante deve ter sempre em mente que
ninguém nasce ensinado e se a população não cumpre com determinadas normas e
orientações definidas pelo Ministério da Saúde na área da vacinação não poderá
ser culpada por isso, pois não tem conhecimentos suficientes sobre os
benefícios de vacinação na prevenção de doenças evitáveis por vacinação.
Sabe-se que uma grande percentagem dessa população não ouve rádio, não lê
jornais, não frequenta as reuniões do bairro nem têm Centro de Saúde e, por
isso, merece uma atenção especial. Não é aceitável uma visita de “corrida”,
porque desse modo não é possível atingir o verdadeiro objectivo:
consciencializar para compreensão da importância de vacinação e da necessidade
do cumprimento das mensagens de saúde relacionadas com a vacinação.
Figura 14: Ficha de
registo para a visita porta-a-porta (face anterior)
Figura 15: Ficha de
registo para a visita porta-aporta (face posterior)
Para tal, é determinante que em cada
casa visitada fique uma família amiga, grata pela visita do trabalhador de
saúde ou activista comunitário e com o compromisso de seguir os ensinamentos
deixados.
10.10.1 Quem deve participar na
visita porta a porta?
Todos os trabalhadores de saúde, do
servente ao médico, quando disponíveis, todo o tipo de voluntários, alunos das
escolas secundárias (em férias), alunos dos institutos e dos centros de
formação, ONG’s e outros.
10.10.2 Quando é que se deve
fazer uma Visita Porta a Porta?
Ao longo do ano, com particular
importância no último trimestre, para os bairros mais populosos. Normalmente as
tardes dos dias úteis são os períodos em que é possível realizar visitas.
Raramente será necessário exceder o período diário normal de trabalho do
funcionário.
10.10.3 Em que áreas de
prevenção deve incidir a Visita Porta a Porta?
Sempre que possível, além do PAV,
devem-se priorizar as Consultas Pré-Natais, Partos Institucionais, Consultas
Preventivas da Criança (consultas de crescimento), TP e Saneamento do Meio
Ambiente.
Quando a visita é efectuada por
elementos não pertencentes ao SNS, poderá limitar a sua acção ao PAV, Consulta
Pré-Natal e de Crianças (peso).
A população irá, certamente, apresentar
problemas de outras áreas de saúde, que deverão ser escutados e registados e
transmitidos superiormente para a sua resolução.
10.10.4 Fases da visita porta a porta (VPP)
A VPP compreende várias fases:
Preparação, Execução, Controlo e Avaliação.
10.10.4.1
Fase de Preparação
- Sempre que possível, deve haver um croquis (planta) do
bairro a visitar; conhecer a sua população, o número do quarteirão e a
localização de cada um.
- Distribuir as equipas (dois ou três elementos por cada
quarteirão), prevendo-se a data, horas e o transporte para o efeito.
- Marcar encontros com os responsáveis do bairro e
discutir com eles todos os
pormenores relativos à
visita (datas, horas, elementos de apoio, esclarecimento da população).
- Organizar fichas do contrôle da VPP, Cartões de Saúde,
lápis, pranchetas, borrachas, etc.
- Iniciar a preparação das equipas: instruir
sobre os calendários de vacinação, interpretação do Cartão de Saúde da
criança , da ficha pré-natal, do cartão de tratamento de TP, utilização
correcta de uma latrina, metodologia
da VPP e técnicas de
comunicação interpessoal a seguir no relacionamento com a população.
- Entregar fichas de contrôle e cartões aos chefes de
cada equipa.
- Marcar a data e a hora, em coordenação com as
autoridades do bairro ou da aldeia.
10.10.4.2
Fase de Execução
- Colocação de uma equipa em cada quarteirão para
realizar visita casa-a-casa.
- Sensibilização dos pais para vacinação dos filhos e
para o cumprimento de outras normas preventivas.
- Análise dos Cartões de Saúde da criança, de VAT da
mãe, Fichas de Consulta Pré-Natal
(grávidas), Cartão de Tratamento de TP, observação directa quanto à
higiene e saneamento da habitação e existência ou não de uma latrina.
- Registo de situações irregulares na ficha de controle
e entrega de cartões de convite.
- Saudações de despedida.
No fim da visita, fazer
entrega na US de Cartões e Fichas que tenham sobrado.
