Capitulo
I
1
Introdução
Segundo o relatório do MISAU (2012), a adesão aos serviços
de saúde em Moçambique constitui um desafio das entidades de saúde, tendo sido
traçadas estratégias para a sua superação, como a sensibilização comunitária, a
implementação de agentes polivalentes elementares nas comunidades, a realização
de brigadas móveis com vista a levar os serviços de saúde mais próximos da
comunidade.
o relatório realça ainda que essas actividades são
implementadas a nivel Nacional, em todos niveis de prestação de serviços sanitários
padronizados e preconizados pela política Nacional de Saúde com o apoio de
algumas entidades não Governamentais que operam em Moçambique segundo normas
estabelecidas pelo Ministério da Saúde, com propósito de reduzir as
morbi-mortalidades por doenças que facilmente podem ser controladas de forma
sistemática no país.
Contudo, apesar desse esforço empreendido pelo Sistema
Nacional de Saúde (SNS), a adesão a esses serviços ainda é considerada baixa, facto
esse que influencia nas baixas coberturas nos programas de saúde, fracassos nas
terapias devido a chegada tardia dos utentes as Unidades Sanitarias. Havendo
assim a necessidade de pesquisar os factores que fazem com que a comunidade na
adira a esses serviços.
A pesquisa estará baseada em revisão bibliográfica,
entrevistas, inquéritos e questionários na comunidade em estudo, esperando que
se alcance bons resultados que serão implementados com vista a mitigara situação,
evitando deste modo as mortalidades no país.
Estruturalmente o trabalho será composto por três capítulos onde o primeiro será composto
pela problematização, justificativa do tema e
objectivos da pesquisa, o segundo capítulo fará menção das metodologias,
características da área de estudo, tipo de estudo, delimitação do estudo,
método de estudo, técnicas de recolha
de dados e a amostragem e por fim o terceiro
capítulo abordará a revisão bilbliografica.
1.1
Problematização
Segundo os autores Assis e Jesus (sd), o acesso aos
serviços de saúde tem sido objecto de análise na literatura internacional,
principalmente devido a crise mundial da última década, acirrando a existência
de barreiras aos usuários como e o caso de filas para a marcação de consultas,
atendimento e a escassez de estratégias para a sua superação.
Os autores ressaltam ainda que a acessibilidade aos
serviços de saúde tem relação com as condições de vida, a nutrição, habitação,
o poder aquisitivo, e a educação, extrapola a dimensão geográfica e abrange o
aspecto cultural, envolvendo normas, técnicas adequadas aos hábitos da
comunidade eo aspecto funcional que responde pela adequação da oferta dos
serviços e a sua qualidade as pessoas que recorrem ao sistema.
Entretanto, em Moçambique a adesão aos serviços de saúde
pela comunidade constitui um desafio ainda de difícil solução, ocupando,
portanto, a primeira prioridade do sistema nacional de saúde como papel
preponderante a sensibilização da comunidade a aderir os serviços de saúde disponíveis
com vista a reduzir as mortalidades por doenças que facilmente podem ser
controladas.
Na província de Inhambane, particularmente no distrito de
Massinga , e a área geográfica que esse dilema verifica-se com maior índice,
onde a comunidade usa os serviços de saúde como alternativa do fracasso da
medicina tradicional, o que levou o autor a seguinte questão:
Porque os serviços de saúde são vistos pela comunidade
como segunda alternativa?
1.2
Justificativa do tema
Estando a se registar uma fraca adesão aos serviços de
saúde mormente por enfermes no seu primeiro estadio da patologia, interessa ao
autor identificar as causas.
Outro facto que despertou a atenção do autor é o
insucesso terapêutico nas unidades hospitalares dos internados devido a chegada
dos pacientes já num estado avançado da enfermidade.
O estudo das causas que levam a comunidade a não aderir
de primeira os serviços de saúde vai contribuir na tomada de atitudes pelas
entidades competentes por isso é relevante.
1.3
Objectivos da pesquisa
1.3.1
Objectivo Geral:
·
Estudar
os factores que fazem com que a comunidade faça dos serviços de saúde segunda alternativa.
1.3.2
Objectivos específicos:
·
Identificar
as causas que fazem com que a comunidade faça dos serviços de saúde a segunda
alternativa;
·
Descrever
as causas que contribuem para que os serviços de saúde sejam usados como a
segunda alternativa.
