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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Projecto (estudo dos factores que fazem co que a comunidade faca dos servicos de saude a segunda alternativa)



Capitulo I

1          Introdução

Segundo o relatório do MISAU (2012), a adesão aos serviços de saúde em Moçambique constitui um desafio das entidades de saúde, tendo sido traçadas estratégias para a sua superação, como a sensibilização comunitária, a implementação de agentes polivalentes elementares nas comunidades, a realização de brigadas móveis com vista a levar os serviços de saúde mais próximos da comunidade.

o relatório realça ainda que essas actividades são implementadas a nivel Nacional, em todos niveis de prestação de serviços sanitários padronizados e preconizados pela política Nacional de Saúde com o apoio de algumas entidades não Governamentais que operam em Moçambique segundo normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, com propósito de reduzir as morbi-mortalidades por doenças que facilmente podem ser controladas de forma sistemática no país.

Contudo, apesar desse esforço empreendido pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS), a adesão a esses serviços ainda é considerada baixa, facto esse que influencia nas baixas coberturas nos programas de saúde, fracassos nas terapias devido a chegada tardia dos utentes as Unidades Sanitarias. Havendo assim a necessidade de pesquisar os factores que fazem com que a comunidade na adira a esses serviços.

A pesquisa estará baseada em revisão bibliográfica, entrevistas, inquéritos e questionários na comunidade em estudo, esperando que se alcance bons resultados que serão implementados com vista a mitigara situação, evitando deste modo as mortalidades no país.

Estruturalmente o trabalho será composto por  três capítulos onde o primeiro será composto pela problematização, justificativa do tema e  objectivos da pesquisa, o segundo capítulo fará menção das metodologias, características da área de estudo, tipo de estudo, delimitação do estudo, método de estudo, técnicas de recolha de dados e a amostragem e por fim o terceiro capítulo abordará a revisão bilbliografica.


1.1              Problematização

Segundo os autores Assis e Jesus (sd), o acesso aos serviços de saúde tem sido objecto de análise na literatura internacional, principalmente devido a crise mundial da última década, acirrando a existência de barreiras aos usuários como e o caso de filas para a marcação de consultas, atendimento e a escassez de estratégias para a sua superação.

Os autores ressaltam ainda que a acessibilidade aos serviços de saúde tem relação com as condições de vida, a nutrição, habitação, o poder aquisitivo, e a educação, extrapola a dimensão geográfica e abrange o aspecto cultural, envolvendo normas, técnicas adequadas aos hábitos da comunidade eo aspecto funcional que responde pela adequação da oferta dos serviços e a sua qualidade as pessoas que recorrem ao sistema.         

Entretanto, em Moçambique a adesão aos serviços de saúde pela comunidade constitui um desafio ainda de difícil solução, ocupando, portanto, a primeira prioridade do sistema nacional de saúde como papel preponderante a sensibilização da comunidade a aderir os serviços de saúde disponíveis com vista a reduzir as mortalidades por doenças que facilmente podem ser controladas.

Na província de Inhambane, particularmente no distrito de Massinga , e a área geográfica que esse dilema verifica-se com maior índice, onde a comunidade usa os serviços de saúde como alternativa do fracasso da medicina tradicional, o que levou o autor a seguinte questão:

Porque os serviços de saúde são vistos pela comunidade como segunda alternativa?


1.2              Justificativa do tema

Estando a se registar uma fraca adesão aos serviços de saúde mormente por enfermes no seu primeiro estadio da patologia, interessa ao autor identificar  as causas.

Outro facto que despertou a atenção do autor é o insucesso terapêutico nas unidades hospitalares dos internados devido a chegada dos pacientes já num estado avançado da enfermidade.

O estudo das causas que levam a comunidade a não aderir de primeira os serviços de saúde vai contribuir na tomada de atitudes pelas entidades  competentes por isso é relevante.


1.3              Objectivos da pesquisa

1.3.1        Objectivo Geral:

·         Estudar os factores que fazem com que a comunidade faça dos serviços de saúde segunda alternativa.
 

1.3.2        Objectivos específicos:

·         Identificar as causas que fazem com que a comunidade faça dos serviços de saúde a segunda alternativa;

·         Descrever as causas que contribuem para que os serviços de saúde sejam usados como a segunda alternativa.