10.10.4.3
Avaliação imediata da visita
Logo depois da visita, deve-se reunir
todas as fichas preenchidas para uma análise da situação encontrada. Os
procedimentos de avaliação imediata são os seguintes:
- Se a população do bairro é conhecida, deve se calcular
o grupo-alvo de crianças menores de uma ano de idade, de mulheres
grávidas, das MIF’s e , de acordo com o n.º dos que não cumprem com as
normas estabelecidas para cada grupo, calcular a sua percentagem,
analisando-a, para conhecer o grau de participação da população na procura
de cuidados de saúde no bairro visitado.
Exemplo:
N.º da população do Bairro = 30.000 habitantes
N.º de crianças menores de 1 ano = 30.000 x 4% =1.200
N.º de grávidas previstas = 30.000 x 5% = 1.500
Crianças que
não cumprem com as datas de vacinação e as que nunca foram à vacinação = 800
Crianças que não vão ao peso = 3.550
Mulheres Grávidas faltosas às CPN ou que nunca a frequentaram = 750
Assim,
vamos apresentar um exemplo de crianças menores de um ano de idade, quanto ao
seu estado de vacinação.
Percentagem (% ) de crianças que não cumprem com o calendário de
vacinação = 800: 1.200 x 100 = 67%.
Isto significa que, em
cada 100 crianças daquele bairro, 67 não cumprem com a vacinação.
- Quando o n.º da população do bairro não é conhecido,
para o cálculo da percentagem dos que não cumpriram com as normas,
utiliza-se a média de pessoas por família que, em Moçambique, varia de 5 a
6 pessoas.
Exemplo:
N.º de casas visitadas = 5.000
N.º médio de pessoas por família = 6
N.º da população = 5.000 x 6 =
30.000 habitantes
É preciso calcular a percentagem de casas com latrinas, utilizando o n.º de
casas com latrinas dividido pelo n.º total de casas visitadas. Proceder da
mesma maneira em relação ao cálculo de casas com lixo.
A partir daqui, se podem calcular os
grupos-alvo e proceder-se aos passos seguintes.
10.10.4.4 Avaliação Tardia
Quinze dias depois da visita porta a
porta deve-se proceder à avaliação dos Cartões de Visita entregues às mães para
se apresentarem na US. A referida avaliação é feita do seguinte modo:
- Conferir os Cartões entrados
na US e registá-los na ficha de recolha de dados.
- Apontar os Cartões das mães
que não foram à US, apesar da sensibilização feita.
- Entregar a relação de
Cartões dos faltosos ao responsável do PAV e SMI.
- Avaliar a relação entre o número de faltosos e o
dos que vieram à US:
É importante
calcular a percentagem de faltosos que responderam à VPP. De salientar que o
impacto esperado neste tipo de visitas é a subida do n.º de vacinações na US.
NOTA:
É
uma experiência longa que já deu resultados muito positivos. Está mais do que
provado que a visita porta a porta é uma metodologia eficaz para a
mobilização da população porque permite uma comunicação directa com a mãe da
criança na sua própria casa, onde ela facilmente pode compreender as
mensagens de saúde transmitidas pelo visitante.
Vale a pena o esforço!
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CAPÍTULO 11
CADEIA DE FRIO
As vacins são sensíveis ao calor e ao congelamento,
devendo, por isso, serem conservadas em temperaturas correctas desde a altura
em que são produzidas até ao uso. O sistema usado para manter e distribuir a
vacina em boas condições (manter a potência da vacina) é chamado de cadeia de frio. A cadeia de frio
consiste em uma série de relações de armazenamento e transporte, desenhados com
o objectivo de manter as vacinas dentro de temperaturas aceitáveis até alcançar
os beneficiários que são a mãe e a criança. Falhas em qualquer um dos pontos
pode tornar a vacina inútil. Mesmo pequenas exposições a temperaturas adversas
pode ser prejudicial, pois o efeito é cumulativo.
O calor e a luz solar destróem ou reduzem a eficácia
de todas as vacinas. A Pólio, o Sarampo e a BCG são mais rapidamente destruídas
pelo calor por este matar as partículas vivas. O congelamento destrói a
DPT/Hepatite B e a VAT. Estas vacinas quando congeladas formam grânulos que não
se dissolvem mesmo depois de agitados fortemente.
Devido à sensibilidade das vacinas à temperaturas
adversas, deve-se prestar uma atenção crítica às temperaturas de conservação
recomendadas para cada tipo de vacina em todos os estágios de transporte e durante
o armazenamento.