·
Analisar as causas da não adesão com o factor
não adesão aos serviços de saúde;
·
Propor
estratégias para a sensibilização da comunidade a aderir os serviços de saúde.
1.4
Hipóteses
O uso secundário dos serviços de saúde provavelmente está
relacionado aos hábitos, costumes da comunidade, ao atendimento ineficiente, as
crenças, a acessibilidade, a presença de barreiras naturais, as vias e meios de
acesso.
O uso secundário dos serviços de saúde pode não estar
relacionado a nenhuma das causas descritas acima.
Capitulo
II
2
Metodologias
2.1
Características da área de estudo
O Distrito de Massinga, localiza-se no centro da Província de Inhambane,
sendo a sua sede, a vila de Massinga elevada a esta categoria a 21 de Abril de
1964 e actualmente Município de Massinga. Dista das Cidades de Inhambane e
Maxixe a 124 e 68 km respectivamente. O Distrito é atravessado pela EN1 numa
extensão de 83 km. O Distrito de Massinga fica limitado a:
·
Sul pelos Distrito de Morrumbene e Funhalouro,
·
Norte pelos distritos de Vilanculo e Mabote,
·
Este é banhado pelo canal de Moçambique e
·
Oeste pelo Distrito de Funhalouro.
Administrativamente
o Distrito está dividido em 2 Postos Administrativos nomeadamente: Posto
Administrativo de Massinga com Sede na Vila Municipal de Massinga e Posto
Administrativo de Chicomo com sede na Povoação de Nhachengue e comporta 5 Localidades nomeadamente Malamba,
Chicomo, Lionzuane, Guma e Rovene. E ocupa uma superfície de 7.458 Km2
O Distrito possui um
total de 228.117 Habitantes com uma densidade de 30.6 hab/Km2 o equivalente a
16.5% da população da Província, sendo a maioria falante da língua Xítsua. Cerca de 75% é composta pelo
sexo feminino, devido ao facto de os homens emigrarem para as grandes cidades
ou Países vizinhos, principalmente nas minas da RSA e outras zonas a procura de
emprego na tentativa de proporcionar as melhores condições de vida para si e
para os seus dependentes, sendo esta uma tradição do passado.
A emigração a procura
de emprego por parte dos homens, é a principal razão que faz com
que a mulher passa a ter a maior
responsabilidade em velar pelo quotidiano dos agregados familiares (chefe da
família), associada às mortes que são mais acentuadas nos homens. O número de
membros por agregado familiar varia de 5 a 7 membros e no que diz respeito ao género,
em cada 5 ou 7 pessoas, 4 são do sexo feminino.
É na base desse perfil geográfico do distrito, que o
autor melhor traçou os métodos, estratégias e técnicas que irá levar avante a
pesquisa.
2.2
Tipo de estudo
Visto que a pesquisa propôs-se explorar de forma
incondicional as razões que contribuem para que a comunidade do distrito de
Massinga não adira aos serviços de saúde como primeira alternativa, o tipo de
estudo será exploratório.
2.3
Delimitação do estudo
A pesquisa enquadra-se no campo das ciências de saúde,
restritamente na área de promoção de saúde, a qual será desenvolvida no
distrito de Massinga, focalizando as povoações de Matingane, Malova, Guma e
Tevele, num período de três meses a contar a partir de Agosto de dois mil e
catorze.
2.4 Método de estudo
Para os efeitos desta pesquisa, o autor achou mais
conveniente, recorrer ao uso de um e único método para ajudar a apurar as reais
causas que estão por detrás do problema em questão, que é o método dedutivo.
O autor é unânime a esse método pois é a partir de várias
constatações que irá tirar da comunidade
que poderá ter um conhecimento único para propor a soluções para mitigar o
fenómeno.
2.5 Técnicas de
recolha de dados
Temos como técnica de recolha de dados, para além da
pesquisa bibliográfica, o inquérito, a entrevista semi-estruturada, isto é, uma
conversa acompanhada de algumas perguntas pontuais, previamente preparadas.
Estas técnicas permitirão que o nosso grupo alvo (membros da comunidade) se
sinta mais à vontade para expor as suas opiniões e sentimentos relativos a este
fenómeno.
