Factores que
Influenciam na Distribuição da Malária
A
intensidade de transmissão da malária varia de ano para ano e de região para
região. Este facto, deve-se à acção de determinados factores que influenciam na
sua transmissão e distribuição. São os seguintes:
- Factores
ambientais
- Factores do
hospedeiro
- Factores
relacionados com o parasita e vector
- Pluviosidade
- Altitude
- Temperatura
- Humidade relativa do ar
Quanto
maior for a temperatura, a humidade relativa do ar e a pluviosidade, maior será
a capacidade de transmissão da malária pelo aumento de criadores de mosquitos
(charcos, águas estagnadas) e aumento do tempo de vida do mosquito. Em relação
à altitude, quanto maior for a altitude, menor será a transmissão da malária,
pois o aumento da altitude, faz baixar a temperatura criando condições
desfavoráveis para a sobrevivência do mosquito e do parasita.
As
características dos criadouras são factor essencial para o desenvolvimento do
vector, no caso do Anopheles, desenvolve-se melhor em áreas expostas a alta
incidência de luz solar e necessita de criadouros aquáticos não poluídos e de
baixo fluxo. Por outro lado, a poluição de superfícies aquáticas com lixo e
resíduos, em áreas submetidas a intensa urbanização se revelou deletéria para
esta espécie, dificultando a transmissão da doença por redução dos criadouros
naturais.
Factores do Hospedeiro
Os
principais factores do hospedeiro, relacionados com a transmissão e distribuição
da malária são:- Resistência
natural
- Imunidade
adquirida
- Idade
- Gravidez
- Crenças
e práticas
- Migração
A. Resistência Natural
Certas
condições genéticas proporcionam resistência natural a malária.
·
Deficiência do factor
Duffy (antígeno de superfície eritrocitário) confere protecção e resistência ao
P. vivax
·
Hemoglobinopatias
(ex: anemia falciforme, deficiência de Glicose 6 fosfato desidrogenase,
talassemias)
B. Imunidade
Adquirida
A
exposição repetida a malária faz com que os indivíduos passem a ser
semi-imunes. Isto significa que ainda estão em risco de infecção, mas não
desenvolvem formas graves da doença ou ficam assintomáticos. Pacientes com
imunodeficiências (HIV/SIDA, desnutridos, etc) devido a deficiente imunidade
estão em risco de desenvolver formas graves e fatais de malária.
C. Idade
Crianças
menores de 5 anos são um grupo de risco pois ainda não desenvolveram imunidade,
sendo susceptíveis a desenvolverem formas graves de malária.
D. Gravidez
Mulheres
grávidas apresentam uma diminuição da imunidade, sendo susceptíveis a
desenvolverem formas graves de malária.
E. Crenças e Práticas
As
crenças sobre doenças (causas, prevenção e cura) influenciam nas práticas que
se toma sobre as mesmas e na adesão às medidas de prevenção do SNS. Por
exemplo, em Moçambique (sobretudo no norte do país), é comum a população
rejeitar que se faça a pulverização intra-domiciliária, por se acreditar que
este acto está na origem da cólera e que não previne a malária. Um outro
problema, é o facto de em zonas costeira onde a pesca é principal actividade
(ex: Mocimboa da Praia), a população desviar as redes mosquiteiras
disponibilizadas às mulheres grávidas na CPN, para a prática da pesca.
F. Migração
A
migração está associada com a transmissão de malária. Por exemplo: pessoas sem
imunidade contra a malária podem se deslocar de áreas sem malária para áreas
endémicas de malária, afectando assim a
distribuição e transmissão. O contrário também é válido, quando uma pessoa
proveniente de uma área com malária se desloca para uma área sem malária,
carregam o parasita para esta área.
Factores relacionados com o Parasita e Vector
Cada
uma das espécies de plasmódio apresenta estirpes diferentes com propriedades
antigénicas diferentes. Portanto, ser imune a uma estirpe não implica ser imune
a outras estirpes- A densidade do
vector – quanto maior for a densidade do vector da malária, maior é o
risco de transmissão
- Longevidade do
vector – quanto maior for a longevidade (tempo de vida) do vector, maior o
risco de transmissão, pois o parasita poderá completar seu ciclo de vida
dentro do vector e maior capacidade de picar (alimentar-se). Ao reduzir a
longevidade do vector (eliminando ou tratando os criadores), poderá se
reduzir a transmissão da malária
- Hábito de
alimentação – quanto maior a frequência de alimentação do vector maior
será o risco de transmissão da malária. Por outro lado, vectores que se
alimentam de sangue humanos (anopheles
gambiae) apresentam maior probabilidade de transmitir o parasita da
malária do que vectores que se alimentam de sangue de animais ou ambos,
sangue de animais e humanos. Alguns vectores preferem alimentar-se no
interior de uma casa e outros no exterior de uma casa. Os vectores que se
alimentam no interior de uma casa são relativamente fáceis de controlar
(por exemplo: através da pulverização dentro de casa –
intra-domiciliária), constituindo uma oportunidade de reduzir a
transmissão da doença.
boa materia, gostei...
ResponderEliminarintenda mais sobre essa doenca
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