Manter a cadeia de frio requer que as vacinas e o
diluente sejam:
- Colectadas
do fabricante ou do aeroporto logo que estejam disponíveis.
- Transportadas
entre os +2o C e os +8o C do aeroporto ou de um
depósito para o outro.
- Conservada
a temperaturas correctas no depósito central, provincial, distrital e nas
unidades sanitárias.
- Transportada
entre os +2o C e os +8o C para as brigadas móveis e
durante as sessões das brigadas móveis.
- Mantidas
entre os +2o C e os +8o C durante as as sessões de
vacinação; e
- Mantidas
entre os +2o C e os +8o C durante o regresso das
sessões das brigadas móveis para a unidade sanitária.
A cadeia de frio irá funcionar devidamente se as
pessoas responsáveis tiverem conhecimentos e habilidades sobre como organizar e
manter o equipamento da cadeia de frio disponível.
O equipamento deve ser de qualidade e quantidade
apropriadas para permitir uma conservação correcta da vacina á medida que ela
vai de um estágio da cadeia de frio para o outro até alcançar o consumidor
final, a mãe e a criança.
É importante notar, como referenciado na capítulo 4,
que certas vacinas podem ser conservadas a temperaturas diferentes conforme se
trate de depósito central ou provincial e distrital ou de unidade sanitária. A
tabela 6 ilustra as diferentes temperaturas recomendáveis para a conservação da
vacina nos diferentes pontos.
Figura 16: Cadeia de frio
Tabela
6: Temperaturas de conservação de vacinas a diferentes níveis
Tipos de Vacinas
|
Níveis:
Central e Provincial
|
Níveis:
Distrital e U. Sanitária
|
BCG
|
- 15o C a - 25ºC
|
+ 2o C a + 8ºc
|
ANTI-PÓLIO
|
- 15° C a - 2 5ºC
|
+ 2° C
a + 8ºC
|
ANTI-SARAMPO
|
- 15o C a - 25ºC
|
+ 2o C a + 8ºC
|
DPT/Hepatite
B
|
+ 2o C a + 8ºC
|
+ 2° C
a + 8ºC
|
ANTI-TÉTANO
|
+ 2o C a + 8ºC
|
+ 2o C a + 8ºC
|
11.1 EQUIPAMENTO DA CADEIA DE FRIO
Os diferentes níveis dentro do sistema de saúde
necessitam de diferentes equipamentos de frio para o transporte e conservação
de vacinas e diluentes a temperaturas correctas. Por exemplo, os nívelis
central e provincial usam câmaras de frio, congeladores, caixas isotérmicas
grandes e, às vezes, camiões com refrigerador para transportar vacina. As
unidades sanitárias necessitaam de geleiras com um compartimento de
congelamento, caixas isotérmicas médias e pequenas de mesa.
11.1.1 Câmaras de frio
A câmra de frio é uma sala construída com material
especial, que é mecanicamente mantida fria, cuja temperatura é ajustável ao
nível desejado. As câmaras frias são encontradas nos depósitos centrais,
provinciais e regionais, onde grandes quantidades de vacina são conservadas.
11.1.2 Como trabalhar com segurança na câmara de frio:
- Quando
mais de uma pessoa estejam trabalhando dentro da câmara fria deve-se tomar
o cuidado para evitar fechar acidentalmente alguém dentro da câmara.
- Para
evitar lesões por frio, deve-se usar roupa quente e permanecer pouco tempo
trabalhando dentro da câmara de frio.
- A
quantidade de diesel no tanque do gerador deve ser regularmente verificada
e o tanque re-enchido conforme necessário.
- Um
técnico de frio deve verificar regularmente o equipamento, especialmente
os cintos, filtros e o compressor.
11.1.3 Armazenamento da vacina na câmra de frio
- As
vacinas devem ser guardadas nas prateleiras.
- É
aconselhável arrumá-las por ordem de expiração para evitar a possibilidade
de algumas vacinas expirarem sem serem usadas.
- As
câmaras de frio não devem ser superlotadas. As vacinas devem ser arrumadas
com espaço adequado entre elas para permitir a circulação adequada de ar.
11.1.4 Como cuidar da câmra de frio
- Cuidados diários
§
Deve-se ler o termômetro diariamente e ajustar a temperatura aos valores
recomendáveis.
