Introdução
No âmbito do
desenvolovimento da cadeira de programa Alargado de Vacinação, o presente
trabalho pertende abordar a cadeia de frio onde irá definir cadeia de frio,
equipamento da cadeia de frio, como trabalhar com segurança na câmara de frio, tipos de
geleiras, arrumação de vacinas na geleira, utilização apropriada das geleiras, instrumentos que controlam a
temperatura dentro do refrigerador e função de
cada instrumento, funcionamento
normal da cadeia de frio, manutenção da cadeia de frio, gestão de
cadeia de frio, responsabilidade do TMP e AMP,
utilização de caixas isotérmicas nas brigadas móveis, normas de transporte e conservação das
vacinas.
CADEIA DE FRIO
Definição:
É um sistema ou processo que consiste em manter a vacina em boas conmdições
desde o fabricante ate ao consumidor final.
Esta
consiste numa serie de relações de armazenamento e transporte, desenhados com o
objectivo de manter as vacinas dentro de temperatura aceitáveis ate alcançar os
benefícios que são a mãe e a criança. As falhas em qualquer um dos pontos podem
tornar a vacina inútil. Mesmo pequena exposicoes a temperaturas adversas pode
ser prejudicial, pois o efeito é cumulativo.
O
calor e a luz solar destroem ou reduzem a eficácia de todas vacinas. A polio, o
Sarampo e a BCG são mais rapidamente destruídas pelo calor por este matar as
partículas vivas. O congelamento destrói a DTP/Hepatite B a VAT. Estas vacinam
quando congelados formam grânulos que não de dissolvem mesmos depois de
agitados fortemente.
Devido
a sensibilidade das vacinas a temperaturas adversas, deve-se prestar uma
atenção crítica às temperaturas de conservação recomendadas para cada tipo de
vacina, em todos os estágios de transporte e durante o armazenamento.
Manter
a cadeia de frio requer que as vacinas e o diluente sejam:
- Colectadas
do fabricante ou do aeroporto logo que estejam disponíveis;
- Transportadas
entre os +2°C e os +8°C do aeroporto ou de um depósito para o outro;
- Conservada
a temperaturas correctas no depósito central, provincial, distrital e nas
unidades sanitárias;
- Transportadas
entre os +2°C e os +8°C para as brigadas móveis e durante as sessões das
brigadas móveis.
- Mantidas
entre os +2°C e os +8°C durante o regresso das sessões das brigadas móveis
para a unidade sanitária.
A cadeia de frio ira funcionar adequadamente
se as pessoas responsáveis tiverem conhecimentos e habilidades sobre como
organizar e manter o equipamento da cadeia de frio disponível.
O equipamento deve ser de qualidade e
quantidade apropriadas para permitir uma conservação correcta da vacina a
medida que ela vai de um estagio da cadeia de frio para o outro até alcançar o
consumidor final, a mãe e a criança.
Tipos
de vacinas
|
Níveis:
Central
e Provincial
|
Níveis:
Distrital
e U. Sanitária
|
BCG
|
-15°C a -25°C
|
+2°C a +8°C
|
ANTI-POLIO
|
-15°C a -25°C
|
+2°C a +8°C
|
ANTI-SARAMPO
|
-15°C a -25°C
|
+2°C a +8°C
|
DTP/Hepatite+hib
& PCV10
|
+2°C a +8°C
|
+2°C a +8°C
|
ANTI-TÉTANO
|
+2°C a +8°C
|
+2°C a +8°C
|
Equipamento
da cadeia de frio
Os níveis Central e provincial usam
câmaras de frio, congeladores, caixas isotérmicas grandes e, as vezes, camiões
com refrigerador para transportar a vacina. As unidades sanitárias usam
geleiras com compartimento de congelamento, caixas isotérmicas médias e
pequenas de mesa.
Câmaras
de frio
Ao
nível Acamara de frio é uma sala construída com material especial, que é
mecanicamente mantida frio, cuja a temperatura é ajustável desejado. As câmaras
frias são encontradas nos depósitos centrais, provinciais e regionais onde
grandes quantidades de vacinas são conservadas.
Como
trabalhar com segurança na câmara de frio
- Tomar o cuidado
para evitar fechar acidentalmente alguém dentro da câmara quando mas de
uma pessoa estejam trabalhando dentro da câmara da fria.
- Usar roupa
quente e permanecer pouco tempo trabalhando dentro da câmara de frio, para
evitar lesões por frio.
- Verificar
regularmente a quantidade de diesel no tanque do gerador e reencher o
tanque sempre que necessário.
- Um técnico de
frio deve verificar regularmente o equipamento, especialmente os cintos,
filtros e o compressor.
