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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

sifilis

Sífilis
A sífilis ou lues é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. A principal via de transmissão é através do contato sexual, mas também pode ser transmitida da mãe para o feto durante a gravidez ou no momento do nascimento, resultando em sífilis congênita. Outras doenças humanas provocadas pelo Treponema pallidum. incluem a bouba ( subespécie pertenue ), a Pinta (subespécie carateum) e a bejel ou sífilis endêmica (subespécie endemicum).
Os sinais e sintomas da sífilis variam dependendo da fase atual em que se apresente (primária, secundária, latente e terciária). Apesar de seus sintomas, a sífilis foi conhecida como "a grande imitadora", devido às suas apresentações atípicas freqüentes. O diagnóstico é feito geralmente através de testes de sangue, no entanto, a bactéria também pode ser detectada utilizando microscopia de campo escuro. A sífilis pode ser tratada efetivamente com antibióticos, especialmente a penicilina G, de preferência por via intramuscular ou via intravenosa se for um caso de neurosífilis, ou ainda ceftriaxona para aqueles que têm alergia à penicilina e doxiciclina ou azitromicina por via oral.
A sífilis supostamente infectou 12 milhões de pessoas em todo o mundo em 1999, com mais de 90% dos casos em países em desenvolvimento. Depois de diminuir drasticamente desde a ampla disponibilidade de penicilina na década de 1940, as taxas de infecção têm aumentado desde a virada do milênio, em muitos países, muitas vezes em combinação com o vírus da imunodeficiência humana o HIV. Isto tem sido atribuído em parte às práticas sexuais inseguras, o aumento da promiscuidade, a prostituição e a diminuição do uso de preservativos
Etimologia
A palavra "Sífilis" é derivada do antropônimo Syphilus, protagonista do poema Syphilis Sive Morbus Gallicus, de Girolamo Fracastoro. O protagonista é castigado pelos deuses com uma doença repugnante, que o autor descreve como hoje chamamos de sífilis. "Lues" vem de lues, palavra latina que significa "praga". "Avariose" vem do francês avariose. "Mal-de-coito" é uma referência a sua transmissão via ato sexual. "Venéreo" vem do latim venereu.
Sinais e sintomas
A sífilis pode apresentar em um dos quatro diferentes estágios: primária, secundária, latente e terciária,  e também pode ocorrer de forma congênita Foi referida como a "a grande imitadora" por Sir William Osler devido às suas variedade de apresentações.
Sífilis primária
Lesões na pele no sífilis secundária
A sífilis primária é normalmente adquirida por contato sexual direto com as lesões infecciosas de outra pessoa. Cerca de 3 a 90 dias após a exposição inicial (média de 21 dias) uma lesão de pele, chamado de cancro, aparece no ponto de contato. Esta é classicamente (40% das ocorrências) uma única ulceração da pele firme, indolor, que não coça com uma base limpa e bordas nítidas entre 0,3 e 3,0 cm de tamanho. A lesão, no entanto, pode assumir praticamente qualquer formato. Na forma clássica, a lesão evolui a partir de uma mácula para uma pápula e, finalmente, para uma erosão ou úlceraçãoOcasionalmente, lesões múltiplas podem estar presentes (~ 40%),com múltiplas lesões sendo mais comuns quando co-infectadas com o HIV. As lesões podem ser dolorosas ou leves (30%), e podem ocorrer fora dos órgãos genitais (2–7%). A localização mais comum nas mulheres é o colo do útero (44%), o pénis em homens heterossexuais (99%) e em homens homossexuais no ânus e intestino reto (34%).[17] É comum o aumento de tamanho de linfonodos (80%) na região próxima da área afetada, ocorrendo sete a 10 dias após a formação do cancro.
Sífilis secundária
A apresentação típica da sífilis secundária é uma erupção cutânea nas palmas das mãos e plantas dos pés
A sífilis secundária é a seqüência lógica da sífilis primária não tratada e é caracterizada por uma erupção cutânea que aparece de 1 a 6 meses (geralmente 6 a 8 semanas) após a lesão primária ter desaparecido. Esta erupção é vermelha rosácea e aparece simetricamente no tronco e membros, e, ao contrário de outras doenças que cursam com erupções, como o sarampo, a rubéola e a catapora, as lesões atingem também as palmas das mãos e as solas dos pés. Em áreas úmidas do corpo se forma uma erupção cutânea larga e plana chamada de condiloma lata. Manchas tipo placas também podem aparecer nas mucosas genitais ou orais. O paciente é muito contagioso nesta fase.