§
A ficha de registo de temperatura, a qual se encontra afixada na câmra
deve ser verificada.
§
Qualque ruído estranho no funcionamento da maquinaria deve ser
investigado e reparado.
§
No final do dia, todas as portas do local onde está instalada a câmara de
frio devem fechadas e as luzes apagadas.
- Cuidados semanais
§
Deve-se testar o alarme que indica a mudança para temperaturas adversas.
§
Deve-se testar o gerador deligando a corrente principakl e deixando-o
funcionar por pelo menos 5 minutos.
- Cuidados mensais
§
Uma verificaçãi maior deve ser feita pelos técnicos de manutenção.
§
Deve-se fazer pedido de qualquer peça sobressalente necessária para o
funcionamento adequado da câmara de frio.
11.2 REFRIGERADORES (GELEIRAS)
Existem fundamentalmente dois tipos de
refrigeradores: de compressão e de absorção.
11.2.1 Refrigeradores de compressão
Muitos refrigeradores eléctricos e solares são do
tipo compressão. Um exemplo de refigerador com um sistema de refrigeração do
tipo compressão é o congelador
horizontal que pode ser ajustado para funcionar como refrigerador. O
refrigeradoer do tipo compressão usa um motor eléctrico de compressão para
circular o fluído frio chamado refrigerante. A bomba comprime o refrigerante do
estado gasoso para o estado líquido, um processo que retira o calor.
O sistema de compressão cricula o ar muito
rapidamente e assim tem maior efeito de arrefecimento do que o sistema de
absorção. A temperatura no interior do refrigerador é controlada por um
termostato automático que liga e desliga o compressor de acordo com a
temperatura desejada.
O termostato pode ser girado para temperatura mais
quente ou mais fria conforme necessário. O mínimo dá a temperaturas mais quente
e o máximo a temperatura mais fria.
Os refrigeradores do tipo compressão consomem muita
energia eléctrica para arrancar, mas também necessitam de superimento constante
de energia, mesmo que a uma voltagem mais baixa e estável, para funcionar. Isto
limita a sua utilização aos locais onde haja suprimento de energia eléctrica
fiável.
Figura 17: Tipos de refrigerador
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11.2.2 Refrigeradores do tipo absorção
Os refrigeradores de absorção usam o calor produzido
pela electricidade ou pela chama do gás ou petróleo, para produzir o ciclo de frio, sob pressão produzida pelo
hidrogênio. O calor faz circular a amônia e a água num sistema fechado de
tubos. No evaporador dentro do refrigerador o fluído de amônia converte-se em gás, que absorve o
calor do ar interior. À medida que o gás circula para fora do refrigerador onde
condensa em líquido, liberta o calor para o ar exterior.
Os refrigeradores do tipo absorção são menos eficientes
do que os do tipo compressão por causa da fraca circulação do refrigerante, mas
são muito mais recomdáveis para os locais onde haja energia fraca e pouco
fiável. Nestes casos deve-se usar refrigeradores a petróleo ou a gás.
11.2.3 Modelos de refrigeradores
Os modelos mais comuns de refrigeradores usados no
país são as geleiras verticais modelo RAK, SIBIR e ZERO, e as geleiras
horizontais modelo RCW 42 EK, RCW 42 AC, RCW42 EG e ZERO. É importante conhecer
e referir o modelo do refrigerador quando fizer a requisição de peças sobressalentes para efeitos de
reparação/manutenção.
11.2.4 Como instalar um refrigerador
- Coloque
o refrigerador no local mais frio da sala.
- A
sala deve ser bem ventilada com boa ventilação a volta do refrigerador. No
entanto, evite locais onde o refrigerador possa apanhar sol pelas portas
ou janelas.
- Mantenha
o refrigerador na sombra e longe de qualquer fonte de calor.
- O
refrigeradoer deve ser colocado a pelo menos 40 cm do tecto e 15 cm das
paredes.
- Para manter o refrigerador
seco, coloque-o sobre um estrado de madeira. O refigerador deve permanecer
firme e nivelado sobre o estrado.
- O refrigerador deve estar bem nivelado. Para verificar
isso, coloque um prato raso com água
em cima da geleira. Quando bem nivelado, a água ficará à igual
distância dos bordos do prato. Se estiver desnivelado, coloque por baixo
dele pequenos pedações de madeira até ficar na posição desejada. A porta
deve estar hermèticamente fechada.
