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domingo, 10 de abril de 2016

Medidas sustentáveis para a criação de Ambientes Favoráveis e Saudáveis à Saúde Pública segundo a “Declaração de Sundsvall”


Ambiente inseguro a saude publica 
Num sentido lacto, a promoção de saúde é vista como uma das medidas publicas mais sustentáveis ao desenvolvimento humano, pois, é um conjunto de acções que englobam todos níveis sociais na sua implementação. Incorpora desde sessões educativas sobre hábitos saudáveis, campanhas de vacinação em massa, abastecimento de agua potável, criação de ambientes saudáveis ao homem.
Na 3ª conferencia de Sundsvall, a principal temática era a criação de ambientes favoráveis a saúde. Onde o homem podia viver e exercer suas actividades sem no entanto sofrer pelo binômio pobreza versus saúde. Nessa conferencia foi atribuída a todos a missão de se empenharem para manter o ambiente sustentável de modo a criar um ambiente favorável a saúde. Já que foi visto que milhões de pessoas viviam em ambientes em progressiva degradação, facto que contribuía para o aumento da pobreza extrema e ocorrência sucessiva de doenças relacionadas ao ambiente inseguro.

No que concerne a responsabilização por manter o ambiente favorável a saúde, foram instados todos os órgãos directivos e políticos envolvidos no processo de tomada de decisão. Estes deverão se unir aos defensores e activistas comunitários, assim como toda massa colaborativa no sentido de manter o ambiente social saudável para todos.
As diretrizes das accoes a serem levadas a cabo deviam consubstanciar-se a criação de políticas ambientais sustentáveis e justas para todos. Visto que as desigualdades refletem-se num crescente fosso no que respeita à saúde, tanto nas nossas nações, como entre países ricos e países pobres. Esta situação é inaceitável. É urgente agir para a obtenção de justiça social no campo da saúde. Há milhões de pessoas a viver em pobreza extrema e a sofrer grande privação, em ambientes que se têm vindo a degradar progressivamente, quer em meio rural, quer urbano. Um número alarmante e imprevisível de pessoas sofre as consequências trágicas para a saúde e o bem-estar, resultantes dos conflitos armados. O rápido crescimento da população é uma ameaça major para o desenvolvimento sustentável. Muitas pessoas têm de sobreviver sem água própria para consumo, comida adequada, abrigo ou saneamento.
Até os dias actuais, mais de um bilhão de pessoas ainda continua sem provimento de cuidados básicos e essências de saúde. É preciso uma acção conjunta e colaborativa no seio social para se ultrapassar esse conflito sanitário, as principais acções devem ser feitas primeiro em nas comunidades em relação ao seu ponto de vista sobre o ambiente. Deve-se mudar a maneira de como se olha para meio ambiente como todo e determinante a sua saúde, deve-se igualmente exercer um ofício base nas culturas, tabus, mitos e crenças que prejudicam a sobrevivência e criação de ambientes favoráveis a saúde.

No contexto da saúde, a expressão «ambientes favoráveis à saúde» refere-se aos aspectos físicos e sociais que nos rodeiam. Isto é, os locais onde as pessoas residem, trabalham e passam os seus tempos livres. O que também envolve as questões estruturais que determinam o acesso aos recursos vitais e às oportunidades de capacitação (empowerment). Assim, a acção para criar ambientes favoráveis tem várias dimensões, física, social, espiritual, económica e política, que estão ligadas entre si e em interação dinâmica. Para se conseguirem soluções que sejam verdadeiramente sustentáveis, a acção deve ser coordenada aos níveis local, regional, nacional e global.
Em face disso, foram traçadas 4 dimensões de acção a serem levadas a cabo para garantir ambientes favoráveis a saúde:
A dimensão social: que chama a acção de todos na causa, sobretudo as questões tradicionais que ainda constituem um calcanhar de Aquiles para a manutenção de ambientes saudáveis, visto que as concepções em relação a saúde continuam vagas e inespecíficas de tal forma que prejudicam o desenvolvimento humano e social.
Dimensão política: que incita os governos a traçar medidas e politicas democráticas ambientais sustentáveis e acessíveis a todos, respeitando sempre a defesa pelos direitos humanos;
Dimensão econômica: que requer uma distribuição de recursos e renda proveniente da exploração dos mesmos equitativamente;
A necessidade de reconhecimento e utilização das capacidades e saberes das mulheres, em todos os sectores: a mulher deve ser vista como um ser social que também pode participar na tomada de decisões no que respeita a promoção de saúde. As suas acções devem ser reconhecidas e partilhadas entre os homens e mulheres e devem ter igualmente uma foz forte e activa na criação de ambientes favoráveis saúde.