Tipos
de geleiras /Refrigeradores
Existem
fundamentalmente dois (2) tipos de refrigeradores: de compressão e de absorção.
Refrigeradores
de compressão
Muitos
refrigeradores eléctricos e solares são do tipo compressão. O refrigerador tipo
compressão usa um motor eléctrico de compressão para circular o fluído frio
chamado refrigerante. A bomba comprime o refrigerante do estado gasoso para o
estado líquido, um processo que retira o calor. Isto limita a sua utilização
aos locais onde não haja suprimento de energia eléctrica fiável.
Refrigeradores
de tipo absorção
Os
refrigeradores de absorção usam o calor produzido pela electricidade ou pela
chama de gás ou petróleo, para produzir o ciclo de frio, sob pressão produzida
pelo hidrogénio.
Os
refrigeradores do tipo absorção menos eficientes do que os de tio compressão
por causa da fraca circulação do refrigerante, mas são muito recomendáveis para
os locais onde haja energia fraca ou pouco fiável. Nestes casos deve-se usar
refrigeradores a petróleo ou a gás.
Arrumação de vacinas
na geleira
As
vacinas devem ser arrumadas nas prateleiras da geleira mantendo uma distância
de dois dedos entre uma caixa e a outra de modo a permitir uma circulação livre
do ar.
Para arrumar as
vacinas nas geleiras verticais é necessário:
·
Colocar as vacinas
BCG, anti-polio e anti-sarampo na prateleira superior;
·
NA segunda prateleira
arrumam-se as vacinas VAT e DTP/HB, junto com otermometro, com temperatura de 2 a
8°C
e frascos abertos metidos numa caixa e assinalada “vacina devolvida”.
·
Colocar os diluentes
e acumuladores de gelo na terceira prateleira.
·
Nos locais menos
frios com a parte inferior da geleira e a parte interior da porta não se guarda
vacinas, só diluentes de sarampo e BCG.
Para arrumar as
vacinas nas geleiras horizontais é necessário:
·
Colocar as vacinas
BCG, anti-polio, anti-sarampo próximo do separador da geleira por ser a zona
mais fria;
·
As vacinas mais
antigas devem ser separadas das recentes em primeiro lugar.
Utilização apropriada
das geleiras
·
Colocar a vacina no
comportamento correcto;
·
Evitar abrir a
geleira desnecessariamente;
·
Manter a temperatura
entre os +2°C
e +8°C;
·
Descongelar a geleira
regularmente;
·
Arrumar as vacinas
com espaço suficiente para permitir a circulação do ar;
·
Ter sempre um
termómetro, um monitor e um freeze watch dentro da geleira;
·
Verificar a
temperatura no interior da geleira duas vezes por dia;
INSTRUMENTOS QUE CONTROLAM A TEMPERATURA DENTRO DO
REFRIGERADOR E FUNÇÃO DE CADA INSTRUMENTO
Termómetro -
para medir a temperatura para descobrir se a geleira funciona bem ou não que
podem ser:
- Termómetro Cristal Líquido
é usado durante o transporte de vacinas e nos refrigeradores. Este
termómetro não opera a temperaturas abaixo de zero graus.
- Termómetro de Relógio
pode ser usado tanto para transporte e armazenamento assim como a todos
níveis da cadeia de frio.
- Termómetro Digital
é usado para supervisão da cadeia de frio e verificação do equipamento.
·
Termómetro
Registador é utilizado nos locais onde estão
armazenadas grandes quantidades de vacinas, particularmente nos depósitos
centrais e por vezes regionais.
·
Monitores
para controlar o estado das vacinas - quando
a temperatura sobe acima do normal as as janelas brancas do monitor mudam para
a cor azul.
Exemplos
– se a janela A ficar azul, usar a vacina Anti-pólio ao longo dos próximos 3
meses e as restantes usar normalmente,
·
Se a janela B ficar
azul, não usar a vacina Anti-pólio mas usar a vacina anti-sarampo nos próximos
3 meses e as restantes normalmente,
·
Se a cor azul mancha
a janela C, não usar a vacina Anti-pólio nem anti-sarampo e usar a vacina DTP e
BCG nos próximos 4 meses e a VAT usar normalmente,
·
Se a cor azul mancha
a janela D, não usar nenhuma vacina e informar ao distrito ou DPS.
Freeze
Watch é um pequeno instrumento que contém
no seu interior um líquido vermelho carregado. Quando a geleira congela ele
parte-se deixando escorrer o seu liquido vermelho nas suas paredes internas.
Isto significa que a vacina DTP/HB/Hib congelaram e não podem ser utilizadas
porque com a congelação perdem a sua potência.
