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sábado, 18 de julho de 2015

Água e Saúde comunitária


A água é um presente de Deus para a humanidade, ela encontra-se na natureza em variadas fontes sejam elas superficiais (rios, lagoas etc.) ou em fontes perfuradas no sobsolo (poços e furos).
Em algumas regiões do país esse liquido vital a saúde ainda não se encontra disponível para todos, obrigando a comunidade a deslocar-se muitos quilômetros para ter o acesso. Facto esse que contribui no surgimento de muitas doenças relacionadas a sua escassez tal como doenças diarreicas, doenças de pele, em suma tantas outras associadas a deficiente higiene individual e colectiva.
Embora noutras zonas a água exista em abundância quando ela não é segura também é um atentado a saúde da comunidade.Não basta fornecer água, é preciso que ela seja segura e confiável para o consumo.
Garantir a segurança e potabilidade da água não é apenas tarefa dos técnicos de saúde, mas também da comunidade. É importante que o responsável da saúde da comunidade junto a comunidade trabalhem em equipe para garantir a salubridade desse precioso líquido.
Esse trabalho deve ser feito envolvendo todos membro da comunidade, senhores/as, avós, chefes das famílias e acima de tudo as estruturas locais. É de estima importância que todos participem de modo a presenciar de perto as dificuldades de que ambos passam por elas e em conjunto traçarem melhores caminhos e estratégias para a superação por unanimidade.
Geralmente, em uma comunidade podem surgir vários pontos de vista em relação ao mesmo assunto que divergem, nesse caso, o técnico de saúde deve ser um bom moderador dessas opiniões, não necessariamente que tome uma ou outra posição, mas sim que saiba como conciliar as ambas partes sem ferir as sensibilidades de alguns.
Pode usar várias técnicas de envolvimento comunitário, como por exemplo, pegar numa opinião de uns expor para os outros e, perguntar o que eles acham e vice-versa. Feito isso, todos poderão ter uma única  visão em torno do assunto e só assim poderão tomar decisão de como solucionar o problema.
Colher pontos de vista da comunidade é a forma mais eficiente e eficaz de solucionar qualquer problema que apoquenta.
Note que distribuir certeza, educar a comunidade para ferver a água não é suficiente para evitar doenças relacionadas ao consumo de água contaminada, o importante acima de tudo é garantir a sua segurança na  fonte de obtenção.
O facto de a agua estar limpa não significa necessariamente que é segura para ser consumida, infelizmente muitos ainda pensam assim e quando o técnico de saúde faz menção a esse aspecto muitas vezes não lhe é dado muito credito. O técnico de medicina preventiva pode reunir a comunidade em sua área de saúde de modo a fazer perceber esse aspecto.
São varias as técnicas que o técnico pode usar para melhor fazer entender a comunidade que nem sempre o que aparentemente está limpo significa igualmente seguro para se consumir.
Use a seguinte técnica:
Material
1.   Três garrafas de um litro de agua limpa;
2.   Meia chávena de lama;
3.   Meia chávena de terra vermelha;
4.   Uma colher de açúcar e outra de sal;
5.   Quatro copos
Na primeira garafa ponha a lama e agite bem, na segunda ponha a terra vermelha, na terceira e quarta ponha o açúcar e sal respetivamente e igualmente agite bem. Leve seu material a reunião com a comunidade.
No primeiro copo ponha a agua misturada com a lama, no segundo, agua misturada com terra, no terceiro e quarto ponha água misturada com sal e açúcar. Feito isso peça quatro voluntários para beberem a água dos copos. Verás que apenas a água dos copos que se misturou sal e açúcar será bebida e o resto não.
Agora faça a seguinte questão: porque não beberam a água dos copos misturada com lama a área vermelha? Provavelmente digam porque ela está suja. Agora pergunte aos que beberam água dos copos que tinham sal e açúcar se sabiam que aquela água tinha sal e açúcar? De certeza vão responder que não.
Após esse exercício, conclua assim: não basta que nos olhemos para agua e decidimos que está segura para ser consumida só por que ela está aparentemente limpa, maior parte dos micro-organismos que causam doenças, são invisíveis a alho nú, não que eles não estejam presentes, geralmente a água poluída, ou seja, aquela que tem sujidade visível, é menos perigosa que aquela que esta aparentemente limpa.
Primeiro porque nos prestamos mais cuidados à aquela que está suja, fervermos ou usamos outras formas de mantê-la potável e o nosso grande erro é beber aquela que nos parece limpa sem a tratar.