Os sintomas gerais da sífilis secundária mais relatados são mal-estar (23%-46%), cefaleia (9%-46%), febre (5%-39%), prurido (42%) e hiporexia (25%). Outros, menos comuns, são dor nos olhos, dor óssea, artralgia, meningismo, irite e rouquidão.
Sinais mais específicos ocorrem nas seguintes frequências: exantema (88%-100%), linfadenopatia (85%-89%), cancro primário residual (25%-43%), condiloma plano (9%-44%), hepatoesplenomegalia (23%), placas mucosas (7%-12%) e alopecia (3%- 11%).
A sífilis secundária, algumas vezes conhecida como uma doença de mil-faces, pode apresentar inúmeros sintomas comuns a várias outras doenças como febre baixa em alguns períodos, sudorese intensa ao dormir (infecção crônica e manchas avermelhadas pelo corpo. A sífilis secundária também pode ocasionar episódios esporádicos de erupções ulcerativas na pele, de difícil regressão, episódios de otite, episódios de problemas oftalmológicos, episódios de problemas nos rins e episódios de problemas cardiovasculares que muitas vezes surgem e regridem sem a necessidade de nenhum tratamento específico. Outro sintoma importante são dores de coluna e dores de cabeça frequentes, que podem ser indicativos de um quadro de neurossífilis.
Manifestações raras incluem meningite aguda, que acontece em aproximadamente 2% de pacientes, hepatite, doença renal, gastrite, proctite, colite ulcerativa, artrite, periostite, neurite do nervo óptico, irite, e uveíte
Sífilis latente
Estado tipo portador, em que o indivíduo está infectado e é infeccioso mas não apresenta sintomas significativos.
Sífilis terciária
O terceiro estágio da infecção ocorre em um a dez anos, com casos de até 50 anos para que a evolução se manifeste.
Esta fase é caracterizada pela formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem ocorrer em diversas partes do corpo, inclusive no esqueleto. Outras características da sífilis não tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis cardiovascular.
Complicações neurológicas nesta fase incluem a "paralisia geral progressiva" que resulta em mudanças de personalidade, mudanças emocionais, hiperreflexia e pupilas de Argyll Robertson, um sinal diagnóstico no qual as pupilas contraem-se pouco e irregularmente quando os olhos são focalizados em algum objeto, mas não respondem à luz; e também a Tabes dorsalis, uma desordem da medula espinhal que resulta em um modo de andar característico. Complicações cardiovasculares incluem aortite, aneurisma de aorta, aneurisma do seio de Valsalva, e regurgitação aórtica, uma causa freqüente de morte. A aortite sifilítica pode causar o sinal de Musset (um subir e descer da cabeça acompanhando os batimentos cardíacos, percebido por Musset primeiramente em si próprio).
Sífilis congênita
Sífilis congênita é a sífilis adquirida pelo infanto no útero materno, geralmente quando a mãe é portadora da sífilis em estágio primário ou secundário. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 40% dos nascimentos de mães sifilíticas são nascidos mortos, 40 a 70% dos sobreviventes estão infectados e 12% destes irão morrer nos primeiros anos de vida.
Suas manifestações incluem alterações radiográficas, dentes de Hutchinson (incisivos centrais superiores espaçados e com um entalhe central); "molares em amora" (ao sexto ano os molares ainda tem suas raízes mal formadas); bossa frontal; nariz em sela; maxilares subdesenvolvidos; hepatomegalia (aumento do fígado); esplenomegalia (aumento do baço); petéquias; outras erupções cutâneas; anemia; linfonodomegalia; icterícia; pseudoparalisia; e snuffles, nome dado à rinite que aparece nesta situação. Os "Rhagades" são feridas lineares nos cantos da boca e nariz que resultam de infecção bacteriana de lesões cutâneas. A morte por sífilis congênita normalmente ocorre por hemorragia pulmonar.
O exame de VDRL geralmente é realizado no pré-natal para o rastreamento de sífilis em gestantes. O tratamento na gravidez com penicilina G benzatina previne o desenvolvimento da doença congênita