Funcionamento normal
de uma geleira eléctrica
- Ligar
a geleira ao estabilizador;
- Ligar
o estabilizador na fonte eléctrica;
- A
tomada deve ser exclusiva para a geleira;
- Regular
a temperatura da geleira em mínima e máxima;
- Em
caso de dúvida consultar o livrete de intrusões;
- No
caso de ligar a geleira deve se esperar uma hora antes verificar a
temperatura.
Se a geleira deixar
de funcionar
- Verificar
se o botão de controlo se esta ligado na posição correcta ou não;
- Verificar
os fusivos;
- Chamar
o técnico se a geleira não funcionar após
- Estes
cuidados
- Se
a geleira não estiver suficientemente fria;
- Fazer
verificações indicadas anteriormente:
- Verificar
se o botão esta na posição máxima, e se não estiver, aumente e esperar
1hora para ler novamente a temperatura;
- Verificar
se o termoestático esta a funcionar ou não;
- Verificar
se as portas fecham bem ou não;
- Verificar
se as portas não são abertas muitas vezes ou não;
- Controlar
o acumulador de gelo;
- Verificar
se a circulação do ar é boa dentro e fora da geleira.
Em caso de falta de
energia
·
Evitar a subida da
temperatura ao nível maior que +8C;
·
Não permitir que a
porta seja aberta;
·
Se possível
transferir as vacinas para a geleira a petróleo ou ligar gerador, ou ainda para
caixa isotérmica com quantidade máxima de acumuladores de gelo.
Funcionamento
normal de uma geleira à petróleo
·
Funciona com o calor
produzido pela chama de um combustível que é o petróleo.
·
Encha o tanque com
petróleo puro, usando filtro com torcida apagada;
·
Não deve misturar o
petróleo com outros combustíveis;
·
A torcida assim como
queimador devem ser bem ajustadas;
·
A torcida e a chaminé
devem ser mantidas limpas a parte inferior da torcida deve ser submersa no
petróleo.
MANUTENÇÃO DA CADEIA DE FRIO
Geleira eléctrica
Manutenção diária
- Anote a temperatura da geleira (manha e tarde)
e preenche o registo.
- Mantenha sempre a temperatura das vacinas
entre os 0 e 8ºC
Manutenção semanal
- Controle a acumulação do gelo no compartimento
da congelação.
- Se o gelo atingir 5mm ou mais de espessura
descongele-o.
- Depois do descongelamento limpe e seque dentro
e fora do refrigerador.
Manutenção mensal
- Aproveite contar o stock físico das vacinas e
verifique se e o mesmo que consta nos registos.
- Limpe o condensador e a unidade de
refrigeração.
- Tire a sujidade e poeira com uma escova leve.
- Faca limpeza da borracha da porta e
pulverize-a com o pó talco cirúrgico.
- Controle a ferrugem e a danificação da
chaparia de geleira e se possível mande pintar.
Geleira a petróleo
Manutenção diária
- Verificar a temperatura e preenche o registo
- Manter a temperatura da vacina entre 2 a 8
- Verificar o nível da chama (chama azul)
- Verificar se não deita fumaça
- Preencher o reservatório de petróleo
- Utilize o filtro sempre que assim proceda
Manutenção semanal
- Limpe a chaminé e espalhador de chama;
- Limpe o queimador;
- Apare a torcida;
- Controle a acumulação de gelo no compartimento
da congelação;
- Se o gelo tiver 5 mm de espessura descongele;
- Depois do descongelamento limpe e seque dentro
e fora do refrigerador.