Por conseguinte, pelo facto de estar peculiarmente
interessado em estabelecer uma maior interacção com as pessoas que vivenciam
(ou optam) por este fenómeno, tem que recorrer a estas técnicas de recolha de
dados, pois estas mostram-se ser as mais ideais. Estas técnicas de recolha de
dados permitem uma maior liberdade de expressão aos entrevistados.
2.6 Amostragem
A amostra é uma parcela convenientemente relacionada do
universo, isto é, é um subconjunto do universo (MARCONI & LAKATOS, 2007, p.
175).
A amostra da pesquisa será probabilística aleatória
simples, onde todos membros da comunidade terão a oportunidade de participar.
Entretanto, por o universo ser maior e não se dispor de
recursos suficientes para suprir todo, fará-se-á, um sorteio aleatório com
vista a ter uma quota representativa do universo.
Contudo, o universo é de 5 localidades, onde a margem de
erro é estimada em 5% então a amostra será de 4 localidades.
Portanto, será usada a técnica de estratificação com
vista a retirar extractos das quotas, uma vez que falou se no trecho anterior
que eram 4 localidades. Feitos os cálculos, a amostra final é de 547 pessoas.
Capitulo
III
3. Resenha bibliográfica
Moçambique tem um compromisso político e
constitucional de garantir que todo o seu povo tenha acesso universal a
cuidados de saúde e que ninguém fica empobrecido pelo binómio saúde e doença.
Dadas as diferenças sociais na população
por regiões, idade, género, diferenças na riqueza etc. o alcance do acesso
universal requer um nível de atenção para a equidade e uma distribuição de
recursos que responda às necessidades em saúde, e que eleve as oportunidades
para que haja saúde para todos. Embora Moçambique tenha ainda um nível elevado
de pobreza histórica e de sub desenvolvimento, teve também uma década de
progresso macroeconómico, tendo alcançado novas oportunidades para concretizar
o objectivo de equidade.[1]
Globalmente, os tipos de admissão mais frequentes para os
doentes que morrem durante o internamento são “admissão urgente dum serviço
de urgência” (58%) e “transferência doutra unidade sanitária” (22%).
O padrão de distribuição do tipo de admissão é substancialmente parecido entre
os vários níveis de assistência hospitalar (II, II e IV). 43% dos óbitos
aconteceram nas primeiras 48 horas de internamento (variação entre hospitais:
29% - 58%). Na maioria dos hospitais, a mortalidade nas primeiras 48 horas é
maior nos departamentos/serviços de urgência, mas a diferença entre urgência e
serviços normais é muito pequena em alguns hospitais (Hospital Central (HC) da
Beira, Hospitais Provinciais (HP) de Chimoio e Inhambane).[2]
Todavia, o acesso universal a esses
cuidados de saúde ainda preocupa as entidades governamentais, com principal
enfoque nas áreas peri-urbanas e nos campos que a adesão aos serviços médicos
considera-se segunda via após o fracasso da medicina tradicional, influenciando
significativamente no fracasso da terapia prescrita pelos profissionais de saúde
devido ao estado de enfermidade que o paciente se apresenta nas unidades
hospitalares.
Ficha de inquérito sobre a adesão aos serviços de saúde
no Distrito de Massinga
Questionário
Estudo dos factores que fazem com que a comunidade faça
dos serviços de saúde a segunda alternativa.
1.
Já ouviu falar de adesão aos serviços de
saúde?
Sim------- Não-----------
Se sim, o que é? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2.
Quantas vezes vai ao hospital por mês?
1 vez---------- 2 vezes------------ 3 vezes------------ Nenhuma--------
3.
Em que suituações vai ao hospital?
Quando estou doente----------- Para fazer um
chekup-------------
4.
Quando fica doente para onde vai primeiro?
Ao curandeiro----------- Directo ao hospital----------------------
Se vai ao curandeiro,
porque?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
5.
Quando acha que os medicamentos que os
curandeiros te dão não fazem efeito o que faz?
Vou a outro curandeiro----------- Vou ao hospital---------------------------
Se
vai ao hospital porque?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
6.
Acha que os medicamentos do hospital dão
efeito?
Sim----------- Não------------- Nem sempre-----------
Data_______/____________/______
Assinatura do inqueridor
_______________________________
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