As propostas para implementar as estratégias da Saúde para Todos devem reflectir dois princípios básicos:
A equidade deve ser uma prioridade fundamental na criação de ambientes favoráveis à saúde, libertando a energia e o poder criativo, incluindo todos os seres humanos neste esforço único. Todas as políticas que ambicionam um desenvolvimento sustentável têm de ser sujeitas a novas formas de responsabilização pela prestação de contas, com o fim de se conseguir uma distribuição justa de responsabilidades e de recursos. Toda a acção e distribuição de recursos devem ser baseadas numa prioridade e num compromisso claros, relativamente às populações mais pobres, aliviando a extrema miséria das pessoas marginalizadas, das minorias e das pessoas com deficiência. O mundo industrializado necessita de pagar a dívida ambiental e humana que acumulou através da exploração do mundo em desenvolvimento.
A acção pública para a criação de ambientes favoráveis à saúde necessita reconhecer a interdependência de todos os seres vivos e gerir todos os recursos naturais, tomando em linha de conta as necessidades das gerações futuras. As populações indígenas possuem relações culturais e espirituais únicas com o meio ambiente físico, que podem ser exemplos valiosos para o resto do mundo. É essencial, por este motivo, que estas populações sejam envolvidas nas actividades para o desenvolvimento sustentável e nas negociações sobre os seus direitos à propriedade e herança cultural.

A conferência de Sundsvall apela um envolvimento de todo o tecido social na implementação de ambientes favoráveis a saúde através de várias intervenções comunitárias, incluir as mulheres na advocacia; instar a comunidade para o autocontrolo da sua saúde e do seu ambiente; criar continuamente alianças entre vários intervenientes em prol da saúde e do ambiente e mediar os interesses em conflitos na sociedade de modo a garantir um acesso equitativo a ambientes favoráveis a saúde.

Da conferencia espera-se que as pessoas na sua interação social e fazendo parte integral do ecossistema mundial, estejam consciencializadas que a sua saúde está intimamente ligada ao ambiente em que vive e, a sua condição de saúde depende fundamentalmente de manter o ambiente favorável a saúde.
Ainda dadas as diferenças de rendimento por capital humano, as desigualdades sócias influenciam na emigração de grande parte da população das zonas rurais para urbanas instalando-se em zonas Peri-urbanas e com fraco acesso a agua potável e falta de medidas básicas de saneamento do meio. Esse deve constituir outro ponto de partida rumo ao melhoramento do ambiente, criando condições favoráveis para uma vida saudável das pessoas e essa actividade deve incluir toda massa social, desde os sujeitos a causa, os colaboradores e defensores ambientais, assim como os órgãos políticos governamentais.

A sociedade como um todo deve se responsabilizar pela manutenção da salubridade ambiental e criação de políticas e estratégias para um desenvolvimento sustentável e equitativo. Ainda nessa vertente, a Conferência de Sundsvall apela à Comunidade Internacional para que estabeleça novos mecanismos de responsabilização pela prestação de contas em matéria de saúde e de ecologia, assentes em princípios de desenvolvimento sustentável da saúde. A obtenção deste objectivo requer declarações inequívocas, com impacto sobre os programas e as iniciativas políticas que se relacionam com a saúde e o ambiente. A OMS e o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) devem, com urgência, intensificar os seus esforços para desenvolver códigos de conduta no mercado e no marketing de substâncias e produtos nocivos à saúde e ao ambiente.


Referências Bibliográficas
http://www.who.int/en/



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