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domingo, 15 de janeiro de 2017

Índice de quebra vacinal (IQV)

Vamos esclarecer alguns aspectos em relação ao índice de quebra vacinal no Programa Alargado de Vacinação (PAV).
Mas antes vamos conceituar este indicador: a priori o índice de quebra vacinal (IQV) é um indicador qualitativo, ou seja, mede o nível da qualidade de prestação de serviços do programa alargado de vacinação (PAV). Refere-se essencialmente ao rácio entre primeira e ultima doses de vacinação, por outra, a diferença numérica/percentual entre as crianças que fizeram a primeira dose e que voltaram para completar as doses subsequentes.
É de desejo que a diferença percentual seja de 0%, que todas as crianças que fizeram dose 1, retornem para terminar as ultimas doses (penta 1 ou VAS) dependendo do antígeno que se pretende avaliar.
Gráfico 1: exemplo de índice de quebra vacinal de um Distrito

Observe o a gráfico acima, note que o comportamento das barras é divergente. Deixe-me antes esclarecer que neste caso foram usados os antígenos Penta 1 e VAS para avaliar o nível de prestação dos serviços do PAV. Ou seja, se as crianças que fizeram as primeiras doses de penta 1 retornaram para fazer a ultima vacina de infância, a vacina Anti-Sarampo (VAS) neste caso especifico.
Geralmente usar ia-se BCG e não penta 1, mas considerando o facto de que existem nos distritos Centros de Saúde tipo I que são Unidades Sanitárias sem maternidade, seria tecnicamente incorrecto usar BCG, pois, estes postos dependem maioritariamente de partos não institucionais para vacinar com este antígeno.
Agora observe a imagem em 2:  
Imagem 2: exemplo de mapa de um distrito circo-rodeado por outros distritos

Imagine que a área de saúde no epicentro seja prestadora de excelentes cuidados de saúde às comunidades, o que iria acontecer, obviamente, é que toda população circunvizinha procuraria serviços de saúde nela. O que não é mau se olharmos para a finalidade da prestação serviços de saúde: que é a melhoria do estado de saúde das comunidades, independente da área de saúde que elas buscam esses cuidados.
Para o PAV, esta interação entre áreas de saúde diferentes pode criar aquele fenómeno que podemos nomear de desequilíbrio quantitativo e qualitativo dos dados, principalmente se olharmos pela questão de grupos alvos específicos e metas estabelecidas por cada Distrito.
Olhando para as duas realidades apresentadas acima através do gráfico e mapa teríamos uma situação tecnicamente injustificável (para alguns) o que levaria por vezes a viciação de dados. Pois, no gráfico nota-se que houve mais crianças vacinadas com Anti-Sarampo (VAS) que com penta 1. Facto que a olhos de alguns gestores isto pode estar relacionado ao mau registo ou copilação de dados, ainda que seja, porem, não podemos deixar de explorar outras possibilidades como a do Distrito representado em 2.
Numa outra perspectiva, o IQV pode ser alto. Se o Distrito X perde seu grupo alvo para o distrito Y, significa que o X terá um desfalque nas coberturas e no IQV pois, as mães ou cuidadores das crianças prefeririam ir para onde é próximo das suas residências ou que fornecem melhores cuidados de saúde através de Brigadas moveis ou mesmo nos Centros de Saúde.
Em suma, o IQV superior a 10 ou negativo mede qualitativamente o nosso desempenho do PAV. Seja por uma ou outra razão ainda que justificável é preciso um empenho no sentido de reduzir ou evitar que ocorra. Noutros casos diferentes dos aqui apresentados pode estar relacionado ao abandono, pelo simples facto do desconhecimento do calendário vacinal por parte dos cuidadores das crianças elegíveis a vacinação o que faz com elas não retornem para doses subsequentes e principalmente com a introdução do VAS rubéola que se aplica aos 18 meses.
                                                                                                                                                   



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