Como a agua é contaminada e como evitar
A água é retirada em diversas fontes na natureza, seja elas naturais ou artificiais, por natureza a água é limpa e potável, entretanto, diversos factores, quer antropogênicos ou da própria natureza tiram essa potabilidade da água.
Água superficial: embora não seja muito comúm no sul do País, mas no centro e norte maior parte da população depende da água das fontes  naturais superficiais (rios, lagos, lagoas, cachoeiras, etc.) essa água é utilizada para diversos fins humanos, tanto para confeccionamento de alimentos, higiene individual, beber, lava roupa, irrigar machambas e outros fins.
É comúm que as pessoas levem roupa para lavar nos rios, ao invés de tirar água para o fazer em casa, esse habito é alimentado pelas distâncias que as pessoas devem percorrer para atingir a fonte de água. Esse costume não é no entanto prejudicial saúde, torna-se portanto, menos saudável quando essa mesma água é usada para o consumo e sem técnicas adequadas para evitar a contaminação, como por exemplo: não ter um local especifico para lavar a roupa, para tirar água de consumo, para o gado beber água, etc.
É preciso que o técnico de saúde oriente a comunidade de modo a saber separar esses locais para que a água não fique contaminada e consequentimente insegura para o ocnsumo. Algumas das estratégias para distinguir esses locais são: tendo em conta que a água do rio corre (tem corrente) para alguma posição, a água para o consumo deve ser tirada num local acessivel para todos e igualmente identificado, mais em frente deve ser criado um local para a lavagem da roupa obedecendo o curso da água. E para o consumo do gado, por unanimidade, a comunidade deve escolher um local especifico e também acessivel a todos e desviar-se um caudal para o local escolhido para que tanto a água para consumo assim como para a lavagem da roupa não fique contaminada.
Água dos poços: em regra geral, toda agua retirada a 30 metros abaixo da superficie terrestre é bacteriologicamente pura. Entretanto, varios factores tornam-na contaminada dentre eles: a forma usada para retira-la para o consumo; os metodos para a preservação da fonte; os instrumentos usados para retirar a água do fundo para os reservatarios e a higiene colectiva dos usuarios da fonte. Por tratar-se de fontes muitas vezes colectivas e atendo em conta que cada pessoa embora pertecente a mesma comunidade comporta-se de maneira diferente na sociedade, é preciso que sejam traçadas normas conjuntas para proteger a agua, como por exemplo:
·         Todo usuário deve fechar a tampa do poço sempre que usa-lo;
·         O instrumento usado para retirar a água do fundo (cartilha/cegonha), deve ser partilhado por todos e deixado num local que todos tenham acesso;
·         A corda usada para introduzir a cegonha deve ser uma que não adere com facilidades a sujidade;
·         Deve-se fazer um calendário da limpeza do local situado o poço assim como do próprio poço, definindo aasim a periodicidade em intervalos de tempo.
O técnico de Medicina Preventiva e Saneamento do Meio, deve estar na vanguarda dos problemas da comunidade e, lembrando-se sempre que ele não está lá para resolve-los, mas sim auxiliar a comunidade na sua solução.
De um tempo para cá, com a globalização e desenvolvimento, muitas empresas de comercialização do precioso liquido tem eivado as nossas cidades e vilas e com publicidades enganosas (business), infelismente muitos caem nessas publicidades e preferem comprar água engarafada que cuidar da sua propria, investindo suas escassas receitas que podiam ser canalizadas para outros fins da familia. “Muitas vezes a água engarafada é apenas água da torneira numa garafa” e que nós gastamos dinheiro em comprar algo que temos.
O elevado custo ambiental no processo de fabrico das garafas plásticas, engarafamento e transporte da água engarafada é literalmente significativo em relação ao custo que se podia canalizar para manter a água da comunidade segura para o consumo.
Por Noraldino nuva


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