·          Analisar as causas da não adesão com o factor não adesão aos serviços de saúde;

·         Propor estratégias para a sensibilização da comunidade a aderir os serviços de saúde.


1.4              Hipóteses

O uso secundário dos serviços de saúde provavelmente está relacionado aos hábitos, costumes da comunidade, ao atendimento ineficiente, as crenças, a acessibilidade, a presença de barreiras naturais, as vias e meios de acesso.

O uso secundário dos serviços de saúde pode não estar relacionado a nenhuma das causas descritas acima.


Capitulo II

2          Metodologias

2.1              Características da área de estudo

O Distrito de Massinga, localiza-se no centro da Província de Inhambane, sendo a sua sede, a vila de Massinga elevada a esta categoria a 21 de Abril de 1964 e actualmente Município de Massinga. Dista das Cidades de Inhambane e Maxixe a 124 e 68 km respectivamente. O Distrito é atravessado pela EN1 numa extensão de 83 km. O Distrito de Massinga fica limitado a:

·         Sul pelos Distrito de Morrumbene e Funhalouro,

·         Norte pelos distritos de Vilanculo e Mabote,

·         Este é banhado pelo canal de Moçambique e

·         Oeste pelo Distrito de Funhalouro.

Administrativamente o  Distrito está dividido em 2 Postos Administrativos nomeadamente: Posto Administrativo de Massinga com Sede na Vila Municipal de Massinga e Posto Administrativo de Chicomo com sede na Povoação de Nhachengue e comporta 5 Localidades nomeadamente Malamba, Chicomo, Lionzuane, Guma e Rovene. E ocupa uma superfície de 7.458 Km2

O Distrito possui um total de 228.117 Habitantes com uma densidade de 30.6 hab/Km2 o equivalente a 16.5% da população da Província, sendo a maioria falante da língua Xítsua. Cerca de 75% é composta pelo sexo feminino, devido ao facto de os homens emigrarem para as grandes cidades ou Países vizinhos, principalmente nas minas da RSA e outras zonas a procura de emprego na tentativa de proporcionar as melhores condições de vida para si e para os seus dependentes, sendo esta uma tradição do passado.

A emigração a procura  de emprego por parte dos homens, é a principal razão que faz com que  a mulher passa a ter a maior responsabilidade em velar pelo quotidiano dos agregados familiares (chefe da família), associada às mortes que são mais acentuadas nos homens. O número de membros por agregado familiar varia de 5 a 7 membros e no que diz respeito ao género, em cada 5 ou 7 pessoas, 4 são do sexo feminino.

É na base desse perfil geográfico do distrito, que o autor melhor traçou os métodos, estratégias e técnicas que irá levar avante a pesquisa.


2.2              Tipo de estudo

Visto que a pesquisa propôs-se explorar de forma incondicional as razões que contribuem para que a comunidade do distrito de Massinga não adira aos serviços de saúde como primeira alternativa, o tipo de estudo será exploratório.

2.3              Delimitação do estudo

A pesquisa enquadra-se no campo das ciências de saúde, restritamente na área de promoção de saúde, a qual será desenvolvida no distrito de Massinga, focalizando as povoações de Matingane, Malova, Guma e Tevele, num período de três meses a contar a partir de Agosto de dois mil e catorze.


2.4    Método de estudo

Para os efeitos desta pesquisa, o autor achou mais conveniente, recorrer ao uso de um e único método para ajudar a apurar as reais causas que estão por detrás do problema em questão, que é o método dedutivo.

O autor é unânime a esse método pois é a partir de várias constatações  que irá tirar da comunidade que poderá ter um conhecimento único para propor a soluções para mitigar o fenómeno. 


2.5   Técnicas de recolha de dados

Temos como técnica de recolha de dados, para além da pesquisa bibliográfica, o inquérito, a entrevista semi-estruturada, isto é, uma conversa acompanhada de algumas perguntas pontuais, previamente preparadas. Estas técnicas permitirão que o nosso grupo alvo (membros da comunidade) se sinta mais à vontade para expor as suas opiniões e sentimentos relativos a este fenómeno.

Por conseguinte, pelo facto de estar peculiarmente interessado em estabelecer uma maior interacção com as pessoas que vivenciam (ou optam) por este fenómeno, tem que recorrer a estas técnicas de recolha de dados, pois estas mostram-se ser as mais ideais. Estas técnicas de recolha de dados permitem uma maior liberdade de expressão aos entrevistados.