Sífilis decapitada

É chamada de sífilis decapitada aquela que fora adquirida por transfusão sanguínea, já que não apresenta a primeira fase da doença, dando início na sífilis secundária. Uma vez que todo o doador de sangue é submetido a exames, a incidência deste tipo de sífilis é extremamente rara. No entanto, pode-se assumir que usuários de drogas injetáveis são sucetíveis à este meio de transmissão da doença, como apontam alguns estudos que, apesar de não comprovarem diretamente o contágio por seringas contaminadas, permitem assumir que os usuários de drogas injetáveis constituem um grupo de risco para a transmissão de sífilis desta forma
Diagnóstico
Antes do advento do teste sorológico (sorologia de lues ou VDRL – acrónimo inglês para laboratório de investigação de doença venérea), o diagnóstico era difícil e a sífilis era confundida facilmente com outras doenças. Hoje em dia, o VDRL é amplamente utilizado como exame de rastreio.
Após o estágio primário, algumas vezes negligenciado pelo paciente ou simplesmente associado como uma consequência natural pelo contato sexual (na falta de informações amplas sobre a doença), a sífilis entra na fase secundária. Dos pacientes tratados no estágio secundário, cerca de 25% deles não se lembram dos sinais do contágio primário. Nessa fase, diagnosticar a doença é extremamente difícil tanto para o paciente como para um médico.
Caso a sífilis não seja identificada no seu estágio primário (10 a 90 dias) ou no seu estágio secundário (1 a 6 meses, mas que também pode perdurar por anos na sua forma latente ou assintomática), a sífilis entra no estágio terciário. Nessa fase o diagnóstico é bem preciso mas várias sequelas podem advir da doença.
No Brasil, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA's) permitem aos cidadãos realizar testes laboratoriais gratuitamente e receber informações e aconselhamento sobre as DSTs.
Exames de sangue
Os exames de sangue realizados para o diagnóstico da sífilis são divididos em não-treponêmicos e treponêmicos
Os exames não treponêmicos geralmente são os primeiros a serem realizados, e incluem o VDRL (do inglês venereal disease research laboratory) e RPR (rapid plasma reagin). Entretanto, estes exames apresentam altas taxas de falso positivo (teste positivo quando paciente não está doente). Por este motivo, é necessária a confirmação com um teste treponêmico. O VDRL baseia-se na detecção de anticorpos não treponemais. É usada a cardiolipina, um antígeno presente no ser humano (parede de células danificadas pelo Treponema) e talvez no Treponema, que reage com anticorpos contra ela em soro, gerando reacções de floculação visível ao microscópio. Este teste pode dar falsos positivos, e são realizados testes para a detecção de anticorpos treponemais caso surjam resultados positivos.
Os exames treponêmicos mais usados são o FTA-Abs e o TPHA. Geralmente são usados para confirmar o resultado positivos dos testes não-treponêmicos, ou seja, do VDRL, fechando o diagnóstico. Frequentemente realizados na fase latente ou terciária.
O VDRL é único teste que poderá dar resultado negativo após um tratamento bem sucedido para a sífilis. No entanto, não é um requisito para a conclusão do sucesso ou não do tratamento. Ele faz parte dos testes não treponemais e é amplamente usado na atualidade como exame de rastreio. Por norma os valores no VDRL diminuirão para níveis ínfimos, mas ainda assim positivos, após o paciente estar tratado

Interpretação de resultados de VDRL e FTA-ABS

- VDRL positivo e FTA-ABS (ou TPHA) positivo confirmam o diagnóstico de sífilis. - VDRL positivo e FTA-ABS (ou TPHA) negativo indicam outra doença que não sífilis. - VDRL negativo e FTA-ABS (ou TPHA) positivo indicam sífilis numa fase bem inicial, sífilis já curada ou sífilis na fase terciária. - VDRL negativo e FTA-ABS (ou TPHA) negativo descartam o diagnóstico de sífilis.

Microscopia

A bactéria é vista ao microscópio de fundo escuro ou com sais de prata em amostras. A espiroqueta não pode ser cultivada em meio de cultura.

Tratamento

A sífilis é tratável e é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque com a progressão para a sífilis terciária, os danos causados poderão ser irreversíveis, nomeadamente no cérebro.
A penicilina G é a primeira escolha de antibiótico. O tratamento consiste tipicamente em penicilina G benzatina durante vários dias ou semanas. Indivíduos que têm reações alérgicas à penicilina (i.e., anafilaxia) podem ser tratados efetivamente com tetraciclinas por via oral. Grávidas só podem ser tratadas com penicilina.
O tempo de tratamento da sífilis depende do estágio da doença:
  • Sífilis primária, secundária ou latente precoce (menos de 1 ano) = Penicilina benzatina 2.4 milhões de unidades em dose única.
  • Sífilis com mais de 1 ano de evolução ou de tempo indeterminado = Penicilina benzatina 2.4 milhões de unidades em 3 doses, com uma semana de intervalo entre cada.
A neurossífilis deve ser tratada com penicilina G cristalina (intravenosa).
A reação de Jarisch-Herxheimer é uma possível complicação do tratamento que ocorre com a liberação de toxinas das bactérias mortas na circulação. Se apresenta com sintomas diversos como febre, calafrios, dor de cabeça, dor muscular, entre outros. Geralmente ocorre dentro de duas horas após a administração do antibiótico e é auto-limitada.
 

Prevenção

A transmissão sexual pode ser prevenida através do uso de preservativos. A transmissão vertical pode ser prevenida através do rastreio durante o pré-natal das gestantes, que devem ser tratadas assim que estabelecido o diagnóstico.
As lesões iniciais são contagiosas e devem ser examinadas com luvas
Referencias biliograficas
https://www.google.co.mz/search?q=sifilis+primaria&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=U9DsU-reBbSX0QWj9oHwCA&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAQ&biw=1231&bih=580#facrc=_&imgdii=_&imgrc=HLAlSTj6oa6hrM%253A%3BcmR2ofmUeqmG-M%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.medicinanet.com.br%252Fimagens%252F20110301131631.gif%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.medicinanet.com.br%252Fconteudos%252Fconteudo%252F1822%252Fsifilis_adquirida_e_congenita.htm%3B663%3B261

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