- Os refrogeradores de tipo
absorção devem estar bem nivelados, caso contrário, não irão funcionar
devidamente.
Para verificar se a geleira fecha
correctamente:
§ Coloque um
papel fino no ponto de encontro entre a porta e o corpo da geleira. Feche a
porta.
§ Puxe devagar o
papel. Se o mesmo sair facilmente é porque a porta não está a fechar
completamente.
§ Tente ajustá-la. Se não fôr possível localmente resolver o problema,
contacte o técnico de frio.
- Se a geleira fôr eléctrica, use uma tomada exclusiva
para ela. Evite o uso de fichas triplas que podem provocar sobrecarga ou
desconexão acidental, desligando assim a geleira.
11.2.5 Arrumação da vacina no refrigerador
Nos refrigeradores verticais, o
espaço do refrigerador é composto por prateleiras onde são arrumados os pacotes
de vacinas. Estes devem ser colocados de
forma a manter uma distância aproximada de dois dedos entre uma caixa e outra e com uma distância
idêntica das paredes da geleira, de modo a permtir a livre circulação do ar frio, conforme mostra
a figura.
- Na prateleira superior, coloque as vacinas anti-pólio,
antisarampo.
- Na segunda prateleira, arrume as vacinas da BCG e
frascos abertos (VAP, DPT/Hepatite B e VAT que tenham
sobrado da sessão anterior de vcacinação). Os frascos
abertos devem ficar dentro de uma caixa assinalada “vacina devolvida”.
- Na terceira prateleira, coloque a DPT/Hepatite B e
VAT.
- Na última prateleira, coloque as caixas de diluentes e
acumuladores de gelo.
- Nunca guarde vacinas na parte inferior da geleira nem
na parte interior da porta, por serem
os
locais menos frios.
- Conserve os diluentes das vacinas de Sarampo e BCG na
parte inferior da geleira, a fim de os refrigerar antes da sua utilização.
O diluente deve estar à mesma temperatura da vacina para não prejudicar a
sua potência no momento da reconstituição (diluição).
Os refrigeradores horizontais têm
dois compartimentos, sendo um para congelação e outro para a refrigeração das
vacinas, divididos por um separador plástico que serve para impedir a
congelação de vacinas.
As vacinas anti-pólio, anti-sarampo e
BCG devem ser colocadas próximas do separador, por ser a zona mais fria. A
DPT/Hepatite B e a VAT devem ser colocadas depois das vacinas acima referidas,
mais afastadas do separador.
Em qualquer das geleiras de vacinas:
As vacinas mais antigas
devem ser colocadas numa posição tal que seja fácil usá-las em primeiro lugar.
Pode-se-lhes colocar uma marca para as identificar melhor. Por exemplo, a
vacina mais recente pode ser colocada à direita ou na parte de trás da
prateleira, e a mais antiga à esquerda ou na parte da frente da prateleira.
Assim, como rotina, pode-se adoptar a pratica de usar as vacinas à esquerda ou
à frente primeiro. Use sempre primeiro as vacinas que estão há mais tempo na
geleira, observando sempre as datas de expiração e o estado do monitor do
frasco de vacina (VVM), se existir (ver interpretação do
VVM no capítulo 12).
O termómetro deve ser
colocado juntamente com as vacinas DPT/Hepatite B e VAT.
Figura 18: Arrumação
da vacina num refrigerador vertical
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11.2.6
Como cuidar de um refrigerador
- Verifique a temperatura no
interior do refrigerador duas vezes por dia.
- Verifique se a chama é azul,
o que sugere que o refrigerador funciona devidamente e que manterá as
temperaturas ideiais.
- Verifique a formação do gelo
no evaporador. Se o gelo atingir 6 mm ou mais de espessura, descongele o
refrigerador. Congelamento espesso no evaporador irá resultar na subida da
temperatura.
- Depois do descongelamento,
limpe e seque dentro e fora do refrigerador.
Figura 19: Arrumação
da vacina numa geleira horizontal
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11.2.7
Como manter a vacina fria no refrigerador
- Coloque a vacina no
compartimento correcto.
- Evite abrir a geleira
desnecessariamente.
- Mantenha a temperatura entre
os + 2o C e os + 8o C, baseado no registo da
temperatura duas vezes por dia.
- Descongelar o refrigerador
regularmente.