Manutenção mensal
- Conte as vacinas e verifique o stock físico e
igual ao stock dos registos;
- Esvazie o reservatório de petróleo, lave-o com
um pouco de petróleo limpo e volte a enche-lo com este combustível;
- Limpe o condensador e a unidade de
esfriamento;
- Tire a sujidade e poeira com uma escova leve;
- Faca limpeza da borracha da porta e
pulverize-a com o pó talco cirúrgico;
- Controle a ferrugem e a danificação da
chaparia de geleira e se possível mande pintar, se necessário;
Gestão da cadeia de
frio
Um
factor importante para a gestão da rede de frio é a presença de uma equipe
treinada para monitorar estas etapas. Para
uma melhor gestão da cadeia de frio deve-se ter em conta alguns
conhecimentos e princípios baseados para a conservação de vacinas que são:
·
Ter sempre um termómetro, um monitor e um freeze watcha
dentro da geleira; Estes instrumentos devem ser controlado duas vezes por dia,
para ter certeza que a geleira funciona correctamente com temperaturas
desejáveis para a vida das vacinas;
·
A geleira deve
permanecer hermeticamente fechada;
·
Não por outros
produtos para além das vacinas e seus diluentes;
·
Controlar diariamente
a chama da geleira a petróleo;
·
Controle e registo da
temperatura duas vezes por dia;
·
Verificar a chama
azul que indica que o refrigerador funciona bem e garante temperaturas
recomendadas;
·
Verificar a formação
do gelo, e se o gelo atingir 5 a 6mms de espessura descongelar o refrigerador;
·
Depois do
descongelamento deve limpar e secar dentro e fora do refrigerador;
·
Colocar a vacina no
compartimento correcto,
·
Evitar abrir a geleira
desnecessariamente;
·
Manter a temperatura
entre os +2C e +8°C;
·
Arrumar as vacinas
com espaços suficientes para permitir a circulação do ar;
·
Não arrumar as
vacinas em contacto com o evaporador;
·
Descongelar o
refrigerador regularmente;
·
Fazer a
limpeza da câmara com pano húmido; quando necessário utilizar sabão neutro,
mantendo-a sempre;
·
Ao ligar a geleira ou
acender a chama, mantenha as portas fechadas duas ou três horas;
·
Manter sempre em
reserva o material de reposição tais como:
§ 2
Torcidas;
§ 1
Aparador (lamina) da torcida;
§ 2
Tubos de vidro;
§ 10
Litros de petróleo;
§ 1
Filtro de combustível
Responsabilidade do
TMP e AMP.
- Nunca
guardar vacinas nas partes inferior da geleira nem na parte interior da
porta, por serem locais menos frios;
- Conserve
os diluentes das vacinas de sarampo e BCG na parte inferior da geleira, a
fim de os refrigerar antes da sua utilização. O diluente deve estar fresco
porque se estiver quente pode alterar a vacina durante a diluição;
- A
temperatura deve manter se sempre entre 2 a 8 graus centígrados na
prateleira do meio. O controlo da temperatura deve ser feita duas vezes
por dia e anotada na ficha de registo que deve ser colocada por cima Da
geleira;
- Nas
prateleiras superiores coloca se as vacinas VAP, VAS e BCG;
- Na
prateleira do meio arruma-se as vacinas de DTP e VAT;
- Na
última prateleira coloque caixas de diluentes e acumuladores de gelos
congelados;
- Lembre
se que a torcida e chaminé devem ficar sempre limpas;
- Se
tiver fuligem esta deve ser limpa. Para a limpeza da chaminé, queimador ou
torcida, puxe o tanque para fora em primeiro lugar e quando for a
recolocá-lo faça-o de modo a que fique bem ajustada e não molhado com
petróleo na parte de cima para evitar a explosão;
- Não
introduzir o tanque com a parte de cima molhada de petróleo porque pode
provocar uma explosão;
- Não
abrir a geleira sem necessidade;
- Nunca
guardar comida, bebida ou água na geleira de vacina;
- Lembre-se
sempre que a geleira de vacina serve apenas para conservar as vacinas;
- Nunca
utilizar vacinas que estiverem expostas a temperaturas elevadas.
NORMAS DE
TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO DAS VACINAS
Utilização
de Caixas isotérmicas nas brigadas móveis.
Existem vários tipos de caixas térmicas que servem para
acondicionamento e transporte de vacinas.
- Põe primeiro nos lados e no
fundo da caixa os acumuladores de gelo;
- Arrume
as vacinas. Lembre-se que as vacinas DTP, HPB/HB/Hib e VAT não devem ficar
em contacto directo com os acumuladores de frio;
- Coloque-as
no meio das outras e embale com espuma de plástico ou material de
embrulho.
- Feche
bem a caixa e mantenha-a numa sombra;
- Mantenha
as vacinas no frio até ao momento de as injectar;
- No
local de vacinação, mantenha a caixa isotérmica na sombra e fechada;
- Só
tire da caixa a vacina que vai ser imediatamente utilizada;
- Para
a conservação de vacinas já preparadas e para a aplicação, durante uma
sessão de vacinação, utiliza-se uma caixa isotérmica pequena.
Conclusão
O
conhecimento deste tema é muito importante por parte do Técnico de Medicina
Preventiva, pois fornecerá um conhecimento geral sobre o funcionamento normal
da cadeia de frio. Sabendo elementos constituintes da mesma, irá facilitar a
sua manutenção.
Conclui
tambem que na arrumação das vacinas, deve se obedecer as normas acima
estabelecidas, isto para facilitar a localização rápida das mesmas. A
manutenção da geleira eléctrica assim como a petróleo pode ser diária, semanal
e ou mensal, isto para permitir uma boa vigilância e acompanhamento adequado da
mesma.
Bibliografia
Ministério
da Saúde; MANUAL DO PROGRAMA ALARGADO DE VACINAÇÃO; Dezembro, 2009; PP:
95-104.
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