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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Conceito e características da aprendizagem


Conceito e características da aprendizagem

O formador é um facilitador de aprendizagem por isso tem como tarefa principal levar os formandos a aprender. Isto quer dizer que deve ser capaz de criar situações que favoreçam a aprendizagem. A aprendizagem é a capacidade de que quotidianamente necessitamos para responder adequadamente às diferentes solicitações e desafios que se nos colocam na nossa interacção com o meio.

Será que existe um único tipo de aprendizagem, ou seja, aprende-se sempre da mesma maneira, independentemente do objectivo da aprendizagem?
Por exemplo, durante um curso de formação quando se solicita aos formandos:

  • Que reproduzam um determinado conceito teórico;
  • Que a partir dos conceitos teóricos transmitidos resolvam um problema;
  • Que façam uma demonstração prática.

Será que nas três situações apresentadas está presente o mesmo tipo de aprendizagem e serão os mesmos os processos cognitivos (mentais) em jogo?
Para se conseguir realizar as diferentes tarefas constatamos que, provavelmente, existem vários tipos de aprendizagem e diferentes processos cognitivos.
Para que o formador consiga cumprir a sua tarefa de facilitador de aprendizagem é necessário que compreenda o que se passa na cabeça do “sujeito que aprende”. Esta análise pode ajudá-lo a planificar a formação de modo a rentabilizar os processos internos intervenientes na aprendizagem. Com o intuito de auxiliar os utilizadores/futuros formadores a atingirem estes objectivos, o presente módulo vai abordar um conjunto de conceitos e reflexões sobre:

  • Conceitos e características da aprendizagem;
  • Teorias, modos/modelos/mecanismos de aprendizagem;
  • Processos, etapas e factores psicológicos da aprendizagem;
  • Fontes e métodos de motivação.

 

teorias e modelos de aprendizagem


As correntes da psicologia não foram consensuais no que concerne ao estudo da aprendizagem. As teorias Comportamentalistas, focaram sobretudo a relação Estímulo-Resposta, e procuraram saber quais as leis que presidiam ao estabelecimento desta relação. As teorias Humanistas acentuaram sobretudo o carácter único da experiência de cada um, tendo por isso dificuldade em estabelecer leis gerais. As teorias Cognitivistas dirigiram a sua atenção para os processos cognitivos, isto é, para o que se passa na cabeça do sujeito entre a recepção de um estímulo e a execução de uma resposta.

Destas diferentes perspectivas surgem os princípios psicopedagógicos, e as técnicas de ensino que cada corrente considerou adequadas tendo em vista a eficácia da aprendizagem:

 


Teorias Comportamentalistas


Princípios Psicopedagógicos

  • Definir com maior exactidão possível os objectivos finais da aprendizagem;
  • Análise cuidada da estrutura das tarefas, de modo a determinar os objectivos do percurso;
  • Apresentação da matéria em sequências curtas de forma a permitir um melhor condicionamento do sujeito, conduzindo-o através de experiências positivas de aprendizagem;
  • Apresentar estímulos capazes de suscitar as reacções adequadas às aprendizagens desejadas;
  • Reforçar as reacções desejadas;
  • Proporcionar o conhecimento dos resultados da aprendizagem como forma de retroalimentação do processo;
  • Recompensar, retirar a recompensa ou punir, em função da relação entre o comportamento expresso e a aprendizagem desejada;
  • Exercitar os comportamentos aprendidos.

Técnicas de Ensino

  • Exercícios de repetição;
  • Ensino individualizado, tipo programado;
  • Demonstrações para imitação;
  • Memorização.

Teorias Cognitivistas


Princípios Psicopedagógicos

  • Motivação, motivar o sujeito para aprendizagem, relacionando as suas necessidades pessoais com os objectivos da própria aprendizagem;
  • Valorização da experiência anterior, reconhecer que a estrutura cognitiva do sujeito depende da sua visão do mundo e das suas experiências anteriores;
  • Estratégias de ensino adaptadas ao nível de desenvolvimento dos sujeitos;
  • Relacionar o novo com o adquirido, ajudar os sujeitos a relacionar conhecimentos e habilidades novos com conhecimentos e habilidades anteriormente adquiridos;
  • Valorização da compreensão em detrimento da memorização;
  • Fornecer informações, indicar factos, fornecer pistas que facilitem a compreensão, organização e retenção dos conhecimentos;
  • Valorizar a prática, a experimentação de novos conhecimentos, não equacionar a prática como repetição, mas concebê-la como uma série de tentativas sucessivas e variadas, que facilitem a transferência de habilidades e conhecimentos para novas situações;
  • Sistematização: iniciar cada unidade de ensino apresentando conjuntos significativos e descer gradualmente ao pormenor.

Técnicas de Ensino

  • Ensino pela descoberta;
  • Apresentação dos objectivos;
  • Introduções;
  • Sumários;
  • Questionários orientados para a compreensão;
  • Esquemas;
  • Debates;
  • Discussões;
  • Estudo de casos.

 


Teorias Humanistas


Princípios Psicopedagógicos

  • A preocupação central não deve ser com o ensino, mas sim com a aprendizagem numa perspectiva de desenvolvimento da pessoa humana;
  • Centrar a aprendizagem no sujeito e nas suas necessidades, na sua vontade e nos seus sentimentos;
  • Desenvolver no indivíduo a responsabilidade pela auto-aprendizagem e incutir-lhe o espírito de auto-avaliação;
  • Centrar a aprendizagem em actividades e experiências significativas para o educando;
  • Desenvolver no seio do grupo relações interpessoais baseadas na empatia;
  • Ensinar também a sentir e não apenas a pensar;
  • Ensinar a aprender;
  • Criar no seio do grupo uma atmosfera emocional positiva, que ajude o educando a integrar novas experiências e novas ideias;
  • Promover a aprendizagem activa, orientada para processos de descoberta, autónomos e reflectidos.

Técnicas de Ensino

  • Ensino individualizado;
  • Discussões;
  • Debates;
  • Painéis;
  • Simulações;
  • Jogos de Papéis;
  • Resolução de Problemas.

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