- Arrumar as vacina com espaço
suficiente entre as caixas para permitr circulação do ar.
- Evitar arrumar a vacina em
contacto com o evaporador.
11.2.8
Falhas de energia
Na eventualidade da falha de energia
deve-se proceder da seguinte maneira:
- Se se tratar de refrigerador a gás/eléctrico ou
petróleo/eléctrico
-
Desligue o regulador de gás e acenda a chama de
gás ou a petróleo.
-
Verifique se a chama está a arder orrectamente.
-
Verifique se o cilindro de gás tem gás
suficiente. Se o gás for insuficiente e não houver um cilindro de reserva,
transfira a vacina para o centro de saúde mais próximo onde a cadeia de frio
possa ser mantida. Proceda de igual modo, se o petróleo for insuficiente e não
houver de reserva.
-
Deligue o interruptor de electricidade
- Se o refrigerador é somente eléctrico
-
Não faça nada e não abra a porta do
refrigerador até que estejas pronto para transferir a vacina para outra unidade
sanitária onde a cadeia de frio possa ser mantida.
-
mantenha a vacina por um período de tempo
seguro.
-
Comunique ao seu supervisor ou ao técnico de
frio
11.3
CAIXAS ISOTÉRMICAS
As caixas
isotérmicas são usadas para conservar as vacinas frias durante o transporte.
Estes contentores são desenhados para manter o ar frio dentro e prevenir a
entrada de ar quente. Por isso, durante o transporte da vacina, deve-se evitar
abrir esses contentores.
11.3.1
Arrumação correcta de vacinas nas caixas isotérmicas
Quando os acumuladores estão congelados,
devem ser colocados sobre a superfície de uma mesa em uma linha só, durante 5 a
10 minutos, depois de retirados do congelador. Quando o gelo no interior do
acumulador começar a se movimentar, então o acumulador está pronto para ser
colocado no interior da caixa isotérmica para a conservação da vacina. Com esta
exposição a temperatura ambiente, a temperatura no interior do acumulador irá
subir ligeiramente a ponto de não constituir perigo para o congelamento das vacinas
DPT/HepatiteB e VAT. Apesar de todo este ccuidado, é recomendável que estas
vacinas sejam embrulhadas com material leve e não sejam colocadas em contacto
com os acumuladores para evitar o risco de congelamento.
Os passos a seguir são
os seguintes:
- Forre primeiro os lados e o fundo da caixa com os
acumuladores de gelo
- Arrume as vacinas. Lembre-se que as vacinas DPT/HepB e
VAT não devem ficar em contacto directo com os acumuladores de frio.
Coloque-as no meio das outras e embale-as com plástico ou outro material de embrulho ou caixinha.
- Coloque um Termómetro ou Monitor no interior da caixa.
- Quando tiver arrumado todas as vacinas e o
Termómetro/Monitor na caixa, coloque acumuladores de frio por cima.
- Feche bem a caixa de forma a não permitir a entrada do
ar e mantenha-a na sombra.
- Mantenha as vacinas no frio até a sua aplicação.
- No local de vacinação, mantenha a caixa isotérmica na
sombra e fechada.
- Só tire da caixa
a vacina que vai ser imediatamente utilizada.
Para representação esquemática da
arrumação da vacina numa caixa isotérmica, veja a figura 11 no capítulo 8.1.7.
Para conservação de vacinas já
preparadas para aplicação, durante uma sessão de vacinação, utiliza-se uma
caixa isotérmica pequena “RCW2”
11.4
ACUMULADORES
Os acumuladores
são contentores plásticos que se enchem de água ou gelatina. São colocados na
câmara frigorífica para congelarem antes de serem usados nas caixas isotérmicas
para o transporte e conservação de vacina.
Durante a
sessão de vacinação, os frascos de vacina são colocados nos acumuladores para
evitar que se abra frenquentemente as caixas isotérmicas, o que subiria
facilmente a temperatura interna.
Assegure-se de
que as tampas dos acumuladores estão bem fechadas para que a água não pingue.
Os acumuladores devem ser preenchidos de líquido até cerca de um dedo do topo
ou até á marca perto do topo do acumulador, para permitir a expansão da água.
Figura
20: Caixa isotérmica média / grande Figura 21: Caixa isotérmica pequena
Figura
22: Caixa isotérmica de mesa Figura 23: Acumuladores
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