2.6   Amostragem

A amostra é uma parcela convenientemente relacionada do universo, isto é, é um subconjunto do universo (MARCONI & LAKATOS, 2007, p. 175).

A amostra da pesquisa será probabilística aleatória simples, onde todos membros da comunidade terão a oportunidade de participar.

Entretanto, por o universo ser maior e não se dispor de recursos suficientes para suprir todo, fará-se-á, um sorteio aleatório com vista a ter uma quota representativa do universo.

Contudo, o universo é de 5 localidades, onde a margem de erro é estimada em 5% então a amostra será de 4 localidades.

Portanto, será usada a técnica de estratificação com vista a retirar extractos das quotas, uma vez que falou se no trecho anterior que eram 4 localidades. Feitos os cálculos, a amostra final é de 547 pessoas.


Capitulo III

3.   Resenha bibliográfica

Moçambique tem um compromisso político e constitucional de garantir que todo o seu povo tenha acesso universal a cuidados de saúde e que ninguém fica empobrecido pelo binómio saúde e doença.

Dadas as diferenças sociais na população por regiões, idade, género, diferenças na riqueza etc. o alcance do acesso universal requer um nível de atenção para a equidade e uma distribuição de recursos que responda às necessidades em saúde, e que eleve as oportunidades para que haja saúde para todos. Embora Moçambique tenha ainda um nível elevado de pobreza histórica e de sub desenvolvimento, teve também uma década de progresso macroeconómico, tendo alcançado novas oportunidades para concretizar o objectivo de equidade.[1]

Globalmente, os tipos de admissão mais frequentes para os doentes que morrem durante o internamento são “admissão urgente dum serviço de urgência” (58%) e “transferência doutra unidade sanitária” (22%). O padrão de distribuição do tipo de admissão é substancialmente parecido entre os vários níveis de assistência hospitalar (II, II e IV). 43% dos óbitos aconteceram nas primeiras 48 horas de internamento (variação entre hospitais: 29% - 58%). Na maioria dos hospitais, a mortalidade nas primeiras 48 horas é maior nos departamentos/serviços de urgência, mas a diferença entre urgência e serviços normais é muito pequena em alguns hospitais (Hospital Central (HC) da Beira, Hospitais Provinciais (HP) de Chimoio e Inhambane).[2]

Todavia, o acesso universal a esses cuidados de saúde ainda preocupa as entidades governamentais, com principal enfoque nas áreas peri-urbanas e nos campos que a adesão aos serviços médicos considera-se segunda via após o fracasso da medicina tradicional, influenciando significativamente no fracasso da terapia prescrita pelos profissionais de saúde devido ao estado de enfermidade que o paciente se apresenta nas unidades hospitalares.

 
Apêndices

Ficha de inquérito sobre a adesão aos serviços de saúde no Distrito de Massinga

 

Questionário

Estudo dos factores que fazem com que a comunidade faça dos serviços de saúde a segunda alternativa.

 
1.      Já ouviu falar de adesão aos serviços de saúde?

Sim-------                                                 Não-----------

Se sim, o que é? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________­­­­___.

 

2.      Quantas vezes vai ao hospital por mês?

1 vez----------         2 vezes------------       3 vezes------------  Nenhuma--------

3.      Em que suituações vai ao hospital?

Quando estou doente-----------                  Para fazer um chekup-------------

4.      Quando fica doente para onde vai primeiro?

Ao curandeiro-----------      Directo ao hospital----------------------

Se vai ao curandeiro, porque?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

 
5.      Quando acha que os medicamentos que os curandeiros te dão não fazem efeito o que faz?

Vou a outro curandeiro-----------     Vou ao hospital---------------------------

 Se vai ao hospital              porque?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

6.      Acha que os medicamentos do hospital dão efeito?

Sim-----------                   Não-------------                          Nem sempre-----------

 
 

Data_______/____________/______

Assinatura do inqueridor

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[1]http://www.equinetafrica.org/bibl/docs/Moz%20EW%20Port%20Oct2010.pdf
[2]http://www.jembi.org/wp-content/uploads/2013/01/Relatorio-analise-completa-SIS-ROH-2009-2011_AVS_17-Dez_12_RP.pdf

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